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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A minha casa celestial

       Era uma vez um homem muito rico que amava mais as riquezas que as pessoas. Não era mau, mas boas ações eram poucas.
       Um dia morreu e foi recebido por São Pedro à porta do Céu. Deus teve misericórdia dele e admitiu a sua entrada.
       Um anjo cicerone acompanhou-o na visita a esta nova cidade onde moram os santos. O rico, ao ver uma morada muito bela, perguntou ao anjo:
       - Quem mora ali?
       O anjo respondeu:
       - É o Ricardo, o seu motorista que morreu o ano passado.
       O rico ficou pasmado: "Ora o Ricardo com uma casa destas!"
       Mais adiante apareceu uma outra moradia ainda mais bela. Ele perguntou:
       - E quem mora aqui?
       O Anjo respondeu:
       - Aqui é a casa da Senhora Ana, que foi sua cozinheira.
       O rico pensou: "Se os meus empregados têm no Céu vivendas tão bonitas, a minha deve ser um palácio!"
       O Anjo, depois desta visita ao Céu, parou diante de uma barraca construída com tábuas e placas de zinco. O anjo disse-lhe:
       - Esta será a sua casa para sempre.
       O rico ficou indignado:
       - Como é possível que eles tenham tão belas moradias e a minha seja tão pobre?
       O anjo explicou:
       - Nós aqui no Céu construímos as casas com os materiais que as pessoas nos enviam da terra. O senhor só enviou isto! Para perceber melhor, explico-lhe que os materiais das casas do Céu são as boas obras. Cada atitude de bondade, de perdão, de ajuda, de consolação, de amizade, de paz, é como que um tijolo de primeira qualidade.

in Juvenil, novembro 2013.

sábado, 2 de novembro de 2013

Jesus Cristo é o olhar que nos guia ao CÉU

       Para nós cristãos, Jesus Cristo é o Reino de Deus, encarnado na história e no tempo, é o nosso Céu, é n'Ele, com Ele e por Ele que vamos ao Pai, que entramos na eternidade.
       Do mesmo modo que é a Ressurreição e a Vida, o nosso Céu, podemos também dizer que Jesus é o nosso Purgatório, entendido aqui positivamente como purificação e preparação para o encontro com Deus e não como castigo.
        Ao celebrarmos a solenidade de Todos-os-Santos - aqueles que se encontram na glória de Deus Pai -, e logo depois a Comemoração dos Fiéis Defuntos - aqueles que se encontram em (no) Purgatório -, somos interpelados pelos bens últimos, pela ESPERANÇA de salvação.
       A Igreja Católica, e assim o professamos no CREDO, crê na misericórdia infinita  de Deus que nos orienta para o Céu, mas também na possibilidade de escolhermos a nossa vida à margem ou contra Deus - Inferno -, e num estado intermédio, o Purgatório: a caminho do Céu, do encontro definitivo com Deus Pai, mas ainda necessitados de purificação, para que nos apresentemos limpos de toda a mácula.
       O PURGATÓRIO, no entanto, não é um lugar físico, uma antecâmara do Céu, ou o Hall de entrada para o Céu. É um estado do nosso ser pessoa. Nem um tempo cronológico, mas um tempo teológico, ou seja, já faz parte da eternidade de Deus.
       A nossa natureza ascendeu para junto de Deus Pai. Jesus Cristo na ressurreição/ascensão ao Céu, colocou a natureza humana à direita do Seu e nosso Pai. Como nos diz a Sagrada Escritura, quem vir o rosto de Deus morrerá, tal é a luminosidade de Deus, ferirá de morte todos os que d'Ele se aproximarem em tão grande proximidade.
       Quando estamos preparados, entrámos na glória da Ressurreição. Se o nosso olhar ainda não está suficientemente preparado/purificado, precisamos, nesse caso, de nos prepararmos. Como? Pela oração, pelo sacrifício supremo da nossa fé - a EUCARISTIA. É Jesus Cristo que nos conduz, que nos guia, que nos leva a Deus - "ninguém vai ao Pai senão por Mim -.
       É o nosso Purgatório, é Ele - verdadeiro Deus e verdadeiro Homem - que faz a ponte, em comunhão com a nossa natureza humana, purifica-a e introdu-la na natureza divina.
       Vejamos um exemplo: quando saímos de um compartimento escuro para a claridade do dia, ficámos "como" que cegos. E se tentarmos olhar directamente para o Sol ficamos cegos momentaneamente, e podemos ficar com ferimentos na vista. Deus é o nosso SOL, e, assim, só quando estamos verdadeiramente luminosos ascendemos à Sua presença. Para olharmos para o sol, abrimos pouco a pouco os olhos, colocamos uma mão à frente, paramos um pouco para nos habituarmos a tamanha claridade, ou pomos óculos do sol.
      Jesus Cristo desempenha a função de óculos de Sol, na nossa aproximação à luminosidade de Deus Pai - através d'Ele purificamos o nosso olhar, a nossa alma, para chegarmos ao Céu, para vermos Deus face a face. Ele é, nesta perspectiva, o nosso Purgatório, enquanto nos prepara/purifica para a Glória eterna de Deus.
       Como é imenso e incomensurável o MISTÉRIO de DEUS!
       Peçamos-Lhe o Espírito de Sabedoria para entendermos mas sobretudo para vivermos, aproximando-nos de Jesus Cristo, preparando-nos com Ele, para ascendermos com Ele até ao Pai do Céu.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Wm. Paul Young - A Travessia

