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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Passado, presente, futuro: como viver o tempo?


Vive intensamente o presente
Enfrenta corajosamente a vida e não permitas que as dificuldades perturbem o teu fundo de serenidade.
Vive agora, já.
Intensamente.
Ao prosseguires o longo caminho para a paz interior, evita permanecer em perene conflito para tomar uma decisão, para fazer uma escolha.
É preciso viver o momento presente.
Prestar atenção às coisas diárias simples, e vivê-las com grande paixão.
Habituamo-nos a pensar sempre na situação que há de vir; por exemplo, pensa-se na noite em que se irá jantar fora com o parceiro, imagina-se de que modo acontecerá; ou, então, durante a semana, pensa-se no domingo, quando se for jogar golfe, nos resultados a que se chegará... Mas, depois, quando estivermos a cear ou a jogar golfe, precisamente nesses momentos, estaremos a pensar em como acabará o serão ou o que se fará depois da partida de golfe.
Nunca estamos parados no momento presente, na vivência da situação.
Com o tempo, perderemos a capacidade de viver intensamente, de viver com paixão.
Nunca conheceremos a serenidade. E, muito menos, a paz interior.
Não nos realizaremos verdadeiramente.
Na realidade, não teremos vivido.
Muitas vezes, no chamado tempo livre, em vez de se relaxar e de ter uma relação serena e libertadora com a natureza, o ser humano continua a pensar nos problemas de casa, de trabalho, etc.
Assim, não se vive na realidade, mas sempre na cabeça.
Deve-se viver o momento presente porque é o único que nos é concedido.
Perder-se no momento presente, excluindo o passado e o futuro que ainda não é.
Fugir do presente pode também ser um modo de fugir das suas responsabilidades.
Finalmente, ter medo do futuro não ajuda a enfrentá-lo melhor.
E mais: também cria alarme, ansiedade e angústia.
Apenas serve para amedrontar-nos.
Não há um momento certo para viver o presente.
O momento certo é viver agora!
Como diz a palavra «passado», o passado já não existe.
Porquê, voltar a ele?
Talvez por medo de viver o presente, para não assumir a responsabilidade de uma escolha.
O passado só pode acompanhar-nos ao longo da nossa viagem da vida.
Temos de fazer as pazes com o nosso passado.
Isto não significa que não o recordemos.
Só não podemos tê-lo diante de nós, porque nos paralisaria!
Não nos deixaria viver.
O truque é mantê-lo ao nosso lado.
Deste modo, tornar-se-á nosso aliado, ajudar-nos-á a não repetir os erros já cometidos.

Valerio Albisetti, Psicólogo, professor universitário,
In Felizes apesar de tudo, ed. Paulinas.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Valerio Albisetti - Escolher

O fazer deve estar sempre depois do pensar.
A ação nunca deve ser impulsiva, mas sempre acompanhada de um objetivo, inserida num projeto.
Nunca por reação! Quem reage não escolhe.
A capacidade de projetar, de criar, pertence à pessoa. Saber optar é típico da pessoa consciente.
Saber escolher permite que o meu homem avance ao longo do seu caminho de crescimento psicoespiritual.
Não vale a pena determo-nos por alguma coisa que não seja importante, por maledicências, por mexericos.
Lembra-te de que tens de morrer e logo darás o sentido certo às coisas.
Quem se deixa envolver demasiado pelo exterior não tem a sua existência nas suas mãos.
Além disso, saber escolher significa que se sabe dar prioridade às coisas que deverão ser feitas ao longo da jornada, como as situações a enfrentar, as pessoas a encontrar.
Por fim, saber escolher provém de um sentimento e de uma ação segundo o nosso eu analisado, não com uma taxa reduzida de neurose pessoal e aceite.
Infelizmente, muitas pessoas não escolhem, mas delegam noutros a escolha.
Mas viver plenamente só se for como primeira pessoa!
Esta é a condição humana.
Quem não vive na primeira pessoa não pode dizer que está vivo.
Saber escolher é uma capacidade, não se pode atingir gratuitamente, mas é o resultado de um exercício, de um percurso.
Só se chega lá através da prática, mediante o exercício.
Se cresceres em conhecimento e consciência, então poderás orientar melhor as tuas escolhas.
Todos os dias, o ser humano é inserido num fluxo contínuo de escolhas.
Mesmo quem julga que não escolhe, já está a escolher: escolhe não escolher.
Muitas são as pessoas que, em vez de assumir a responsabilidade de escolher e de tomar nas suas mãos a sua própria vida, preferem delegar noutros as suas escolhas.
Mas, ao fazerem assim, não vivem.
Creem que, ao não escolher, encontram a tranquilidade; mas, na realidade, morrem.
Creio que este é o mais grave pecado de um ser humano.
Vir à terra e não viver.
A mais terrível blasfémia.
Não realizar a sua tarefa.
Escolhe! Não adies para amanhã!
As coisas fazem-se ou não se fazem!
Se não se fazem, não são feitas; não adiadas.
É preciso viver a vida; não deixar-se viver pela vida.
Valerio Albisetti, in Felizes apesar de tudo, ed. Paulinas