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sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Novena da Imaculada Conceição 2017 - Nono Dia

       O Senhor é a nossa fortaleza, a nossa muralha (cf. Is 26, 1-6). A muralha é para nossa defesa, para nossa proteção. Então, dizer que Deus é a nossa muralha, é dizer que Ele nos quer bem, que quer proteger-nos. Tudo passa, mas Ele permanece. É um Deus forte em Quem podemos confiar a nossa vida.
       O salmo deste dia (117) mantém o mesmo registo. Deus é o nosso refúgio. Sabemos o que é um refúgio e quando precisamos dele. Por exemplo, para nos protegermos da chuva: o refúgio pode ser um guarda-chuva, uma varanda, uma paragem de autocarro. Deus é o nosso refúgio, n'Ele nos refugiamos quando advém as dificuldades, as intempéries, os problemas na nossa vida. Então recorramos a Ele, Ele é verdadeiramente o refúgio.
       No Evangelho (Mt 7, 21.24-27), Jesus fala no homem sensato e no homem insensato. O homem sensato é aquele que constrói sobre rocha firme. Temos estas duas possibilidades, construir sobre a areia, que agora está, mas logo desaparece, com o vento ou com a chuva. Também assim a nossa vida quando a construímos sobre coisas passageiras, que passam. Ou construímos sobre rocha firme, que não desmorona. A rocha firme, a muralha, o nosso refúgio é Deus. "Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha".
       Nossa Senhora constrói a sua casa sobre a rocha firme. Um dia fazem saber a Jesus: Tua Mãe e Teus irmãos estão lá fora... Jesus responde: quem é Minha Mãe e Meus irmãos? Quem escuta a Palavra de Deus e a põe em prática, esse é Minha Mãe, Meu irmão, Minha irmã.
       O desafio para hoje, proposto pelo Pe. Luís Rafael é então confiar no Senhor, a nossa muralha e o nosso refúgio, construir a nossa vida sobre a rocha firme da Sua palavra procurando pô-la em prática, imitando Maria, próxima de Jesus porque é a Sua Mãe, mas também por escutar a Palavra de Deus, concretizando-a na sua vida.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Novena da Imaculada Conceição 2017 - Oitavo Dia

       Temos um Deus que gosta de nós. Um Deus que está próximo e nos ama. Ama e cuida de nós.  Que enxugará as nossas lágrimas (Is 25, 6-10a). Prepara-nos a mesa. Uma refeição. Não um sandes, mas um banquete. Quando vimos à Igreja, tomamos parte neste banquete, temos mesa, temos pão e vinho. Venhamos com alegria.
       No Evangelho (Mt 15, 29-37 ), o cuidado e atenção nos gestos e na postura de Jesus. Não é indiferente. Age. Cura os coxos, os aleijados, dá vista aos cegos, devolve a voz aos mudos. Talvez precisemos que Jesus nos devolva a visão para vermos a realidade, nos dê a voz para denunciarmos as injustiças, nos redime do nosso coxear, do nosso pecado. Este é como uma pedra no sapato, faz-nos andar torcidos...
       O cuidado de Jesus, este Deus que nos quer bem, continua. Aquela multidão está faminta, pois há três dias que O acompanham sem comer. O nosso Deus é um Deus atento. Jesus faz saber aos seus discípulos que é necessário fazer algo por aqueles homens e mulheres. Os apóstolos hesitam, argumentam sobre a falta de meios. Jesus pede-lhes o que têm. Jesus atende-nos e faz-nos milagres, mas contando connosco.
       Maria é bem diferente dos apóstolos, estes só reparam depois de Jesus os chamar a atenção. Maria está atenta, como nas Bodas de Caná, e intervém quando é preciso. Assim devemos ser nós, atentos, observadores, prontos para fazer o que está ao nosso alcance para ajudarmos quem mais precisa.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Novena da Imaculada Conceição 2017 - Sétimo Dia

