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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

São Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja

Nota biográfica:
       Nasceu na Sabóia no ano 1567. Ordenado sacerdote, trabalhou muito pela restauração da fé católica na sua pátria. Eleito bispo de Genebra, mostrou-se verdadeiro pastor do clero e dos fiéis, instruindo-os com os seus escritos e obras, feito modelo para todos. Morreu em Lião a 28 de Dezembro de 1622, mas foi sepultado definitivamente em Annecy a 24 de Janeiro do ano seguinte.
Oração de coleta:
       Senhor nosso Deus, que, para a salvação das almas, quisestes que São Francisco de Sales se fizesse tudo para todos, concedei-nos que, seguindo o seu exemplo, dêmos testemunho do vosso amor ao serviço dos nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Da «Introdução à Vida Devota», de São Francisco de Sales, bispo (Parte 1, cap. 3) (Sec. XVII)

A devoção deve ser praticada de diversos modos

Na criação Deus ordenou às plantas que produzissem os seus frutos, cada qual segundo a sua espécie; do mesmo modo ordena Ele aos cristãos, que são as plantas vivas da sua Igreja, que produzam frutos de devoção, cada qual segundo a sua qualidade, o seu estado e a sua vocação.
A devoção deve ser exercida de maneira diferente pelo fidalgo e pelo operário, pelo criado e pelo príncipe, pela viúva, a solteira ou a mulher casada; e não somente isto: é necessário acomodar o exercício da devoção às forças, aos trabalhos e aos deveres de cada pessoa em particular.
Pergunto-vos, Filoteu, se estaria certo que um bispo quisesse viver na solidão como os Cartuxos; que os casados não quisessem amealhar mais que os Capuchinhos; que o operário passasse o dia na Igreja como o religioso; e que o religioso estivesse sempre sujeito a toda a espécie de encontros para serviço do próximo como o bispo. Não seria ridícula, desordenada e inadmissível tal devoção?
Contudo este erro acontece frequentemente. E no entanto, Filoteu, a devoção não prejudica ninguém quando é verdadeira, antes tudo aperfeiçoa e consuma; e quando se torna contrária à legítima ocupação de alguém, é sem dúvida falsa.
A abelha extrai o mel das flores sem lhes fazer mal, deixando-as intactas e frescas como as encontrou; todavia, a verdadeira devoção age melhor ainda, porque não somente não prejudica qualquer espécie de vocação ou de tarefa, como ainda as engrandece e embeleza.
Todas as variedades de jóias lançadas no mel se tornam mais brilhantes, cada qual segundo a sua cor; assim também cada um se torna mais agradável e perfeito na sua vocação se esta for conjugada com a devoção: a atenção à família torna-se mais paciente, o amor entre marido e mulher mais sincero, mais fiel o serviço que se presta ao príncipe, e mais suave e agradável o desempenho de todas as ocupações.
É um erro, se não mesmo uma heresia, querer banir a vida devota do regimento dos soldados, da oficina dos operários, da corte dos príncipes, do lar das pessoas casadas. É certo, Filoteu, que a devoção puramente contemplativa, monástica e religiosa não pode exercer-se em tais ocupações; mas para além destas três espécies de devoção, existem muitas outras próprias para o aperfeiçoamento daqueles que vivem nos estados seculares.
Onde quer que estejamos, podemos e devemos aspirar à vida perfeita.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Santa Luzia, Virgem e Mártir

Nota biográfica:
       Morreu provavelmente em Siracusa, durante a perseguição de Diocleciano. O seu culto estendeu-se, desde a antiguidade, quase a toda a Igreja, e o seu nome foi introduzido no Cânon Romano.
       (É venerada como a Santa dos olhos. A imagem que se segue tem, numa bandeja, um par de olhos. No concelho de Tabuaço é, especialmente, venerada na paróquia de Sendim, tendo uma capela que lhe é dedicada e uma romaria muito popular em sua honra)
Oração:
       Protegei, Senhor, o vosso povo com a intercessão gloriosa da virgem e mártir Santa Luzia, para que, celebrando hoje o seu martírio na terra, contemplemos um dia o seu triunfo no Céu. Por Nosso Senhor.

