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quarta-feira, 23 de março de 2022

D. António Couto - As Mulheres nas Cartas de São Paulo

D. ANTÓNIO COUTO (2022). As Mulheres nas Cartas de São Paulo. Gaeiras: Alêtheia Editores. 130 Páginas.


Há tempos, através da transmissão da Missa dominical, cuja segunda leitura trazia uma das cartas de São Paulo, em que falava da submissão de todos a Cristo, mas, na continuação da leitura, falava na submissão da mulher ao marido, como da Igreja a Cristo. Para quem ler o texto com honestidade, vê que a submissão, em lógica de amor e serviço, é recíproca. Ao marido é dito claramente que há de amar a mulher como ao seu próprio corpo, portanto, não se trata de o homem submeter a mulher, mas de amá-la como Cristo amou a Igreja e deu a vida por ela.
Mas logo surgiram algumas pessoas escandalizadas, multiplicando as partilhas e a polémica e, diria eu, evidenciando uma grande ignorância religiosa (bíblica). Para ajudar a clarificar os escritos de São Paulo, os genuínos e os que foram retocados. D. António resolveu colocar em pratos limpos a visão de São Paulo, bem como os acrescentos que foram feitos posteriormente.

“Dados os ‘apupos’ que se fizeram ouvir um pouco por toda a comunicação social e redes sociais por causa de um texto notável de São Paulo que, aparentemente, à primeira vista e audição, impunha à mulher submissão ao marido, resolvi também eu, ilustre Teófilo, examinar atentamente tudo e oferecer de forma ordenada e a quem o desejar, também ao mundo moderno, um percurso em que se mostra com suficiente clareza a maneira excecional como Paulo se relacionou com as mulheres concretas, com nome, que encontrou no seu caminho, e como refletiu sobre a sua condição e missão nas comunidades cristãs primitivas.
O leitor atento terá oportunidade de encontrar nas páginas que se seguem alguns dos textos mais emblemáticos e problemáticos que tanto espanto têm provocado. Terá oportunidade de os encontrar e de os compreender, e até de se surpreender e encantar com o excesso de sentido que deles emana.
É tempo de alguns preconceitos caírem, como caiu o muro de Berlim. O que não se espera, também pode acontecer.”

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Sofia Silva - SORRISOS QUEBRADOS

SOFIA SILVA (2018). Sorrisos quebrados. Lisboa: Editorial Presença. 256 páginas.
Há livros assim. E este é um daqueles livros assim: envolvente, fácil de entender e entrar no nosso cérebro, no nosso coração, e por-nos a pensar, inseridos na própria história. O fio condutor é o de sempre: o amor. O amor que salva a vida, nos redime e nos faz querer ser gente, nos faz erguer, caminhar, lutar, resistir, nos faz olhar mais para além, além do fracasso e da perda, do amor roubado e destruído, faz-nos querer esquecer ou pelo menos que o passado não ensombre o presente ao ponto de nos paralisar.
Paola é a mulher desta ficção, escrita por Sofia Silva, não é ninguém em concreto, mas poderia ser real, pois, como refere a autora, todos os dias há histórias como esta, mulheres que se encantaram com um homem belo, mas que, cedo de mais, descobriram que era um engodo, por detrás do cordeiro um lobo muito mau, um monstro. E depois os enganos, perdoa-se a primeira vez, pensando que é amor, que os ciúmes é por gostar demais, mas no final sobrevirá o medo, a vergonha, o aniquilamento da identidade, a destruição de qualquer esperança, e até a culpabilização.
Para algumas, pois são sobretudo as mulheres que se tornam vítimas às mãos dos companheiros, ainda poderá haver uma segunda oportunidade, para outras será demasiado tarde. A construção da personagem é muito realística, infelizmente. Há situações como esta e mais dramáticas e/ou ou mais definitivas. Convence-nos, precisamente, porque é fácil ver através dela tantas e tantas mulheres que foram destruídas, cujo sorriso foi quebrado para sempre, cuja a vida se apagou, ficando sem brilho e sem sol, sem luz e sem vida própria, sem confiança e sem forças para sobreviver.
É uma leitura intensa, numa escrita escorreita, literariamente muito bem conseguida. Depois de começarmos, a leitura prende-nos, faz-nos querer saber, ouvir e ver o que vem a seguir. A autora não desilude, faz-nos avançar com suspense, com variações que podem levar a um ou vários desenlaces.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