PAUL YOUNG, A Travessia. Porto Editora. Porto 2013. 304 páginas.
       Há tempos recomendávamos o bestseller deste autor "A CABANA", livro que é uma prenda para os filhos, pelo Natal, e cujo enredo convoca ao perdão, à reconciliação com o passado, enfrentando medos e adversidades com esperança, na certeza que Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, nos guia, nos leva pela mão mesmo quando as coisas não correm bem. A morte da filha quebra todas as seguranças, mas há que descobrir o mistério amoroso de Deus. É um livro envolvente.
        Hoje recomendámos A TRAVESSIA. Insere-se em contexto semelhante. A vida e a morte. O sofrimento e a alegria. A dúvida, a incerteza, o egoísmo. A beleza, a generosidade, o amor e o perdão. Esta vida e a vida a caminho da eternidade. De algum modo é um tema que está em voga com o aparecimento de testemunhos que falam da vida para lá da vida, em estado de coma e que insinuam, sinalizam, abrem para o mistério do pós-morte. São disso exemplo: O Céu existe mesmo ou Uma prova do Céu, que relatam "a viagem" durante o estado do coma e o regresso ao mundo da história e do tempo, trazendo uma mensagem de paz, de esperança, renovando a confiança em Deus e nos Seus desígnios.
       A Travessia é romance mas que toca o mistério da vida além da vida. A vida num estádio intermédio (Purgatório?), a proximidade da eternidade.
       Um homem de negócios cuja morte do filho deixa destroçado. Acabará por perder a esposa, com quem casa duas vezes, mas a quem repudia, fazendo-lhe a vida negra. E a filha a quem nunca abraçou com medo de a perder. Nunca tivera a coragem de lhes comunicar sentimentos. Distante e frio. A sua infância não tinha sido fácil. Órfão, passando em famílias de acolhimento, acabou por ser separado do irmão mais novo, distanciando-se dele.
       Paranóico até dizer chega. A relação com as pessoas baseia-se no lucro que lhe podem trazer. Não confia em ninguém. A determinado momento vê-se a riscar os nomes das pessoas em quem confia. Um dos nomes que não risca é o de Jesus. Altera constantemente o testamento. O último deixava tudo aos gatos, pondo de fora a ex-mulher, a filha e o irmão.
       Tem um AVC. Uma réstia de fé leva-O a Jesus. A Deus Pai que é uma menina vestida de azul. Ao Espírito Santo que é uma Avó índia. Com Deus, três pessoas, mas um Ser divino uno, vai encetar um diálogo que o vai ajudar a derrubar muralhas que criou, vai descobrir que Deus o ama, mas que há outras pessoas que o amam, apesar do mal que lhes fez. A mulher. A filha. O irmão. O seu "eu" vai ter oportunidade de entrar no corpo de uma criança, com o síndrome de Down e depois passar para outras pessoas. Na travessia terá oportunidade de corrigir o mal feito, de se redimir, de mudar a vida daqueles com quem contacato, curando feridas, restabelencendo a confiança.
        Vai descobrir a pureza e a beleza dos sentimentos que abafou em si. Mais vale tarde que nunca.
       O livro é também uma dádiva do autor à sua esposa, aos filhos e aos netos (6, para já...).

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Quando o amanhã começar sem mim

       Belíssimo poema que Eben recebe de sua irmã biológica, sobre a sua outra irmão biológica já falecida e que encontrou do outro lado (em UMA PROVA DO CÉU):
"Quando o amanhã começar sem mim" ( David M. Romano, / 1993)

Quando o amanhã começar sem mim,
E eu não estiver lá para ver,
Se o sol nascer e encontrar seus olhos
Cheios de lágrimas por mim,

Eu gostaria que você não chorasse
Da maneira que chorou hoje,
Enquanto pensava nas muitas coisas
Que deixamos de dizer.

Sei quanto você me ama,
E quanto amo você,
E cada vez que você pensa em mim,
Sei que sente a minha falta.

Mas quando o amanhã começar sem mim,
Por favor, tente entender
Que um anjo veio e chamou meu nome,
Tomou-me pela mão
E disse que meu lugar estava pronto
Nas moradas celestiais
E que eu tinha de deixar para trás
Todos os que eu tanto amava.

Mas quando me virei para ir embora
Uma lágrima escorreu-me pela face
Por toda a vida eu pensei
Que não queria morrer.
Eu tinha tanto para viver,
Tanta coisa por fazer,
E pareceu quase impossível
Que eu estivesse indo sem você.

Pensei em nossos dias passados,
Nos dias bons e nos dias ruins,
Em todo o amor que vivemos,
Em toda a alegria que tivemos.

Se eu pudesse reviver o ontem
Ainda que só por um instante,
Eu diria adeus e lhe daria um beijo
E talvez visse você sorrir.

Só então descobri
Que isso não aconteceria,
Pois o vazio e as lembranças
Ocupariam meu lugar.