Santo Ambrósio, bispo, sobre a virgindade

O esplendor da alma ilumina a graça do corpo

Tu, que vieste de entre o povo, do meio da multidão, e és agora uma das virgens, que iluminas com o esplendor da alma a graça do teu corpo – e, por isso, és uma imagem fiel da Igreja – recolhe-te no teu aposento e durante a noite pensa sempre em Cristo e espera a todo o momento a sua chegada.
É isto que Ele deseja de ti, para isto te escolheu. Ele entrará certamente, se encontrar a porta aberta; Ele prometeu vir e não faltará à sua promessa. E quando vier, abraça Aquele a quem buscavas, aproxima-te d’Ele e serás iluminada; conserva-O junto de ti, roga-Lhe que não parta tão depressa, suplica-Lhe que não Se afaste de ti. Porque o Verbo de Deus corre velozmente: onde vê desinteresse, não Se demora; onde sente negligência, não Se detém. Concentra a tua alma para escutar a sua palavra e segue atentamente a ressonância da sua voz, porque Ele passa depressa.
Que diz a esposa do Cântico dos Cânticos? Procurei-o e não o encontrei; chamei por ele e não me respondeu. Se partiu tão depressa Aquele a quem tu chamaste, a quem suplicaste e a quem abriste a porta, não penses que Lhe desagradaste, pois muitas vezes Ele permite que sejamos postos à prova. E que respondeu no Evangelho às multidões que Lhe pediam para não partir dali? Tenho de pregar a palavra de Deus noutras cidades, porque para isso fui enviado. Mas se te parece que se foi embora, sai tu uma vez mais e busca-O de novo.
Quem, senão a Igreja, te ensinará o modo de conservares a Cristo contigo? Aliás, já to ensinou, se bem entendes o que lês: Mal passei pelos guardas, encontrei aquele que meu coração ama; segurei-o e não o deixarei partir.
Com que laços se pode segurar a Cristo? Não com laços de violência, nem com cordas bem apertadas, mas com os vínculos da caridade, com as cadeias do espírito e o afecto da alma.
Se queres conservar a Cristo contigo, busca-O incansavelmente e não temas o sacrifício. Muitas vezes Ele encontra-se mais facilmente no meio dos suplícios corporais e nas mãos dos perseguidores.
Mal passei pelos guardas, diz o Cântico. De facto, passado um breve espaço de tempo, quando te vires livre dos perseguidores e vitoriosa sobre os poderes do mundo, Cristo virá ao teu encontro e não permitirá que se prolongue mais a tua prova.
Aquela que assim busca a Cristo e O encontra, pode exclamar: Segurei-O e não O deixarei mais, até que O tenha introduzido na casa de minha mãe, no quarto daquela que me concebeu. Qual é a casa de tua mãe e o seu quarto senão o santuário mais íntimo do teu ser?
Guarda bem esta casa, limpa todos os seus recantos, para que assim, purificada de toda a mancha, se levante como um templo espiritual fundado sobre a pedra angular, até se formar um sacerdócio santo e habite nela o Espírito de Deus.
Aquela que assim busca a Cristo, aquela que assim Lhe suplica, jamais se verá abandonada por Ele; ao contrário, será visitada por Ele com frequência, porque Ele está connosco até ao fim do mundo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

São Cosme e São Damião, Mártires

Nota biográfica:
       Cosme e Damião eram irmãos gémeos, médicos de profissão e santos na vocação da vida. Viveram no Oriente e, desde jovens, médicos competentes e dedicados. Com a conversão passaram a ser também missionários, à medicina associaram a confiança no poder da oração e a muitos levaram a saúde do corpo e da alma.
       Como tantos outros homens e mulheres, também Cosme e Damião foram vítimas da
perseguição de Diocleciano. Forma presos, pelo ano 300 da era cristã, sendo considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios diabólicos para disfarçar as curas. Em resposta à acusação, a sua resposta é uma profissão de fé, clara e decidida: "Nós curamos as doenças, em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder!"
       Quanto aos deuses, proclamados em nome do Imperador, e cuja a adoração os libertaria da prisão e da morte, eles respondiam com firmeza: "Teus deuses não têm poder algum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!"
      Foram decapitados no ano de 303. São considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina.

Oração depois da Comunhão:
       Conservai em nós, Senhor, este dom que recebemos da vossa bondade, ao celebrarmos a memória dos santos mártires Cosme e Damião e fazei que ele seja para nós fonte de salvação e de paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Santo Agostinho, bispo