       Se no dia anterior a alegria esteve no centro da reflexão, foi a alegria o ponto de partida para a pregação deste sétimo dia de novena. As palavras do Evangelho (Lc 10, 21-24) dizem-nos que Jesus exultou de alegria. E qual a motivação desta alegria? A verdade e a salvação que veio revelar à humanidade inteira, mas desvendada, percebida e acolhida pelos mais pequeninos. Com efeito, é a pequenez que nos faz perceber a grandeza de Deus. Por vezes não são aqueles que estudam muitas coisas acerca de Deus que sabem mais de Deus. Pessoas mais simples, muitas vezes, percebem e acolhem mais facilmente os mistérios de Deus. «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos».
       A simplicidade, a pobreza, a pequenez que deixam ver Jesus. Jesus faz-Se tão pequeno que é um de nós. Ele vem para servir, não para ser servido ou para dominar. Ser pequenino é ser parecido com Jesus. Foi assim com Maria. No Magnificat, Maria alegra-se porque na Sua humildade Deus pode ser encontrado, pode ser visto e pode ser louvado. «Ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». No rosto de Jesus podemos encontrar o rosto do Pai. Também nós somos provocados a sermos parecidos com Jesus, a sermos cara chapada do mesmo Deus. Se Ele é Pai de todos, todos nós somos filhos, então todos devemos ser parecidos, para que quem nos veja possa ver o Pai.
       Os desafios para este dia: fazer-se pequeno ao jeito de Jesus, contrapondo à tendência do mundo, para o qual os pequeninos são excluídos; procurar ser parecido com Jesus, tal como Ele o é em relação ao Pai, também nós em relação a Jesus, porque irmãos, filhos do mesmo Pai, então todos parecidos com o Pai; então ajamos em atitude de serviço para com os outros imitando Jesus, imitando Nossa Senhora.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Novena da Imaculada Conceição 2017 - Sexto Dia

(Seminário de Resende, 5 de junho de 2010)

       Uma senhora muito devota, ia a Missa e levava o neto. Sempre que se aproximava da comunhão assumia uma expressão muito séria e carregada. O neto que a acompanhava muitas vezes olhava para ela, assimilando a postura e as expressões. Ao comungar esta senhora suspirava profundamente, com uns "ais" bem sonoros. O neto, entretanto, aproximava-se da celebração da Primeira Comunhão e um dia perguntou à avó: Vovó, comungar dói muito?
        Uma pequena estória proposta pelo pregador, o Pe. Luís Rafael, para sublinhar a alegria que a fé, a vivência em comunidade, a participação na Eucaristia, na Novena, nas "coisas" da Igreja deve suscitar, ao ponto de outros perguntarem, não se dói, se custa muito, mas como é que é, o que é que vos deixa tão satisfeitos, tão alegres?
       O Evangelho, ponto de partida para a pregação, apresentava-nos o Centurião que vai ter com Jesus para que Ele socorra o seu criado (Mt 8, 5-11). Sublinhe-se que era um estrangeiro, não era judeu, e a acrescentar ainda o facto de estar ao serviço de uma potência estrangeira. Como estrangeiro, não teria direito à intervenção de Deus, à salvação, reservado precisamente aos judeus. Contudo, o Evangelho mostra que Jesus vem para todos e a salvação está acessível a todos, tem mais a ver com a predisposição do coração. O centurião vai até Jesus, acredita e confia em Jesus. E Jesus responde de imediato: irei curá-lo. Vem então a consciência do centurião: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado». A consciência humilde do seu pecado perante a grandeza de Jesus, mas não deixa de se dirigir a Ele. Esta é a humildade com que devemos aproximar-nos de Jesus, conscientes da nossa fragilidade e do nosso pecado, mas certos de que Ele nos cura, nos salva, nos redime.
       E depois a alegria com que vivemos o nosso encontro e a nossa fé. A alegria do centurião ao regressar a casa. A alegria de Nossa Senhora, por exemplo, quando vai apressadamente ao encontro da Sua prima santa Isabel. Vai feliz da vida, sem lamentos nem protestos, simplesmente vai, levando também a alegria no Seu seio, ao encontro de uma grávida, estando grávida do Salvador. Seja essa também a nossa alegria de sermos e vivermos como cristãos.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Novena da Imaculada Conceição 2017 - Quinto Dia