SHERYL SANDBERG - FAÇA ACONTECER

SHERYL SANDBERG (2014). Faça acontecer. Mulheres, trabalho e vontade de liderar. Barcarena: Editorial Presença. 288 páginas.
       Depois de ter lido e sugerido o livro da autora - OPÇÃO B, em colaboração com o psicólogo Adam Grant, sobre a morte do marido e como enfrentar, com os filhos, a dor, fazer o luto, enquadrar-se com a vida na família e no trabalho, nos eventos sociais e culturais, como resistir diante do sofrimento e caminhar em frente com as memórias, com a presença de quem já partiu, com as novas possibilidades que se colocam -, procurei adquirir e ler uma primeira obra. Quando se lê um autor com muito é normal que se procurem ler outros livros e/ou títulos.
       A número 2 da Facebook, neste primeiro livro aborda a liderança, sobretudo a liderança no feminino. O seu feminismo é saudável, pois não se trata de denegrir lideranças masculinas para impor as femininas, mas de lutar para que homens e mulheres possam escolher, com as mesmas possibilidades, não tanto por serem homens ou mulheres mas por serem competentes. Pelo meio vai sublinhando o que já se conseguiu e como algumas leis foram necessárias para "obrigar" a alguns equilíbrios, ainda que, também aqui, empresas, associações, entidades públicas e privadas não tivessem necessidade de cumprir leis mas que naturalmente criassem as condições para homens e mulheres se baterem em pé de igualdade.
       A autora mostra o caminho feito, mas um grande caminho a percorrer, desafiando as mulheres a sentar-se à mesa, a levantar o dedo, a não baixar o braço, a "exigir" como os homens aquilo a que têm direito. Por exemplo, na Google, onde trabalhou verificou que antes dela não havia casas de banho para Senhoras porque nunca fora necessário... por outro lado solicitou que houvesse lugares de estacionamento para grávidas, para facilitar a chegada ao local de trabalho... são pequenos aspetos mas que podem ajudar a equilibrar...
       Ao longo do livro, a autora lembra que é necessário relembrar e assumir as descriminações tendo em conta o género, mas também como, por vezes, são as mulheres precisamente a boicotar o acesso de outras a lugares de liderança, pensando que ao ajudarem-se poderiam estar a desistir de alguma promoção, pois se há para uma pode não haver para outro. Recorda que empresas onde existem lideranças femininas também há mais possibilidades de outras mulheres serem promovidas.
       Uma dicotomia que pode ser conjugada: boas mães e excelentes profissionais, fazer escolhas, optando por ser "apenas" Mãe, ou uma profissional dedicada, capaz de progredir na carreira. A autora defende a opção, sublinhando que uma boa profissional pode ser também uma excelente Mãe.
       Sheryl Sandberg não esconde as condições em que vive, nomeadamente quanto à condição económica, social e cultural, que lhe permite ter mais segurança para algumas escolhas, mas ao mesmo tempo mostra como lutou para conquistar o seu lugar. Serve-se de muitos exemplos, de mulheres e de homens cuja liderança são inspiradoras, mostra como na Google ou na Facebook trabalham em equipa, com a flexibilidade para ajustar horários e se ajustarem uns aos outros, a abertura à crítica e a disponibilidade para sublinhar os sucessos e de os integrar, venham debaixo ou de cima. O próprio líder da Facebook, ou a autora, promovem as sugestões, as críticas para melhorar quer a relação entre todos os que ali trabalham ou noutras filiais, bem como a expansão da própria aplicação-empresa.

Vale a pena ver ou rever a conferência TED (as legendas em português podem ser colocadas acedendo às definições na parte inferior do vídeo)

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Lançar o pão dos filhos aos cachorrinhos?

       Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse. Mas não pôde passar despercebido, pois logo uma mulher, cuja filha tinha um espírito impuro, ao ouvir falar d’Ele, veio prostrar-se a seus pés. A mulher era pagã, siro-fenícia de nascimento, e pediu-Lhe que expulsasse o demónio de sua filha. Mas Jesus respondeu-lhe: «Deixa primeiro que os filhos estejam saciados, pois não está certo tirar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos». Ela, porém, disse: «Senhor, também é verdade que os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas das crianças». Então Jesus respondeu-lhe: «Dizes muito bem. Podes voltar para casa, porque o demónio já saiu da tua filha». Ela voltou para casa e encontrou a criança deitada na cama. O demónio tinha saído (Mc 7, 24-30).
        Esta é mais uma página significativa e ilustrativa do Evangelho, da vida de Jesus. Entra em casa. A casa é lugar de encontro, de partilha, de afetos, é espaço de convívio, é lar, espaço da família. Na casa, a pessoa está recolhida, protegida contra as intempéries do tempo e sobretudo das outras pessoas. A casa é lugar de festa, de descanso, é o lugar da refeição fraterna. Jesus entra numa casa, certamente para descansar um pouco, não quer que ninguém o saiba, estará resguardado, protegido, pode descansar, retemperar forças. Mas a casa é também espaço para a cura do corpo - descansa, alimenta-se - e da alma - em com os da casa que se desabafa, se conversa, se criam laços de segurança. E eis que uma mulher, que anda em busca de Jesus, vai ao Seu encontro, intercedendo pela sua filha.
       O diálogo entre Jesus e esta mulher, desconhecida, estrangeira, siro-fenícia é também muito provocante. Na boca de Jesus os preconceitos da sociedade daquele tempo, mesmo dos seus discípulos. O Messias vinha para a casa de Israel, para salvar o povo judeu. Na boca da mulher, a universalidade da salvação vivida e anunciada por Jesus, que vem para todos e não apenas para um grupo ou elite. O Seu fito é que o Evangelho chegue aos confins da terra. E por conseguinte atende às preces daquela mulher estrangeira.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Jesus, por cidades e aldeias

       Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a boa nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios, Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus e os discípulos com os seus bens (Lc 8, 1-3).
       No Evangelho que nos é proposto para hoje, a missão de Jesus, que passa de aldeia a aldeia, de cidade a cidade, anunciando a Boa nova do Reino de Deus. São Lucas paresenta-O em movimento, cuja missão essencial é a pregação, o ensino, que reflete a sua intimidade com Deus misericordioso.
       Mas não segue sozinho. Jesus conta connosco. Conta com os Doze, conta com um grupo de mulheres. Veja-se a abertura de Jesus, tendo em conta a descriminação a que as mulheres estavam sujeitas... Elas acompanham-n'O, fazendo o que pode para Lhe facilitar a vida e a missão. Como é que nós poderemos ser "facilitadores" da Evangelização?

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Vai e não voltes a pecar

       "Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus:
       - Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?
       Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, Ele ergueu-Se e disse-lhes:
       - Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra.
       Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe:
       - Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?
       Ela respondeu:
       - Ninguém, Senhor.
       Jesus acrescentou:
       - Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar"
      (Jo 8, 1-11).
       Jesus ensina no templo, quando alguns escribas e fariseus lhe trazem uma mulher surpreendida em flagrante adultério e cuja lei de Moisés mandava apedrejar até à morte.
       Quantas vezes a lei, em vez de proteger e reabilitar, serve apenas para condenar, para destruir. Jesus utiliza a Lei com pedagogia.
       Aos que lhe apresentam a mulher adúltera, Jesus dá-lhes a oportunidade de fazerem um julgamento consciente, "quem estiver sem pecados, atire a primeira pedra". Cabe-nos responder a nós e não arranjar carrascos para que julguem por nós.
       À mulher adúltera Jesus proporciona um tempo novo, uma vida nova, "vai e não voltes a pecar". O que ela fez não é correto, mas pode regenerar a sua vida e a sua postura.
       Uma nota final para falar da perversidade da lei e da discriminação negativa das mulheres. Só estas eram condenadas. É uma mentalidade que tem perpassado ao longo de gerações. No campo sexual, ao homem tudo ou quase tudo é permitido e tolerado (perdoado); as mulheres ou são santas ou são lançadas às feras...