É preciosa a morte dos mártires cujo preço foi a morte de Cristo

Diante de tão gloriosas heroicidades dos santos mártires, com que floresce a Igreja por toda a parte, verificamos com os nossos próprios olhos quanto é verdadeiro o que cantámos: É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus fiéis; porque é preciosa aos nossos olhos e aos olhos d’Aquele por cujo nome se ofereceu.
Mas o preço destas mortes é a morte de um só. Quantas mortes terá resgatado a morte de um só, que, se não morresse, seria como o grão de trigo que não frutifica? Recordais as suas palavras, quando Se aproximava da paixão, isto é, quando Se aproximava da nossa redenção: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, permanece só; mas se morrer, dá muito fruto.
Ele fez realmente na cruz um grande negócio. Aí foi aberta a bolsa que tinha o preço do nosso resgate: quando o seu lado foi aberto pela lança do soldado, dele saiu o preço do mundo inteiro. Foram resgatados os fiéis e os mártires; mas a fé dos mártires foi comprovada; o testemunho é o sangue derramado. Retribuíram o que tinha sido pago em seu favor, cumprindo o que diz São João: Assim como Cristo deu a sua vida por nós, também nós devemos dar a vida pelos irmãos. E noutro lugar diz se: Se te sentas a uma grande mesa, repara com atenção no que te servem, porque também tu deves preparar coisa igual.
Grande mesa é aquela em que os manjares são o próprio Senhor da mesa! Ninguém se dá a si mesmo aos convivas em alimento; isto fá-lo Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é quem convida, Ele é o alimento e a bebida. Compreenderam bem os mártires o que comeram e beberam, para retribuírem de igual modo.
Mas com que retribuiriam eles, se Aquele que foi o primeiro a pagar não lhes desse com que retribuir? Que retribuirei ao Senhor por tudo quanto me concedeu? Tomarei o cálice da salvação. Que cálice é este? É o cálice da paixão, amargo mas salutar, o cálice em que o doente recearia tocar, se o médico não bebesse primeiro. Ele próprio é este cálice; reconhecemos este cálice pelas palavras de Cristo, quando dizia: Pai, se é possível, afaste se de Mim este cálice. Do mesmo cálice disseram os mártires: Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor.
E não temes que para isso te faltem as forças? Não, responde o mártir, porque invocarei o nome do Senhor. Como poderiam os mártires vencer, se não vencesse nos mártires Aquele que disse: Alegrai-vos, porque Eu venci o mundo? O Senhor dos Céus dirigia o espírito e a palavra deles; por eles vencia o demónio na terra e coroava os mártires no Céu. Oh bem aventurados aqueles que assim beberam deste cálice! Terminaram as dores e receberam as honras.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

"Nunca escondais Deus e nunca vos escondais de Deus"

       No dia 21 de janeiro, segunda-feira, o Sr. Bispo D. António, juntamente com o Sr. Vigário-Geral, Pe. Joaquim Dias Rebelo, tinha hora marcada com os sacerdotes mais jovens desta nossa Diocese de Lamego, da parte da manhã na Casa de São José.
       O limite: sacerdotes ordenados desde o ano 2000. Ao todo estávamos 23 sacerdotes, sendo eu o mais antigo, de 2000, nascido e batizado na paróquia de São Pedro de Penude e o primeiro a ser ordenado na Diocese por D. Jacinto Botelho, e o mais recente, em julho passado, o Pe. Ricardo Barroco, nascido e batizado na paróquia de São Pedro de Penude, o primeiro a ser ordenado na Diocese por D. António Couto. Outra curiosidade, dois sacerdotes a servir em duas Dioceses vizinhas, Bragança-Miranda e Aveiro.
(A imagem não corresponde à notícia. Esta foi tirada na passagem de D. António Couto, por Tabuaço, na Santa Casa da Misericórdia, aquando da bênção das obras do santuário do Sabroso)

D. António Couto, depois da oração - Hora Intermédia - sugeriu-nos alguns aspetos para meditar, começando por evocar a virgem emártir Santa Inês, que a Igreja celebra neste dia.

       MEDITAR - médico, medicina... Meditar a Palavra de Deus para curar a nossa vida.
       Deus escreve em nós. Escreve o Perdão. "Nunca escondais Deus e nunca vos escondais de Deus"
       O último texto de Deus é a CRUZ. Na Cruz está escrita a nossa estupidez, mas está também escrito o nosso perdão. O AMOR é mais forte que a nossa estupidez.
       A nossa MISSÃO é EXPOR Deus e expormo-nos a Deus.
       Segundo PIO XII a maior heresia do século XX é o ATIVISMO - Eu em movimento. É nosso. É meu. Sou EU o centro. Sou eu que faço.
       No último Síndo dos Bispos sublinou-se precisamente que a Igreja não é chamada tanto a FAZER mas sobretudo a DAR A CONHECER o que Deus fez - REZAR (dar a conhecer o que Deus fez/faz).
       Um encontro leva tempo... 
       SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO - por aí passa a plenização do nosso sermos cristãos e sacerdotes.
       REZAR - dizer a história de Deus connosco. A Palavra de Deus é o que está antes da História.
       LITURGIA das HORAS - viver todas as horas... encher os nossos dias com a Palavra de Deus.
O que mais importa é NÓS estarmos disponíveis...
       O trabalho não deve ser o meu dono. Daí a importância do descanso e do DOMINGO... importa não me deixar dominar pelo trabalho.
       DEUS nunca é HABITUAL, sempre nos surpreende.
       O ESSENCIAL - oração/meditação.

       Houve depois tempo para diálogo, refletindo algumas vivências paroquais, seguindo-se almoço de confraternização. Mais uma oportunidade de refletirmos DEUS e o ministério sacerdotal.