Quando pensei nas coisas deste mundo
Vi que posso não voltar amanhã,
Então pensei em você
E meu coração se encheu de dor.

Mas quando cruzei os portões do céu
Eu me senti em casa
Quando Deus olhou para mim e sorriu
De seu grande trono dourado,

Ele disse:

"Isto é a eternidade
E tudo o que lhe prometi.
Agora sua vida na Terra é passado
Mas aqui uma vida nova começa.
Eu prometo que não haverá amanhã,
Mas que o hoje durará para sempre.
E como todos os dias serão iguais,
Não haverá saudades do passado.
Você foi tão fiel
Tão confiável e verdadeiro,
Embora tivesse feito coisas
Que sabia que não deveria.
Mas você foi perdoado
E agora finalmente está livre.
Então que tal me dar a mão
E compartilhar da minha vida?"
Logo, quando o amanhã começar sem mim,
Não pense que estamos separados,
Pois todas as vezes que pensar em mim,
Eu estarei dentro do coração.

in EBEN ALEXANDER. Uma prova do Céu.

Dr. Eben Alexander - Uma prova do Céu

EBEN ALEXANDER. Uma prova do Céu. Testemunho de neurocirurgião sobre a vida além da morte. Lua de Papel. Alfragide 2013, 200 páginas.
       Um neurocirurgião que passa por uma experiência de quase morte. 10 de novembro de 2010. Uma dor aguda, do outro mundo, convulsões, revirar de olhos, desmaio, fá-lo parar nas Urgências de um hospital onde já trabalhou. 7 dias em coma. Quatro dias é o tempo além do qual não há regresso possível ou a haver a pessoa ficará num estado vegetativo ou com muitas mazelas mentais e físicas. Ao sétimo dia a esperança, do lado de cá, está no fim. É tempo de reunir e desligar as máquinas. A família toma consciência disso. Os médicos prolongaram esta decisão para lá do tempo.
       Entretanto, do outro lado, o Dr. Alexander vive uma experiência extraordinária. Sem saber é conduzido pela irmã biológica, que já tinha morrido. Como tinha sido adotado, não reconhece a irmã, mas apenas uma figura luminosa, cheia de bondade. Descobrirá, quando outra irmã biológica lhe enviar uma foto. Ascende ao Céu, guiado por um som, música celestial, onde tudo é paz, harmonia. É um mundo ultrareal. Contacta com Deus, não Lhe vê o rosto mas sabe que é Deus. Está finalmente em paz.
       A sua experiência é muito semelhante a outras que ele já tinha escutado de pacientes mas sem grande crédito, com diversas explicações que a ciência tenta dar. Ainda que não haja respostas definitivas, a ciência abre as portas a um fenómeno que por ora não tem explicação. O Dr. Alexander encontra a explicação que falta à ciência no outro lado.
       À volta da sua cama, durante sete dias, sempre pessoas, que não lhe largam a mão. Um dos filhos, o mais novo, ao sétimo dia, e enquanto a equipa médica, com a família, decide interromper os tratamentos, salta em cima da cama, abre as pálpebras, garantindo ao pai que vai ficar bom. De repente abre os olhos. Junta-se a mãe/esposa, e os médicos. Responde aos presentes: estou bem. Que é que aconteceu, porque é que está aqui tanta gente? O cérebro reiniciou funções. Nas horas e dias seguintes haverá uma grande confusão na sua mente. Pouco a pouco recuperar totalmente, preparando-se para falar do outro mundo, da luz à qual foi conduzido. Da verdade revelada: És amado. O envio: ainda és necessário. Tens de regressar. Alguém precisa de ti.
       O filho mais velho recomenda que antes de ler outros testemunhos e para ser levado a sério que escreva tudo o que se lembra e só depois confronte com outros testemunhos. É o que faz.
       O livro resulta desta experiência de 7 dias em coma profundo, em que a infecção por E. Coli, que dificilmente afeta os adultos, lhe provocaria a morte, ou o deixava com grandes sequelas físicas e mentais, afinal revela-lhe o Céu, a eternidade, e que a consciência sobrevive para lá do corpo, depois da morte, já sem fronteiras. Como em outros casos é difícil traduzir em palavras humanas a grandeza e a beleza das experiências sobrenaturais.
       Um dos livros mais conhecidos sobre experiências de quase morte é A vida depois da Vida, de Raymond Moody, que que resultou em documentários televisivos. Já recomendámos outros testemunhos: O Céu existe mesmo, um menino que regressa do Céu, ou A Cabana, de Paul Young, uma história que relata uma história semelhante.
       Ao longo dos tempos, muitos tentam compreender estes fenómenos. Para uns, é uma das formas do cérebro lidar com situações extremas. Para outros, é uma prova ou um indício que a consciência sobrevive à morte. Há vida para lá da morte.
       Uma última palavra para sublinhar a perspetiva católica sobre o Céu. Fé na vida eterna. Pessoas ou santos que viveram experiências místicas e que relatam visões, de Jesus, de Nossa Senhora, de Anjos, do Céu, do Inferno e/ou Purgatório, como no caso dos Pastorinhos de Fátima. Em todo o caso, a Ressurreição coloca-nos no plano da fé. A prova é sobretudo um indício, uma porta aberta, uma luz que nos guia. Uma coincidência da qual Deus se serve para manifestar a Sua vontade e a Sua presença. Nunca poderá ser visto como uma prova irrefutável. A fé é DOM, não é clarividência física e/ou científica. Deixaria de ser fé, para ser uma realidade demonstrável.
       Este livro traz um excelente testemunho de fé na vida eterna, do Amor que Deus nos tem. Mostra também a força da oração e como a própria cura necessita de algo mais que medicamentos, a presença dos amigos, a reconciliação consigo mesmo. É uma leitura envolvente.