sábado, 13 de agosto de 2016

VL – Etty Hillesum - a oração enraíza-nos em Deus

       Parafraseando Ortega Y Gasset, a pessoa é com as suas circunstâncias. Certamente. Tudo o que nos rodeia nos influencia. Tempo. As pessoas. As situações luminosas ou obscuras. Até a forma de acordar, ou a roupa que se veste, o descanso ou a falta dele. Uma palavra, um sorriso, a presença de alguém que estimamos, podem alterar positiva ou negativamente o nosso dia.
       Porém, o essencial é a atitude com que encaro a vida, as pessoas, os acontecimentos do tempo presente. Mudamos conforme as circunstâncias ou procuramos que as circunstâncias, ainda que contem, não definam, em definitivo, a nossa personalidade?
       Hillesum sabe que, mais dia, menos dia, será levada para o campo de extermínio, como outros judeus, para ser morta. Desabafa confiante: “Estamos em casa. Estamos em casa sob céu. Estamos em casa em qualquer lugar, se trouxermos tudo dentro de nós. Muitas vezes me tenho sentido, e ainda sinto, como um navio que transporta a bordo uma carga preciosa: os cabos são cortados e agora o navio parte, livre para navegar por toda a parte. Temos de ser a nossa própria pátria”.
        E quando não restar mais nada?
        “Quando a borrasca for demasiado forte, e eu já não souber como escapar, restar-me-ão sempre duas mãos juntas e um joelho dobrado. É um gesto que a nós, judeus, não foi transmitido de geração em geração. Tive de aprendê-lo a custo… Como é estranha a minha história – a história de uma rapariga que não se sabia ajoelhar. Ou, com uma variante: da rapariga que aprendeu a rezar. É o meu gesto mais íntimo”.
       A oração é a casa de Etty Hillesum. Onde se encontra e onde encontra Deus. “De repente, compreendi como uma pessoa, com o rosto escondido atrás das mãos juntas, pode deixar-se cair violentamente de joelhos e depois ter paz… Devo tornar-me mais simples, deixar-me viver um pouco mais. Agora sei qual a minha cura: acocorar-me a um canto e escutar aquilo que tenho dentro de mim própria”.
       E se o mundo conhecido desaparecer?
       “Falarei contigo, meu Deus. Posso? Como as pessoas vão desaparecendo, não me resta outra coisa senão o desejo de falar contigo. Amo assim tanto os outros porque em cada um deles amo o pedacinho de Ti, meu Deus. Procuro-Te em todos os homens e, frequentemente, encontro neles alguma coisa de Ti. E procuro desenterrar-Te do seu coração, meu Deus”.

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4373, de 26 de julho de 2016

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

VL – Enraizados em Deus, para ver além do mal

       No dia 13 de fevereiro de 2013, Quarta-feira de Cinzas, dois dias depois de anunciar a renúncia ao pontificado, Bento XVI apresentava figuras cujas conversões são testemunho e interpelação. Uma dessas figuras proposta é “Etty Hillesum, uma jovem holandesa de origem judaica, que morrerá em Auschwitz. Inicialmente distante de Deus, descobre-o olhando em profundidade dentro de si mesma e escreve: «Dentro de mim existe um poço muito profundo. E naquele poço está Deus. Às vezes consigo alcançá-lo, mas na maioria das vezes está coberto por pedras e areia: então Deus está sepultado. É necessário que eu o volte a desenterrar» (Diário, 97). Na sua vida dispersa e inquieta, ela encontra Deus precisamente no meio da grande tragédia de Novecentos, o Shoah. Esta jovem frágil e insatisfeita, transfigurada pela fé, transforma-se numa mulher cheia de amor e de paz interior, capaz de afirmar: «Vivo constantemente em intimidade com Deus»”.
       Diante de tanto mal, poderia advir o desânimo. E se nos lembrarmos do extermínio de milhares de judeus, sob o império do mal perpetrado por Hitler e o nazismo, não será fácil sobreviver ao desencanto e a uma resignação destrutiva. Todavia, Etty Hillesum recorda que nenhum mal pode eliminar completamente o bem. O mal não tem futuro. O bem tem futuro. O mal, pela sua extensão, pode amedrontar-nos. Mas não é definitivo.
       Também o tempo atual parece sombrio: a crise económico-financeira, o Brexit, a crise dos refugiados, os atentados terroristas, a violência gratuita, xenófoba, racista, a falta de emprego e a insegurança quanto ao futuro, parecem destruir o sonho de um mundo seguro e onde todos se reconheçam como irmãos.
       Etty Hillesum desafia-nos a enraizar a vida em Deus, enfrentando assim a dor e o sofrimento. “É verdade que de vez em quando podemos estar tristes e abatidos por aquilo que nos fazem, é humano e compreensível. A vida é difícil, mas não é grave… Uma paz futura só o poderá ser verdadeiramente se antes tiver sido encontrada por cada um dentro de si próprio – se cada homem se tiver libertado do ódio contra o próximo de qualquer raça ou povo, se tiver superado esse ódio e o tiver transformado em algo diferente, talvez a longo prazo, em amor… É a única solução possível. Esse pedacinho de eternidade que trazemos dentro de nós… Meu Deus, ainda não se dão conta de que todas as coisas que existem são areias movediças, a não ser Tu”.
       Quanto mais em Deus, mais disponíveis para os outros.