       O 5.º dia da Novena coincidiu com o 1.º Domingo de Advento, tempo de preparação para a celebração do Natal, o nascimento de Jesus. Por ser domingo a dinâmica da Novena alterou-se um pouco, uma vez que a Eucaristia foi celebrada da parte da manhã. Sendo assim, a Eucaristia foi exposta em adoração e diante do Santíssimo Sacramento rezamos com Maria a Jesus, para que no Filho, pelo Espírito Santo sejamos acolhidos pelo Pai.
       Depois da recitação do Rosário, a proclamação do Evangelho deste domingo, em que Jesus nos desafia a estarmos preparados, vigilantes, pois o "dono da casa" virá a horas imprevistas e tendo-nos confiado a casa o expectável é que nos encontre acordados para o receber e com a casa bem arrumada.
       O Pe. Luís Rafael centrou a pregação na necessidade de prepararmos bem a vinda de uma Pessoa importante, de uma Pessoa muito especial, Jesus. Tal como fazemos quando vem uma personalidade importante à nossa terra, por exemplo, o Presidente da República, em que limpamos estradas e caminhos, tapamos buracos, arrancamos as ervas, as urtigas, as silvas, assim também, ao prepararmos a vinda de Jesus, arranquemos as urtigas que existem em nós, sabendo que picam, que picam quem se aproxima de nós. Se recebemos uma visita em casa, arrumamos melhor a casa, mesmo que esteja habitualmente arrumada, fazemos uma comida especial e ansiosamente esperamos, vamos espreitando pela janela a ver se a pessoa está a chegar. Então também com Jesus, vivamos nesta ansiedade pela Sua chegada, preparemo-nos bem para O acolhermos bem.
       Afinal, Ele quer estar connosco, tanto que Se fez um de nós. Tanto que não apenas Se fez um de nós mas Se transformou em Pão. Mais simples e mais acessível. Está ao nosso lado, está na Eucaristia, está exposto como Santíssimo Sacramento. Agora é a nossa vez de O acolhermos, de O acolhermos bem.
       Quando uma mulher está grávida, e muitas mulheres que estão na assembleia já estiverem grávidas, preparam tudo com antecedência para acolher o filho que vai nascer e sabendo quando darão à luz, preparam tudo para levar para o hospital, pijama, roupinha do bebé. Ela preparou-se durante 9 meses. Nós temos um pouco menos de 4 semanas para prepararmos bem, exterior e interiormente a vinda de Jesus. Em vésperas da Solenidade da Imaculada Conceição temos o Sacramento da Reconciliação para dessa forma nos prepararmos interiormente para a celebração festiva do nascimento de Jesus.

sábado, 2 de dezembro de 2017

Novena da Imaculada Conceição 2017 - Terceiro Dia

       A liturgia da Palavra ofereceu-nos como 1.ª Leitura um texto apocalíptico de Daniel, com imagens de animais, fortes, ferozes. Correspondem a 4 reinos cuja grandeza, riqueza e poder dominam e metem medo, mas não perdurarão, tem os dias contados. Num segundo momento, surge «alguém semelhante a um Filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença. Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino jamais será destruído» (Dan 7, 2-14).
       No Evangelho, Jesus fala na proximidade do reino, garantindo, que «não passará esta geração sem que tudo aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão» (Lc 21, 29-33).
O Pe. Luís Rafael sublinhou que tudo passa, só não passa a Palavra de Deus, o reino de Deus permanece. E não apenas passa, a Palavra de Deus trespassa. Jesus é trespassado com um lança. Assim a Palavra de Deus deve trespassar-nos, deixar marcas em nós, para que possamos também transparecer essa Palavra que nos atravessa.
       Não é uma Palavra qualquer. É uma Palavra que marca. Beijamos o Evangelho, porque é importante. Não se beija um papel, a não ser alguma fotografia de quem gostamos, a quem amamos. Amamos a Palavra de Deus.
       Nossa Senhora deixou-se trespassar pela Palavra de Deus, acolhendo-A no Seu coração e no Seu ventre, na Sua vida. n'Ela podemos ler a Palavra de Deus. É uma Bíblia aberta. Trespassada pela Palavra de Deus, dá-no-l'A. Assim nos cabe a nós fazer o mesmo: amar a Palavra de Deus. Beijar a Palavra, deixarmo-nos trespassar pela Palavra de Deus e sermos uma Bíblia aberta para os outros, que eles descubram em nós a Palavra e a presença de Deus.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Novena da Imaculada Conceição 2017 - Segundo Dia