Visite também: São as vozes que mandam

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Papa Francisco - sobre o idoso

Bergoglio:
       "São muitos os que abandonam quem lhes deu de comer, quem os educou, quem lhes limpou o traseiro. Dói-me, faz-me chorar por dentro. E nem vale a pena falar daquilo a que chamo eutanásia encoberta: o tratamento indevido dados aos idosos nos hospitais e nas instituições de assistência social, a quem não dão os medicamentos e a atenção de que necessitam. O idoso é o transmissor da história, que nos traz lembranças, a memória do povo, da nossa pátria, da família, de uma cultura, de uma religião...
       Com setenta e quatro anos estou prestes a começar a velhice. Não resisto. Estou a preparar-me e queria ser como o vinho envelhecido, não vinho passado. A amargura do idoso é pior do que qualquer outra, porque não tem retorno. O idoso é chamado à paz, à tranquilidade. peço essa graça para mim.
       ... Olhar para um idoso é reconhecer que esse homem fez o seu caminho até mim. Há um desígnio de Deus que caminha com esta pessoa, que começou com os seus antepassados e que continua com os seus filhos. Quando acreditamos que a história começa connosco, começamos a não honrar o idoso...

in JORGE BERGOGLIO e ABRAHAM SKORKA, Sobre o Céu e a Terra.

Papa Francisco e Skorka - sobre a MORTE

Bergoglio:
       "A morte é um despojamento, por isso se vive com angústia. Estamos agarrados à vida e não queremos ir, temos medo. E não há imaginação do além que nos liberte disso. Até o mais crente sente que o estão a despojar, que tem de abandonar parte da sua existência, da sua história. São sensações intransferíveis. Talvez aqueles que estiveram em coma tenham percebido alguma coisa. Nos Evangelhos, o próprio Jesus, antes da oração no Monte das Oliveiras, diz que a sua alma sente angústias de morte. Tem medo do que O espera, está escrito. Segundo os relatos evangélicos, morre recitando o salmo XXI: «Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste». Disso ninguém se salva. Eu confio na misericórdia de Deus, que é benévolo. Digamos que não é uma angústia com anestesia, mas com capacidade para a suportar.
Skorka:
       "É muito angustiante saber que o tempo é limitado, e mais ainda não saber onde reside o limite. É terrível pensar que a nossa existência é um absurdo da natureza e nada mais, que tudo termina inexoravelmente na morte. Desta forma, a vida não teria sentido, nem os valores nem a justiça... Seria um pensamento extremo. Restam duas possibilidades: para aquele que não quer abordar o tema de Deus, a natureza humana tem um sentido intrínseco, a mensagem de bondade, de justiça, passa de geração em geração, e nós, que temos fé em Deus, evidentemente acreditamos que uma centelha de Dele está em nós e que a morte não é mais do que uma mudança numa situação.
Bergoglio:
       "... Caminhar é uma responsabilidade criativa no sentido de cumprir com o mandamento divino: crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Os primeiros cristãos associavam a imagem da morte à da esperança e usavam a âncora como símbolo. Então, a esperança era a âncora que mantínhamos cravada na margem, e com a corda íamo-nos agarrando para avançar, sem nos desviarmos. A salvação reside na esperança, que se nos irá revelar plenamente, mas, entretanto, mantemo-nos agarramos à corda e fazemos o que achamos que temos de fazer. São Paulo diz-nos «Em esperança, estamos salvos»...
       É a esperança que estrutura todo o nosso caminho. O perigo é apaixonarmo-nos pelo caminho e perdermos a meta de vista, e outro perigo é o quietisno: ficar a olhar a meta e não fazer nada pelo caminho...

in JORGE BERGOGLIO e ABRAHAM SKORKA, Sobre o Céu e a Terra.

domingo, 23 de junho de 2013

Abraham Skorka - sobre o fundamentalismo


Skorka:
       "Temos que honrar Deus através da liberdade e honrando o outro. Deus diz que tenho de respeitar o próximo como a mim mesmo. Quando um judeu reza todos os dias, a oração começa assim: «Deus nosso e Deus de nossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob...» Por que motivo é necessário repetir o vocábulo antes de cada Patriarca? Porque cada um deles se relacionou de maneira diferente com Ele. Ninguém pode impor uma verdade sobre o outro, arbitrariamente. Esta deve ser ensinada, induzida, e cada um expressará essa verdade à sua maneira, no seu sincero sentir, algo que o fundamentalismo rejeita.
       Como o outro não vive como eu acredito que Deus diz que terá de viver, então posso matá-lo. Este é o extremo do fundamentalismo...

in JORGE BERGOGLIO e ABRAHAM SKORKA, Sobre o Céu e a Terra.