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4370, de 5 de julho de 2016

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

VL – Enraizados em Deus, olhar o sofrimento de frente

       Etty Hillesum, a holandesa judia, morta em Auschwitz, surpreendeu-me pela serenidade com que enfrentou o sofrimento, as adversidades, procurando, através da oração, de joelhos, da meditação e da própria escrita, olhar de frente o mal, mas sem se dar por vencida e sem dar a primazia ao mal. Apesar de todo o mal infligido, o bem está a germinar por toda a parte e há de vencer. Por ora é tempo de lutar para que as pessoas não enterrem Deus nos seus corações.
       O mundo parece desmoronar-se e a violência gratuita (sobretudo) contra os judeus acentua-se, apesar disso, Etty Hillesum continua a esperar em Deus. Para sermos felizes não nos permitimos simplesmente virar as costas ao sofrimento. “Somos sobretudo nós próprios que nos roubamos. Acho a vida bela e sinto-me livre. Os céus estendem-se tanto dentro como acima de mim. Creio em Deus e nos homens e atrevo-me a dizê-lo sem falso pudor. A vida é difícil, ma isso não é grave… Meu Deus, dou-te graças por me teres criado tal como sou. Dou-te graças porque às vezes me permites estar tão cheia de vastidão, daquela vastidão que não é senão o meu ser transbordante de Ti”.
       O poder da violência é por agora invencível, mas não nos podem roubar a vida, não podem entrar no nosso íntimo, lugar onde encontramos Deus. “Dentro de mim há uma nascente muito profunda. E nessa nascente está Deus. Por vezes, consigo alcançá-lo, a maior parte das vezes, está coberta de pedras e de areia: nessas alturas, Deus está sepultado. Então há que voltar a desenterrá-lo. Imagino que certas pessoas rezam com os olhos fixos no céu: elas procuram Deus fora de si. Há outras que inclinam a cabeça, escondendo-a entre as mãos: creio que estas procuram Deus dentro de si”.
       E se Deus não me ajudar? Então serei eu a ajudar Deus…
       “Prometo-te uma coisa, meu Deus: tentarei ajudar-Te para que Tu não sejas destruído dentro de mim… A única coisa que podemos salvar destes tempos, e também a única coisa que conta de verdade, é um pedaço de Ti em nós mesmos, meu Deus. E talvez também possamos contribuir para te desenterrar dos corações devastados dos outros homens… Eu não ponho em questão a tua responsabilidade, mais tarde serás Tu a declarar-nos responsáveis a nós… Tu não nos podes ajudar, mas cabe-nos a nós ajudar-te a Ti, defender até ao fim a tua casa em nós... acredita, não te expulsarei do meu território”.

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4372, de 19 de julho de 2016

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

VL – Enraizados em Deus, para viver a própria vida

       Há situações que nos deixam sem chão, sem palavras e cuja esperança quase desaparece. Etty Hillesum, como se pode descobrir no seu diário, nas suas cartas ou em livros sobre ela, como judia holandesa, viveu uma das tragédias do século XX. Viria a morrer, com 29 anos, no campo de extermínio de Auschwitz, como outros milhares de judeus. Foi um período negro para a humanidade, mas de onde surgiram figuras que continuam a iluminar o nosso tempo, pela perseverança e resiliência. Foram mortas mas não se deixaram matar pela história. Sobreviveram aos carrascos pelo testemunho que nos legaram.
       Diz-nos acerca dela Frei Michaeldavide (Etty Hillesum. Humanidade enraizada em Deus): é uma "mulher, cuja vida está prestes a ser violentamente despedaçada, ainda consegue acreditar… é uma jovem mulher que soube transfigurar a própria vida, deixando-a amadurecer até à plenitude, aprendendo a rezar e a meditar... Mediante a oração aprendeu a meditar sobre as trevas humanas através da luz de Deus, sem as negar, mas também sem as tornar mais densas... vive e abraça até ao fundo o contexto terrível de uma das páginas mais sombrias da humanidade – talvez a mais tenebrosa, por ter sido concebida e dada à luz pela civilização europeia enraizada na tradição do cristianismo”. Com efeito, “Etty Hillesum é mestra de total lucidez: na capacidade de atribuir um nome preciso àquilo que se pode verificar de negativo, sem esquecer que, no preciso momento em que qualquer coisa de terrivelmente negativo está a acontecer, continua a crescer o bem, que existe desde sempre e que é o futuro, enquanto o mal não tem futuro, mesmo quando parece tão tremendo que atrai toda a nossa atenção”.
       A dimensão do mal pode levar à desistência, ao lamento, à resignação (passiva). Com facilidade soçobramos ao mal que nos é infligido, gastando-nos, incendiando-nos o coração com trevas. Etty Hillesum tinha tudo para reclamar pelo infortúnio, mas opta pela esperança enraizada em Deus. “Entre a vida que recebemos e a vida que devemos receber oscila a nossa vida, aquela que, de momento, vivemos ou não vivemos… Se toda a dor não alargar os nossos horizontes e não nos tornar mais humanos, libertando-nos das mesquinhices e das coisas supérfluas desta vida, terá sido inútil… O homem ocidental não aceita a dor como parte desta vida: por isso, nunca consegue extrair forças positivas… Fomos marcados para sempre pela dor. Contudo, a vida é maravilhosamente boa... basta que façamos com que Deus, apesar de tudo, esteja em segurança nas nossas mãos".