       Ao segundo dia de NOVENA, a Festa do Apóstolo Santo André. O Pe. Luís Rafael, tendo como referência Santo André, mas partindo sempre da liturgia da Palavra, começou por lembrar a importância da pregação para a fé. "Se confessares com a tua boca que Jesus é o Senhor e se acreditares em teu coração que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo. Pois com o coração se acredita para obter a justiça e com a boca se professa a fé para alcançar a salvação".
       É a pregação que conduz à conversão, à fé, à adesão a Jesus Cristo (cf. Rom 10, 9-18). Não fales com estranhos, não fales com desconhecidos. é a recomendação dos nossos pais. Ora se Deus é desconhecido como podemos acreditar com o coração e professá-l'O com a boca? Se ninguém nos falar de Deus, Ele será então um desconhecido. Nós temos fé porque alguém O tornou conhecido para nós, os nossos pais e avós, as nossas catequistas, outras pessoas mais velhas que nos ensinaram a conhecer melhor Jesus, os nossos párocos. E assim foi com os Apóstolos, conhecendo Jesus Cristo puderam dá-l'O a conhecer a outros através da pregação, do testemunho.
       O Evangelho deste dia (Mt 4, 18-22) mostra como Jesus Se deu a conhecer aos Apóstolos, os chamou para O seguirem, O acompanharem e posteriormente darem d'Ele testemunho para que para outros Jesus Se tornasse conhecido. A pregação, esta Novena visa precisamente conhecer cada vez melhor Jesus, para nos tornamos Seus discípulos, nos tornarmos pescadores de homens e de mulheres. O contexto do chamamento apostólico é um mar. Para nós, sublinhou o Pregador, o mar é sinónimo de férias, relaxamento, de descanso. Para os apóstolos o mar é sinónimo de trabalho, de fadiga, de sofrimento e de morte. É a esse mar que Jesus os vai chamar. É para isso que Jesus dá a Sua vida. É o mistério da Sua morte e sobretudo da Sua ressurreição. Pescar homens e mulheres para os libertar do sofrimento e da morte. Com a Sua ressurreição, Jesus pescou-nos ao mar da morte, primeiro da Sua e depois da nossa. Depois chamou os apóstolos e chamou-nos também a nós, para sermos pescadores e pescarmos homens e mulheres ao mar do sofrimento, dos flagelos e da morte.
       Maria tem tudo a ver com isto. Ela dá-nos a conhecer Jesus, para que Ele não seja um desconhecido para nós e assim possamos acreditar n'Ele com o coração e professá-l'O com a boca. Foi ela que nos pescou a todos, nos tirou do mar das nossas casas, onde por vezes vivemos a dor, o sofrimento, e nos trouxe para melhor conhecermos Jesus, melhor O testemunharmos.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Novena da Imaculada Conceição 2017 - Primeiro Dia

      A Paróquia de Tabuaço, como certamente outras comunidades paroquiais, vive um tempo de graça, com a NOVENA de preparação e em honra de Nossa Senhora da Conceição, nossa Padroeira. Este ano o Pregador da Novena e da Festa é o Pe. Luís Rafael, natural de Vila da Ponte, Pároco de Almacave e responsável pelo Departamento Diocesano da Pastoral dos Jovens, tendo sido ordenado sacerdote a 2 de julho do corrente ano de 2017.
       Situando-nos à volta da Liturgia da Palavra, o Pe. Luís Rafael fez-nos revisitar o banquete de Nabucodunosor (Dan 5, 1ss), rei da Babilónia, um dos impérios que subjugou os judeus. Num banquete onde prevaleceu a maldade até que uma mão escreve na parede, vem o temor pelo mal feito e o pedido a Daniel para interpretar as palavras escritas por aquela mão, revelando-se a fragilidade daquele reino.
       Fazer as coisas corretas, ser cristão, seguir Jesus Cristo nem sempre é fácil, como referiu Jesus aos seus discípulos (Lc 21, 12-19). Uma das palavras vincadas no Evangelho é precisamente a que é dita também a Nossa Senhora pelo Anjo aquando da Anunciação: não temas!
      O mal pode levar-nos a tremer como varas verdes, mas deve levar-nos sobretudo à confiança em Deus, acolhendo-nos à Sua misericórdia. Preparamo-nos para a Festa da Senhora da Conceição, mas também para irmos até Jesus, reconhecendo o nosso pecado e recebendo o Seu perdão para prosseguirmos. Segui-l'O nem sempre é fácil, mas é decisivo, faz-nos bem, é bonito. Tal como Maria não temamos dar testemunho d'Ele, como Ela. Se ela tivesse optado pelo medo, não nos teria dado Jesus.