Papa Francisco - sobre Deus e o homem com-criador

Bergoglio:
       ... transformar o tronco numa mesa...  o trabalho do homem face a Deus e face a si mesmo deve manter-se numa tensão constante entre a dádiva e a tarefa. Quando o homem fica apenas com a dádiva e não realiza a tarefa, não cumpre a sua ordem e permanece primitivo; quando o homem se entusiasma demasiado com a tarefa, esquece-se da dádiva, cria uma ética construtivista: pensa que tudo é fruto das suas mãos e que não há dádiva. É aquilo a que eu chamo a síndrome de Babel..

Skorka:
       ... O Midrash diz que Deus se aborreceu pelo facto de os construtores se importarem mais por perder um tijolo do que por dessa altura poder cair um homem...

in JORGE BERGOGLIO e ABRAHAM SKORKA, Sobre o Céu e a Terra.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Papa Francisco - sobre o diálogo

Jorge Bergoglio:
       ... Por momentos, chegamos a identificar-nos mais com os construtores de muralhas do que com os de pontes. Faltam o abraço, o pranto e a pergunta pelo pai, pelo património, pelas raízes da pátria. Há falta de diálogo...
        O diálogo nasce de uma atitude de respeito pela outra pessoa, de uma convicção de que o outro tem algo de bom para dizer, pressupõe criar espaço no nosso coração para o seu ponto de vista, para a sua opinião e para a sua proposta. Dialogar implica uma receção cordial, e não de uma condenação prévia. Para dialogar teremos de saber baixar a guarda, abrir as portas de casa e oferecer calor humano.
       São muitas as barreiras que diariamente impedem o diálogo: a desinformação, a intriga, o preconceito, a difamação, a calúnia. Todas estas realidades constituem um certo azedume cultural, que sufoca qualquer abertura aos outros. E assim se trava o diálogo e o encontro.

in JORGE BERGOGLIO e ABRAHAM SKORKA, Sobre o Céu e a Terra.

domingo, 16 de junho de 2013

Papa Francisco - Deus encontra-nos no caminho

Bergoglio:
       "Excelente palavra «caminho»! Na experiência pessoal de Deus não posso prescindir do caminho. Diria que a Deus encontra-se caminhando, andando, quando O procuramos e deixamos que Ele nos procure. São dois caminhos que se encontram. Por um lado, o nosso, que O procura, impulsionado por este instinto que flui do coração. E depois, quando nos  encontramos, apercebemo-nos de que Ele já nos procurava, de que já nos precedeu. A experiência religiosa primordial é a do caminho: «Caminha até à terra que te irei indicar» (Gen 12,1). É uma promessa que Deus faz a Abraão. E, nessa promessa, nesse caminho, estabelece-se uma aliança que se vai consolidando ao longo dos séculos. Por isso digo que a minha experiência com Deus tem lugar no caminho, na procura, no deixar que me procurem. Pode ser por diversos caminhos: o da dor, o da alegria, o da luz, o da escuridão.

in JORGE BERGOGLIO e ABRAHAM SKORKA, Sobre o Céu e a Terra.
Sobre Deus: ver em Livraria FUNDAMENTOS

domingo, 2 de junho de 2013

Papa Francisco - sobre o Céu e a Terra

        Depois da Sua eleição, no passado dia 13 de março, tem surgido diversos escritos do atual papa Francisco. Era expectável, que muitos procurassem de imediato saber o que já disse, fez, o que escreveu, as mensagens mais emblemáticas, gestos mais relevantes, acontecimentos mais transformadores, e, claro, para outros, ver o que poderia gerar crítica ou escândalo.
       Começamos por sugerir uma primeira leitura, juntando as primeiras palavras de Francisco, com as últimas de Bento XVI: BENTO XVI, Embora me retire continuo unido a vós. Discursos de Bento XVI e SAVERIO GAETA. Papa Francisco. A vida e os desafios. Este constitui uma primeria abordagem biográfica de Jorge Bergoglio, agora Papa Francisco, com algumas citações de frases, intervenções, mensagens, homilias...
       Mais completo, quanto aos temas tratados, a célebre entrevista ao então Cardeal Jorge Bergoglio, assumindo o título "O Jesuíta", que recebeu nova edição: SERGIO RUBIN e FRANCESCA AMBROGETTI, Papa Francisco. Conversas com Jorge Bergoglio.
       Este título que agora apresentamos é um extraordinário encontro de um cristão e de um judeu, um cardeal e um rabino, num diálogo muito profícuo, com muitos pontos de contacto, de respeito, admiração, humildade, mostrando que a sabedoria leva à concórdia e a buscar o que verdadeiramente é ponte para os outros. Para haver diálogo é inevitável e necessário que cada um se apresente com os seus princípios, ideias, convicções, com abertura, não para desistir da sua identidade, mas para a enriquecer com as convicções dos outros. Se há pura cedência de uma das partes, não há diálogo. Se há imposição também não. Mas se existe humildade é possível encontrar pontos de contacto que ajuda a entender o mundo e a humanidade, procurando soluções ou pelo menos caminhos.
JORGE BERGOGLIO e ABRAHAM SKORKA, Sobre o Céu e a Terra. Clube do Autor. Lisboa 2013, 224 páginas.