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4371, de 12 de julho de 2016

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Maria de Villota - Sem um olho, vejo melhor...

        A ex-piloto de testes de Fórmula 1 Maria de Villota, encontrada hoje sem vida num quarto de hotel em Sevilha, faleceu por causas naturais, de acordo com fontes da investigação citadas pela agência EFE. A autópsia realizada no Instituto Anatómico Forense de Sevilha confirmou que a antiga piloto, que em 2012 sofreu um grave acidente, no qual perdeu um olho, morreu por causas «absolutamente naturais». Maria de Villota, cujo corpo foi encontrado esta manhã no quarto de hotel em que estava hospedada para participar numa conferência na capital da Andaluzia, foi levada pelas 10h00 locais ao Instituto Anatómico, onde foi realizada a autópsia. De Villota, 33 anos, estava em Sevilha, onde hoje deveria participar num evento no centro de Congressos da cidade, dias antes da apresentação de um livro sobre a sua vida. Filha do ex-piloto de F1 Emilio De Villota, Maria de Villota sofreu um grave acidente em junho de 2012 durante testes realizados pela escuderia Marussia, perdendo o olho direito. Para a próxima segunda-feira estava previsto que apresentasse o livro sobre a sua vida: “La vida es um regalo” (A vida é um presente).
FONTE da notícia: AQUI.
Post publicado em 14 de outubro de 2012:

       María de Villota - 32 anos - era piloto de Fórmula 1. Apaixonada pela velocidade e pelos carros, conseguira atingir o seu sonho. Era a única mulher num mundo dominado por homens. Um dia teve um acidente grave e azarado: regressando dos testes na pista - sem que se perceba porquê - acelerou e embateu contra a traseira de um camião. Na altura pensou-se que teria a vida em risco. "María, te hemos salvado la vida... pero tenemos que decirte que has perdido el ojo" - disse-lhe o médico, depois da operação. "Usted es cirujano?" - respondeu María - "… y usted necesita dos manos para operar? pues yo soy piloto de Fórmula 1 y necesito dos ojos!…". Passados três meses de recuperação, em conferência de imprensa, partilha com todos a transformação interior que sofreu: "…te dás cuenta que ves más que antes… porque yo antes sólo veía la Fórmula 1, sólo me veía encima de un coche compitiendo, y no veía lo que era realmente importante en la vida; la claridad de decir "joder, estoy viva" y que en ese momento no estaba valorando lo más grande que es que esa persona que estaba allí me haya salvado"; "este ojo me ha devuelto el Norte; me ha devuelto lo importante"; "esta nueva oportunidad la voy a vivir al cien por cien"; "hoy cuando me miro al espejo estoy orgullosa porque realmente pienso que mi aspecto actual dice más de quién es María de Villota"; "llevo mi historia y la llevo con mucho cariño y orgullo". Mais nada.