sábado, 7 de outubro de 2017

Nossa Senhora do Rosário

       O mês de Outubro é muito rico. É o mês das missões. É o mês do Rosário.
       Começamos o mês em toada de oração pelas Missões, celebrando no primeiro dia a festa de Santa Teresa do Menino Jesus, Padroeira das Missões. Ao sétimo dia: Nossa Senhora do Rosário.
       A Rosário tem sido valorizado ao longo dos anos, com os vários Papas. Este dia foi instituído pelo Papa São Pio V no aniversário da vitória obtida pelos cristãos na batalha naval de Lepanto e atribuída ao auxílio da Santa Mãe de Deus, invocada com a oração do Rosário (1571).
       São Domingos de Gusmão deu uma grande contributo para o aprofundar o culto a Nossa Senhora do Rosário, que lhe apareceu, e a necessidade de "usar" o Rosário contra o demónio.
       Fátima foi também um desses acontecimentos importantes que acentuou a relevância do Rosário.
       :: 13 de Maio: "Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra";
       :: 13 de Junho: "Quero que rezem o terço todos os dias";
       :: 13 de Julho: "Quero que continuem a rezar o terço todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário para obter a paz para o mundo e o fim da guerra, porque só ela lhes poderá valer. Quando rezais o terço dizei depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas para o Céu, principalmente as que mais precisarem";
       :: 19 de Agosto: "Quero que continueis a rezar o terço todos os dias";
       :: 13 de Setembro: "Continuem a rezar o terço para alcançar o fim da guerra";
       :: 13 de Outubro: "Sou a Senhora do Rosário. Quero que continuem sempre a rezar o terço todos os dias".

Oração de colecta:
       Infundi, Senhor, a vossa graça em nossas almas, para que nós, que, pela anunciação do Anjo, conhecemos a encarnação de Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte na cruz e com a intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, alcancemos a glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Dos Sermões de São Bernardo, abade

Meditemos nos mistérios da salvação

O Santo que nascerá de ti será chamado Filho de Deus. O Verbo do Pai dos Céus é fonte de sabedoria. Por meio de ti, Virgem santa, o Verbo Se fará carne, de modo que quem diz: Eu estou no Pai e o Pai em Mim, dirá também: Eu saí de Deus e vim ao mundo.
No princípio, diz João, era o Verbo. Já brotava a fonte, mas ainda só em si mesma, porque ao princípio o Verbo estava junto de Deus, habitando a luz inacessível. O Senhor dizia desde o início: Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição. Mas o vosso pensamento está em Vós, Senhor, e nós ignoramos o que pensais. Com efeito, quem conheceu a mente do Senhor ou quem foi o seu conselheiro?
O pensamento de paz desceu do Céu para realizar a sua obra de paz: O Verbo fez Se homem e habita já no meio de nós. Na verdade, habita pela fé nos nossos corações, na nossa memória, no nosso pensamento, e desceu até à própria imaginação. Que primeiro pensamento teria o homem acerca de Deus, a não ser talvez um ídolo fabricado pelo seu coração? Deus era incompreensível, inacessível, invisível e para além de todo o nosso pensamento; agora, porém, quis ser compreendido, quis ser visto, quis ser pensado.
De que modo? Sem dúvida recostado no presépio, deitado no regaço da Virgem, pregando na montanha, passando a noite em oração; ou então, suspenso da cruz, lívido na morte, livre entre os mortos e dominando sobre o poder do inferno; ou também ressurgindo ao terceiro dia e mostrando aos Apóstolos os lugares dos cravos, sinais de vitória, e finalmente subindo, na presença deles, ao mais alto do Céu.
Quem não meditará na verdade, na piedade e na santidade destes factos? Quando medito em qualquer deles, o meu pensamento encontra a Deus, e em tudo é o meu Deus. É verdadeira sabedoria meditar nestes mistérios, é verdadeira prudência evocar a doce memória destes frutos excelentes que Maria recebeu do Céu e tão copiosamente derramou sobre nós.

quinta-feira, 2 de março de 2017

JOSÉ DE CARVALHO - NOSSA SENHORA DE FÁTIMA...