       O então cardeal Jorge Bergoglio e Abraham Skorka já se tinha encontrado em diversas ocasiões, tornando-se amigos, abordando diversos temas da fé, da vida, da política. Inclusive, já tinham escrito prefácios para livros um do outro. Por que não colocar por escrito os diálogos entre ambos.
       Este livro nasce dessa vontade comum de partilhar com outros as conversas tidas ao longo dos anos, sinalizando desde logo que é possível, e até necessário, que pessoas de diferentes credos, comungarem o essencial da vida.
       São variados os temas: sobre Deus, o Diabo, a oração, a culpa, a morte, a eutanásia, o aborto, a mulher, os idosos, o fundamentalismo, o divórcio, a política, a educação, o dinheiro, a pobreza, sobre o holocausto, sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo, sobre o conflito israel-árabe, ou sobre a evolução política e social da Argentina.
       Muito clarificador. Mais um livro que se lê com muito agrado, quer nas intervenções do atual Papa, quer nas palavras do rabino Skorka. Com sabedoria e simplicidade, numa abordagem que desafia, e envolve, pois traz a experiência de vida de cada uma dos intervenientes.
       Por outro lado, e no que diz respeito ao Papa Francisco, pode constatar-se que a mensagem que tem chegado ao mundo inteiro é genuína, não surge de repente, é fruto da vida, da experiência, do estudo, da oração, de milhentas situações concretas. Lendo o Jesuíta, ou lendo este (bom seria ler os dois títulos - já há outros) fica-se a conhecer bem melhor o pensamento de Francisco, os seus gestos e as suas mensagens sobre humildade, serviço, pobreza, diálogo, pontes em vez de muros.

       No Youtube podem encontrar-se outras conversas, do Papa com Abrahm Skorka:

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

E o Céu não tem fronteiras...

       O Céu é o próprio Deus, o seu estar, a sua Glória indizível. Simbolicamente, os céus estão acima de nós, são aquilo que nos cobre, representam, no fundo, o teto, a dança festiva, o horizonte escatológico da nossa própria existência. Sabemos que, sobre todos os lugares, existe o Céu. Sabemos que o Céu não nos cobre apenas nos dias de alegria, mas também nos tempos de tristeza e sofrimento. Nas horas de encruzilhada, em que a esperança parece diminuta. Sabemos que nenhum lugar tem mais Céu que outro. O santuário não tem mais Céu do que o lugar onde trabalhamos, onde nos comprometemos, na ação e na fadiga, com a nossa profissão e nos nossos serviços... Sobre o teto acolhedor não existe mais Céu do que sobre a estrada solitária que atravessámos.
       E o Céu não tem fronteiras. Não temos, no fundo, de falar outra língua, não temos de realizar nada de especial, porque o Céu é aquilo que nos cobre continuamente.

Pe. José Tolentino de Mendonça, Pai-nosso que estais na terra.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Parábolas sobre o Céu e o Inferno

       Quando frequentava o sétimo ano de escolaridade, há uns anos largos, o Livro de EMRC, trazia uma pequena história/parábola sobre o céu e o inferno:
Dois burros presos um ao outro, com dois fardos de erva, de cada lado. Cada um puxava para o seu monte e a corda não dava para que os dois chegassem ao respectivo monte em simultâneo. Cada um procurava comer do monte de erva que tinha pela frente. Resultou infrutífero. Era o inferno. Numa situação posterior, os dois burros juntaram-se e comeram primeiro de um monte e depois do outro. É o Céu. A partilha leva-nos a lucrar a todos. O egoísmo prejudica-nos a todos.
Uma outra parábola, recolhida sobre esta temática, cuja origem desconhecemos:
Pessoas com um rico manjar pela frente, à base de arroz. Uma condição: para comerem tinham que usar os pauzinhos (comer como os chineses), com dois metros de cumprimento. Cada qual tentava comer o seu manjar, sem se preocupar com o outro, apenas com a preocupação de não deixar nada. Nenhum conseguia comer. Era o inferno. A outra situação mostrava o mesmo manjar delicioso, com as pessoas, alegres e sorridentes, a estenderem a comida à pessoa que tinham à sua frente. Era o Céu. Todos conseguiam comer, saborear, apreciar o outro a comer!!! Partilha e solidariedade.
       Por vezes pequenas gestos decidem a vida e podem alterar o mundo que nos envolve. A atitude é fundamental. Uns diante das imensas dificuldades que a vida lhes coloca, lutam, lutam até vencerem. Outros, com tantas oportunidades mas que não mexem uma palha. Deixam como está. Mas como a história é dinâmica, deixar como está é contribuir para tornar o mundo pior.
       Não cabe aos outros decidir. Cabe a cada um de nós. A felicidade bate-nos à porta, tantas vezes, de tantas maneiras diferentes, em ocasiões diversas. escolhamos ser felizes com os outros. Se ainda assim for difícil, deixemo-nos surpreender por Deus...