[Fotografia de GrandPrixMotoriOnline]

sexta-feira, 8 de março de 2013

Bem-aventuranças da Mulher

  • Bem-aventurada a mulher que cuida do próprio perfil interior e exterior, porque a harmonia da pessoa faz mais bela a convivência humana.
  • Bem-aventurada a mulher que, ao lado do homem, exercita a própria insubstituível responsabilidade na família, na sociedade, na história e no universo inteiro!
  • Bem-aventurada a mulher chamada a transmitir e a guardar a vida de maneira humilde e grande!
  • Bem-aventurada a mulher quando nela e ao redor dela acolhe, faz crescer e protege a vida!
  • Bem-aventurada a mulher que põe a inteligência, a sensibilidade e a cultura a serviço dela, onde ela venha a ser diminuída ou deturpada.
  • Bem-aventurada a mulher que, em seu caminho, encontra Deus: escuta-O, acolhe-O, segue-O, como tantas mulheres ao longo da História, e se deixa iluminar por Ele na opção da vida!
  • Bem-aventurada a mulher que se empenha em promover um mundo mais justo e mais humano!
  • Bem-aventurada a mulher que, dia após dia, com pequenos gestos, com palavras e atenções que nascem do coração, traça sendas de esperança para a humanidade!”
       Reconheça e agradeça a DEUS pelas mulheres que foram e continuam a ser importantes na sua vida: a sua mãe, irmãs, esposa (se casado), companheiras de trabalho, amigas... Todas elas foram e continuarão a ser presenças da bondade e do amor de DEUS na vida de todos nós...
 
“SER MULHER É TRAZER EM SI MESMA A FORÇA E A SENSIBILIDADE QUE LHE PERMITE TRANSFORMAR A PRÓPRIA ESSÊNCIA EM UMA EXISTÊNCIA DE CARINHO E AFECTO.”
(Rosemére Cordeiro).
“A MULHER QUE TEME O SENHOR, ESSA SERÁ LOUVADA.”
(Provérbios 31,30).
“RECOMENDO-VOS A NOSSA IRMÃ FEBE, QUE ESTÁ SERVINDO À IGREJA DE CENCRÉIA, PARA QUE A RECEBAIS NO SENHOR... PORQUE TEM SIDO PROTETORA DE MUITOS E A MIM INCLUSIVE.”
(Rom 16,1-2a. Febe, uma mulher que exercia a liderança na comunidade cristã do século I)
 
BÊNÇÃO DAS MULHERES
Que o Deus de Eva te ensine a discernir o bem e o mal.
Que o Deus de Agar conforte a ti e a todas as mulheres quando se sentem sós no deserto da vida.
Que o Deus de Miriam te faça instrumento de libertação.
Que o Deus de Débora te conceda audácia e coragem para lutar pela justiça.
Que o Deus de Ester te conceda fortaleza para afrontar os poderosos.
Que o Deus de Maria de Nazaré abra o teu coração para que tu possas receber o gemem Daquele que vive para sempre.
JESUS E AS MULHERES:
       Jesus, que disse à Samaritana tudo aquilo que ela havia feito, te torne evangelizadora do teu povo.
       Jesus, que curou a mulher encurvada, liberte a ti e a todas as mulheres oprimidas pelas tradições culturais da escravidão.
       Jesus, que se deixou ungir a cabeça por uma mulher, te conceda ser profetiza para que o reconheça sempre como Senhor e Messias.
       Jesus, o amigo de Maria Madalena, te envie como uma apóstola para que possas levar a mensagem de libertação a todos os povos.
       Que o Espírito te consagre para que em Jesus Cristo, tu possas anunciar boas notícias aos pobres e liberdade aos prisioneiros, em nome de Deus que é, que era e que sempre será o Deus-connosco. Assim seja!!!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

As mulheres têm a custódia da vida, na ausência de Deus

       "Os homens têm medo das mulheres. É um medo que vem de longe, de tão longe quanto a vida. É um medo assinalado desde o primeiro dia, e não é só medo do corpo, da face e do coração da mulher, mas também medo da vida e de Deus. Porque estas três realidades estão muito próximas: a mulher, a vida e Deus... As mulheres têm a custódia da vida, durante a ausência de Deus".

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mulher, vai e não voltes a pecar...

       Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, Ele ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Jesus acrescentou: «Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar» (Jo 8, 1-11).
       Nas palavras e nos gestos de Jesus vemos a postura dum homem bom, justo, ponderado, maduro, firme nas suas escolhas, decidido nos seus propósitos, tolerante, misericordioso, com carácter, não se deixam levar pelo que diz a maioria e nem se deixam pressionar pelas investidas dos seus inimigos. Jesus traz conSigo a força do Espírito, na intimidade com Deus, Seu e nosso Pai.
       Na primeira leitura, a malícia de dois anciãos que por despeito acusam a jovem e virtuosa Susana. A virtude não é uma questão de idade, mas de atitude de cada pessoa. Ressalta o carácter e a sabedoria do jovem Daniel que expõe, facilmente, a mentira ardilosa dos acusadores de Susana.
       Jesus, expõe-nos ao nosso pecado e à nossa fragilidade. A prontidão com que, por vezes, apontamos para os outros, deve converter-se em prontidão em perdoar, acolher, testemunhar o amor que Deus nos devota, contribuir que os outros regressem ao caminho do Senhor.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Para Mulheres Fenomenais...