JOSÉ DE CARVALHO (2017). Nossa Senhora de Fátima e o poder da Oração. No centenário das Aparições (1917-2017). Lisboa: Paulus Editora. 180 páginas.
       Durante as celebrações do Centenário das Aparições, contando com o antes e com o depois, muitos textos serão escritos, muitas orações elaboradas e rezadas, muitos livros publicados, muitas perguntas, muitas conversões por certo, por intercessão da Bem Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, Rainha e Padroeira de Portugal, Senhora da Azinheira, Virgem de Fátima.
       Este é um dos livros que poderá ser sugerido como leitura. O autor situa as aparições de Fátima, no contexto português e no mundo, a proximidade das Guerras Mundiais, os erros espalhados pela Rússia comunista. Descreve-nos brevemente o perfil dos Pastorinhos e das suas famílias, o ambiente cristão do povo português, o processo à volta das aparições, com a resistência das famílias, sobretudo a de Lúcia, das autoridades civis e o cuidado da autoridade eclesial. As aparições "particulares" a Jacinta e, posteriormente, a Lúcia. Jacinta e Francisco morreram com a pneumónica, doença que ceifou a vida a muitos portugueses. Lúcia ficou para contar a história, como sói dizer-se.
       A consagração do mundo inteiro ao Imaculado Coração de Maria, a devoção dos primeiros 5 sábados, a devoção do Rosário e do Imaculado Coração, são algumas das tarefas que Lúcia têm que levar por diante. Outras serão a construção da Capelinha das Aparições e a difusão da Mensagem da Senhora de Fátima.
       A história de Fátima assenta nas Aparições, mas também no Milagre do Sol, mas também no número crescente de pessoas que se deslocam a Fátima e se convertem de coração a Cristo, passando a levar uma vida mais evangélica. A devoção a Nossa Senhora atravessa gerações, estratos sociais, desde Papa, Bispos, Médicos, pessoas do campo e da cidade. Além das curas físicas, muitos milagres de conversão, de mudança de vida, de arrependimento.
       O autor reserva muitas páginas a falar da força da oração e como o pedido de Nossa Senhora: rezai o terço todos os dias, pela conversão dos pecadores, se reitera em todas as aparições de Nossa Senhora, como manancial de graças e de salvação. Ela deu-nos Jesus, o Filho de Deus, e depois deu-nos o Rosário. Rosário vem de rosas. Por cada avé-maria uma rosa, um terço é uma coroa de rosas a Nossa Senhora. Para desagravar os Sagrados Corações de Jesus e de Maria. E sobretudo para obter a salvação para a humanidade inteira.
       São publicadas as orações específicas de Fátima, ensinadas pelo Anjo e por Nossa Senhora e outras orações que acompanham a oração do Rosário e propostas pequenas reflexões para cada um dos mistérios, para ajudar a meditar a vida de Jesus e de Nossa Senhora. São também apresentadas graças pedidas e agradecidas.
       É um livro que se lê com agrado e permite ter uma visão fidedigna sobre a devoção a Virgem Rainha, Senhora de Fátima, e perceber também a importância de rezar o rosário individualmente, em família e nas comunidades.
       Recorda-se também no texto, a Coroa, que é colocada na Imagem de Nossa Senhora nas ocasiões mais solenes, e que tem incrustada a bala que atingiu e quase matou o Papa João Paulo II, e que foi oferecida pelas mulheres portugueses, por Nossa Senhora nos ter livrado da Guerra, em 13 de outubro de 1942. A construção do monumento ao Cristo Rei, pelo mesmo motivo: os Bispos Portugueses, reunidos em Fátima, em 20 de abril de 1940, no final do retiro anual, se Portugal fosse poupado à Guerra ergue-se-ia, em Lisboa, um monumento em honra do Sagrado Coração de Jesus, "sinal visível de como Deus, através do Amor, deseja conquistar para Si toda a humanidade".
       Refira-se ainda que o livro, além do texto, contém variadíssimas fotos, que ilustram o que se afirmam e nos presenteiam plasticamente com a devoção a Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Paróquia de Tabuaço: Festa da Imaculada Conceição

       A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Tabuaço, mais uma vez viveu a festa em honra da Sua Padroeira. A comunidade compareceu em força, como é habitual. Sendo a Madrinha dos Bombeiros Voluntários de Tabuaço, também uma presença sempre significativa dos membros desta Corporação, no transporte e guarda de honra ao Andor, e este ano com o regresso da Fanfarra, tornando ainda mais majestosa a celebração festiva.