Outros textos sobre esta temática, neste nosso blogue.
Ao procurarmos uma imagem que ilustrasse este post, encontramos a segunda imagem também blogada e talvez mais fiel à parábola original, aqui!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Deus é maior que os problemas

       Fiel até ao último dia... eu não vou morrer na praia... vou alimentar todos os dias a esperança do céu no meu coração... quando não tiver mais forças, eu vou lembrar do Céu, eu vou pensar no Céu... eu não foi desistir... lutando, combatendo, enfrentando o que tiver que enfrentar... o Céu é o meu lugar... eu vou chegar ao final... fiel até ao último dia... não podemos guardar a graça para nós... não podemos economizar no talento que Deus nos deu...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O menino que dava o seu pão ao Menino Jesus

Vivia na cidade de Veneza um homem muito rico. Sua grande fortuna lhe permitia uma vida de luxo e comodidades, mas ele estava entristecido, sem poder desfrutar nada, pois todos os seus filhos morriam.

Tinha o coração triste, e nada o podia consolar. Com satisfação trocaria todas as suas riquezas pelos filhos, embora ficasse na miséria, mas com eles.

Um único filho pequeno lhe restava. Amedrontado com a idéia de perder também aquele, confiou-o ao abade de um mosteiro, convencido de que só a intervenção divina poderia conservar-lhe a vida.

O menino cresceu no mosteiro, em meio à dedicação de todos os monges, que gostavam dele e o atendiam. Sempre alegre, percorria os claustros ou brincava nos jardins, onde admirava as flores ou comia os frutos que colhia. Ele era o único menino ali.

Um dia, enquanto tomava sua merenda, entrou pela primeira vez na igreja, impressionando-se com a suntuosidade. Ficou admirando com grande curiosidade a imagem da Virgem, que tinha nos braços o Menino Jesus, e alegrou-se por encontrar ali outro menino como ele.

Parecendo-lhe que o menino devia também ter fome, sem ter o que comer, subiu ao altar e ofereceu sua merenda ao Menino Jesus.

Durante muitos dias continuou levando o seu pão, do qual separava a melhor parte para dá-la ao Menino Jesus. Ao cabo de um mês, o Filho da Virgem lhe disse:

— Não comerei mais do teu pão, se não quiseres ir comer comigo e com meu Pai celestial.

O menino ficou muito preocupado com essas palavras, e sem saber o que fazer para ir comer com o Menino Jesus. Não havia dito nada aos monges, e resolveu contar ao abade o que tinha feito nos dias precedentes, e que o Menino da Virgem agora se recusava a comer, até que ele o acompanhasse ao Céu.

O abade pediu-lhe que o deixasse ir em sua companhia, quando fosse atender ao convite celestial, e que fizesse esse pedido ao Menino seu amigo.

Naquela mesma tarde reuniu todos os monges e pediu que escolhessem seu sucessor, porque deixaria o cargo. Todos estranharam aquela decisão e a lamentaram, pois ele desempenhava muito bem a função, e todos o amavam. Mas não se atreveram a perguntar-lhe a causa.

À noite todos se recolheram, como de costume, e ao clarear o dia o abade e o menino se sentiram doentes. A doença se agravou, o médico foi chamado e diagnosticou em ambos a mesma doença, que era grave.

No mesmo dia morreram, com um sorriso nos lábios e banhados numa luz celestial, declarando aos monges que atendiam ao chamado para o banquete divino.

(Fonte: V. Garcia de Diego, "Antología de Leyendas de la Literatura Universal - Labor, Madrid, 1953)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

ORAÇÃO!

" Senhor... Que cada noite nos encontre ainda mais unidos... Faz senhor, das nossas vidas que quiseste unir paginas repletas com sua luz... Que nos esforcemos no consolo mútuo... Que façamos do amor um motivo para amar-te mais... Que possamos dar o melhor de nós mesmos para sermos felizes no lar... Que, o amanhecer do grande dia de irmos ao seu encontro, nos concedas estarmos unidos para sempre" (Dylma)

domingo, 31 de outubro de 2010

Solenidade de Todos os Santos - Desejar ir para o céu...