Tem sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos... Mas o que é mais importante não muda;
A tua força e convicção não têm idade.
O teu espírito é como qualquer teia de aranha.
Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.Enquanto estiveres viva, sente-te viva.
Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amarelecidas....

Continua, quando todos esperam que desistas.
Não deixes que enferruje o ferro que existe em ti.Faz com que em vez de pena, te tenham respeito.
Quando não conseguires correr através dos anos,trota. Quando não conseguires trotar, caminha.
Quando não conseguires caminhar, usa uma bengala. Mas nunca te detenhas!!!.

Madre Teresa de Calcutá

segunda-feira, 1 de março de 2010

Via Sacra - Décima Terceira Estação

Jesus é descido da cruz
Estavam ali muitas mulheres, a olhar de longe; elas tinham seguido Jesus desde a Galileia para O servir... Ao entardecer, chegou um homem rico de Arimateia, chamado José, que também se tornara discípulo de Jesus. Ele dirigiu-se a Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Então Pilatos ordenou que lhe fosse entregue (Mt 27,55.57-58).



Oração
Ó Mãe, faz com que,
diante de ti,
os nossos pensamentos
e os nossos corações,
se tornem cada vez mais
límpidos e luminosos!
Que os penetre a luz
da cruz de Cristo,
reflectida no teu
Coração Imaculado.
Amen.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

       "Lembrai-Vos de nós, Senhor, e manifestai-Vos no dia da nossa tribulação. Fortalecei-me, Rei dos deuses e Senhor dos poderosos. Ponde em meus lábios palavras harmoniosas... Livrai-nos com a vossa mão; vinde socorrer-me no meu abandono, porque não tenho ninguém senão Vós, Senhor" (Ester 4, C 17ss)
       "Pedi e dar-se-vos-á, procurai e encontrareis, batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque todo aquele que pede recebe, quem procura encontra e a quem bate à porta abrir-se-á.... Portanto, o que quiserdes que os homens vos façam fazei-lho vós também: esta é a Lei e os Profetas" (Mt 7, 7-12).

       Oração, o jejum e a penitência. É o tríplice desafio quaresmal. Como temos vindo a reflectir, o essencial é a conversão interior, a adesão livre à vontade de Deus, procurando realizar, por palavras e obras, pela voz e pela vida, os preceitos do Senhor, que nos ama ao ponto de nos dar o Seu Filho, que assume i amor até às consequências últimas, morrendo por nós.
       A oração deve ser o ponto de partida e o ponto de chegada. Dialogar com Deus, escutar a Sua voz, deixar-Se inspirar pelo Seu Espírito, para que depois o compromisso com os outros e com o mundo não seja fútil e decorativo, mas seja uma opção de vida. Sempre com o espírito em Deus, agradecendo, louvando as Suas maravilhas, pedindo paz nós e para o mundo, discernimento nas nossas escolhas, coragem para viver na verdade, no serviço, na partilha.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Via Sacra - Oitava Estação

Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
Grita do teu coração ao Senhor, ó virgem, filha de Sião; faz derramar como torrente as tuas lágrimas... levanta para Ele as mãos pela vida dos teus amados filhos que morrem de fome em cada esquina da rua (Lm 2,18.19).

Grande multidão O seguia, e as mulheres batiam no peito e lamentavam-se por causa d'Ele. Jesus, porém, voltando-Se para as mulheres, disse: "Filhas de Jerusalém, não choreis sobre Mim, mas antes sobre vós mesmas e sobre os vossos filhos. Dias virão em que se dirá: Felizes as estéreis cujas entranhas nunca deram à luz e cujos seios nunca amamentaram. Pois se tratam assim o lenho verde, o que acontecerá com o seco?" (Lc 23,27-29.31).

Oração
Senhor Jesus,
que preferes a misericórdia
ao sacrifício, pedimos-Te
por todas as mulheres
da nossa sociedade, que são
tantas vezes despojadas da
sua dignidade
humana, e que vertem
tantas lágrimas
incompreendidas.
Amen.