       A Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria preenche a igreja, mas sobretudo o coração dos seus fiéis. Referência para Tabuaço, referência para o País, pois Ela é a Rainha e Padroeira de Portugal. Também a Santa Casa da Misericórdia de Tabuaço A tem como Padroeira.
       A Celebração da Eucaristia coroou esta festa, com a contribuição generosa do Grupo Coral de de quantas pessoas quiseram participar ativamente, pessoas e grupos paroquiais, que ajudam na celebração, preparam o espaço, zelam para que tudo esteja acolhedor para quem vem. Seguiu-se a Procissão, por algumas das ruas da Vila e Paróquia de Tabuaço, com a participação habitual da Banda de Música de Sendim. Na ordenação do trânsito e prestando guarda de honra a Guarda Nacional Republicana de Tabuaço, a quem agradecemos na pessoa do seu Comandante, a disponibilidade neste e em tantos dias ao longo de todo o ano.
        A pregação esteve a cargo do Pe. Joaquim Proença Dionísio, Reitor do Seminário Maior de Lamego e Diretor da Voz de Lamego, Jornal Diocesano, sublinhando, na homilia, o COLO de Maria, que da parte de Deus, nos acolhe, nos protege e nos aproxima de Deus.
        Ao longo de nove dias - NOVENA -, o Pe. Joaquim fez-nos caminhar com Nossa Senhora, como testemunha de fé, como exemplo do seguimento de Jesus e da vontade do Pai, como discípula e missionária, mostrando a Misericórdia de Deus, sintonizando-nos na confiança a Deus.
       Pode encontrar os resumos de cada dia nas seguintes hiperligações:

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Novena da Imaculada Conceição 2016 - nono dia

       Ao nono dia, o Pe. Joaquim Dionísio, Pregador da Novena e da Festa de Nossa Senhora da Conceição fixou-se na nossa condição de discípulos missionários.
       A Palavra de Deus revela-nos Deus, mas também nos revela a nós. Quem melhor nos fala de Deus é Jesus Cristo, pelas palavras e pelos gestos, pela sua postura. Para os judeus Deus era juiz, distante, pronto para castigar. Jesus revela um Deus bom, um Deus que é Pai. Se é Pai, ama-nos. Sempre. Não desiste de nós. Para os judeus, Deus deve ser tratado com respeito, com distância, com frieza, pode-Se zangar. Para Jesus, Deus é tão próximo que espera por nós. Sublinha-se sobretudo o amor, a misericórdia, a proximidade de Deus. Se é Pai, ama. Ama todos os filhos. Todos somos filhos. Diante de Deus somos todos iguais. Todos contamos.
       As palavras de Jesus são revolucionárias ao mostrar-nos que Deus confia em nós e também nós devemos confiar. Se confiamos, anunciámo-lo. A missão de Jesus é revelar-nos o Amor do Pai. Como Seus seguidores a nossa missão é segui-l'O e deixarmos transparecer, testemunhar, viver esse amor de Deus. Somos discípulos missionários. É essa a temática para este nono dia de novena.
       O Papa Francisco utiliza a expressão sem o "e" que ligava os discípulos e missionários, podendo entender-se que poderíamos ser uma coisa sem a outra. A expressão discípulos missionários sublinha de imediato que uma dimensão exige a outra. Não podemos ser discípulos sem nos tornarmos missionários. A Igreja é por natureza missionária, é a sua identidade, como sublinha um dos documentos do Vaticano II (1962-1965). O cristão, todo o batizado, parafraseando o concílio, é por natureza missionário. Ninguém está dispensado.
       Santa Teresa do Menino Jesus, que entrou para o Carmelo com 15 anos e morreu com 24 anos de idade, é a Padroeira das Missões, sem ter saído do convento, mas pelo seu grande amor à missão, pela preocupação de testemunhar Jesus em todos os ambientes. Também nós podemos ser missionários, em nossa casa, no trabalho, onde quer que nos encontremos. Como batizados somos discípulos do Senhor. Todos somos chamados. Não apenas os que são perfeitos. Se a Igreja fosse constituída apenas por pessoas perfeitas, então a igreja estaria vazio porque nenhum de nós estaria cá. Olhemos para os discípulos de Jesus: Judas que O vende por 30 moedas. Pedro que o nega por três vezes - não O conheço - quando tinha comido com Ele várias vezes. Tomé que só acredita se vir as Suas chagas.
       Também nós somos chamados, não por sermos bons, mas porque somos filhos e Ele nos ama como filhos.
       Somos discípulos missionários na oração, colocando-nos confiantes nas mãos de Deus. Não apenas fé, mas confiança. Por vezes acreditamos mas temos dificuldade em acreditar.
       Uma pequena história. Um malabarista chegou a uma aldeia, na praça onde as pessoas se juntaram, atou a ponta de uma corda a um poste, num dos lados da praça, e a outra ponta da corda noutro poste do outro lado da praça. Perguntou: quem acredita que eu passo de uma lado para o outro sem cair. Se caísse corria o sério risco de morrer, tal era a altura a que estava colocada a corda. Todos responderem que acreditavam. E passou para o outro lado. Voltou a perguntar se acreditariam se regressaria em segurança ao ponto inicial. Todos responderam que acreditavam. Depois pegou numa vara, e à mesma pergunta responderam que acreditavam, e também no regresso ao ponto inicial. Pegou numa carreta, colocando-a sobre a corda e perguntou quem acreditava que ele passasse de um para outro lado. Todos disseram que sim. E ele mais uma vez passou em segurança. Quando chegou ao outro lado, perguntou quem queria colocar-se na carreta para ir para o outro lado. Ninguém se ofereceu. A não ser o filho. Acreditavam nele e nos seus feitos, mas não confiaram. Por vezes temos de confiar. Confiar em Deus. Assumir a fé e ter confiança em Deus que é Pai e nos ama.
        Peçamos a Maria, a Virgem Imaculada que nos mostre o caminho do seguimento, do discipulado. Fazei o que Ele nos disser. Se A queremos honrar é fazendo o que Ela nos manda. E Ela remete-nos para Jesus. Ela mostra-nos o caminho a seguir, ajuda-nos nas dificuldades, mostra-nos a misericórdia de Deus em Quem podemos confiar.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Novena da Imaculada Conceição 2016 - oitavo dia