A solenidade de todos os Santos e Santas e a comemoração de todos os fiéis Defuntos espontaneamente elevam nosso pensamento e nosso coração para lá onde, também nós, um dia, estaremos. Trazemos em nosso íntimo, no mais profundo do nosso ser, o desejo do céu, e de sermos felizes.A liturgia de ambas as celebrações é um convite a fixarmos demoradamente nosso coração nas “coisas do alto”, onde se encontra a verdadeira felicidade (cf. Cl 3, 2). Deus é a Felicidade. A plenitude da felicidade acontece na contemplação de Deus face a face, na conquista da vida eterna: “Esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que enviaste” (Jo 17, 3).
Não basta sentir saudade de Deus, não basta ter saudade do céu. Não basta experimentar o desejo de ir para o céu. É preciso algo mais. Ao longo de nossa peregrinação de volta para a Casa do Pai, é necessário ter a coragem de usar bem a nossa liberdade. A liberdade deve ser uma conquista diária para o bem. A todo instante somos convidados a fazer o mal e solicitados a praticar o bem.
O Maligno usa todos os meios possíveis para nos desviar do caminho da felicidade. Sua maior vitória consiste em levar as almas para longe de Deus. Se o Maligno existe, devemos combatê-lo. Não podemos ficar indiferentes diante dos artifícios do autor do pecado. Jesus passou pelo mundo libertando os possessos e curando toda sorte de enfermidade (cf. Mt 9, 35). Cabe a nós dar continuidade a essa missão. Quiçá, não estejamos entre os que não reconheceram ou não acolheram ou não aderiram a Jesus Cristo... E, sim, entre os indiferentes, covardes, medrosos, omissos, isto é, entre os que não se apercebem de que o Mal realmente existe em nós, no mundo e na Igreja.
Cristo venceu o poder do Maligno – o maior obstáculo à felicidade -, derrotou a fonte de todo mal que é o pecado.
Rezando ao Pai: “não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”, também nós podemos levar uma vida livre do pecado, uma vida santa.
Assim, a festa de Todos os Santos e Santas é um convite à santidade, a sermos perfeitos como o Pai do Céu é perfeito (cf. Mt 5, 48). De nada adiantará nosso peregrinar, isto é, nossa vida não terá sentido, se nossos nomes não estiverem escritos nos céus (cf. Lc 10, 20).
Por intercessão de todos os Santos e Santas, queremos pedir ao Senhor e Autor de toda santidade que nos conserve fiéis ao Evangelho e nos dê a coragem do testemunho dos mártires, a fim de que sejamos testemunhas autênticas de Jesus Cristo.
Nos Santos e Santas, Deus mostra as imagens mais perfeitas de Jesus Cristo, a fim de que também nós, que ainda peregrinamos na fé, sejamos conduzidos a uma maior união com Cristo. “Como é santo aquele que vos chamou, tonai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está na Escritura: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pd 1,15-16).
“Ser santo” exige purificação de toda mancha da carne e do espírito (cf. 2 Cor 7,1). Significa estar revestido de Jesus Cristo.
Celebrando a santidade e recordando todos os que nos precederam no caminho do céu, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo nos dê um espírito de sabedoria e nos revele o que devemos “ser” e “fazer” para alcançarmos a morada dos santos (cf. Ef 1, 17). Que Ele abra o nosso coração à sua luz, para que saibamos qual a esperança que o seu chamamento nos dá, qual a riqueza da glória que está na nossa herança com os santos e santas (cf. Ef 1,17-18). Não há outro caminho para participarmos da liberdade dos filhos e filhas de Deus. Vale a pena buscar a verdadeira Felicidade.

Dom Nelson Westrupp

Retirado de "Grupo de Oração Rainha da Paz"

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A morada no céu

Um homem muito rico morreu e foi recebido no céu.

O anjo guardião levou-o por várias alamedas e foi
mostrando-lhe as casas e moradias.
Passaram por uma linda casa com belos jardins.
O homem perguntou: 'Quem mora aí?'
O anjo respondeu:
'É o Raimundo, aquele seu motorista que morreu
no ano passado.'
O homem ficou pensando:
Puxa! O Raimundo tem uma casa dessas!
Aqui deve ser muito bom!

Logo a seguir surgiu outra casa ainda mais bonita.
'E aqui, quem mora?' - perguntou o homem.
O anjo respondeu: 'Aqui é a casa da Rosalina,
aquela que foi sua cozinheira.'
O homem ficou imaginando que, tendo seus empregados
magníficas residências, sua morada deveria ser no
mínimo um palácio.
Estava ansioso por vê-la.
Nisso o anjo parou diante de um barraco construído
com tábuas e disse:
'Esta é a sua casa!'
O homem ficou indignado. 'Como é possivel!
Vocês sabem construir coisa muito melhor.'
'Sabemos - respondeu o anjo
- mas nós construímos apenas a casa.
O material são vocês mesmos que selecionam
e nos enviam lá de baixo.
Você só enviou isso!'

(autor desconhecido)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A doçura do Céu


Como deve ser maravilhoso o Céu. Tantas coisas bonitas lá deve haver. Porém a maior de todas as alegrias é poder contemplar Deus face-a-face. Vejamos este pequeno fatinho de São Francisco de Assis; o santo que ocupa o lugar de um Serafim no Céu; por isso é chamado de Santo Seráfico.

São Francisco de Assis, já muito debilitado do corpo, começou a pensar na desmesurada glória e gáudio dos bem-aventurados à vida eterna; e por isso começou a pedir a Deus que lhe concedesse a graça de experimentar um pouco daquele gáudio. E estando neste pensar, subitamente lhe apareceu um anjo com grandíssimo esplendor, o qual tinha um violino na mão esquerda e o arco na direita e, estando S. Francisco todo estupefacto pelo aspecto desse anjo, ele passou uma vez o arco sobre o violino, e subitamente tanta suavidade de melodia dulcificou a alma de S. Francisco e a suspendeu de todo sentimento corporal, que, segundo o que ele contou depois aos companheiros, não duvidava, se o anjo puxasse o arco para baixo, que pela intolerável doçura a alma se não partisse do corpo.


São Francisco de Assis, Editora Vozes, 1973, pp 142/143, retirado do blog "Almas Castelos"