       Deus revela-Se numa imagem tão simples e de fácil perceção. É jesus que nos mostra o Pai. É em Jesus que Deus melhor Se revela. A imagem do Bom Pastor. Tem 100 ovelhas, mas uma delas saiu do aprisco (cf. Mt 18, 12-14). Então o bom Pastor deixa as 99 nove ovelhas e vai em busca da que anda perdida. Para Deus todos contam, mas nenhum se perde no conjunto. Todos têm lugar. Cada pessoa.  
     Deus conhece-nos, ama-nos como filhos. Não desiste de nós. Lembremos a parábola do Filho Pródigo que evidencia a misericórdia daquele Pai, a misericórdia de Deus que é Pai. O filho apronta uma justificação. O Pai mal avista o filho à distância corre para o abraçar e nem o deixa terminar com as justificações.
       É aqui que podemos falar do Sacramento da Reconciliação, em vésperas da sua celebração dentro da Novena da Imaculada Conceição. Vamos então falar do Sacramento da Penitência. Foi desta forma que o Pe. Joaquim contextualizou a sua reflexão.
       Os Sacramentos são 7 e abarcam a vida da pessoa, desde o nascimento ao fim da sua vida histórica. Três deles só se celebram uma vez na vida, pois marcam a pessoa para sempre: o batismo, a confirmação e a ordem. O Sacramento da Reconciliação pode celebrar-se as vezes necessárias.
       Em primeiro lugar, sublinhar que os Sacramentos são um encontro festivo com o Senhor. Não recebo os sacramentos por superstição (vou receber um sacramento, porque me pode acontecer algo se não o receber). Os sacramentos não são mágicos. A graça de Deus atua em nós mas não anula da nossa natureza, a nossa vontade. Os sacramentos não são individualistas. Não é para mim, ou é o meu sacramento, mas da Igreja, de Cristo, configuram-nos a Cristo e inserem-nos na comunidade. Sublinha-se a dinâmica de encontro com o Senhor.
       Por outro lado, o Sacramento da Penitência, muitas vezes visto mais como um tribunal de penitência, do que um encontro libertador. Culpa da Igreja que acentuou uma dimensão mais acusatória. Na recente Carta Apostólica, Misericordia et Misera, o Papa relembra que os sacerdotes confessores não são juízes, não devem estar preocupados em saber coisas, curiosidades sobre os penitentes, devem acolher, escutar, aconselhar, comunicar a graça de Deus. É Deus quem perdoa.
       O Sacramento da Reconciliação e a dúvida acerca da misericórdia de Deus. Ora, relembrando novamente a parábola do Pai Misericordioso, o filho prepara uma desculpa que o justifique nos seus devaneios, o Pai faz festa pelo regresso do filho, faz festa por aquele que volta, como no caso da ovelha perdida.
       Outra dúvida: acerca de nós. Vou confessar-me mas vou voltar a fazer o mesmo. Devo confiar mais na graça de Deus. Deus não desiste de nós. Não desistamos nós também. Com a ajuda de Deus, com a Sua graça em mim vou conseguir corrigir este e aquele aspeto, pode não ser logo de uma vez, mas vou conseguir.
       Outro aspeto: não tenho pecados, não mato nem roubo... tenho a consciência limpa... se está limpa é porque não a uso. Todos somos pecadores. Posso não matar com uma faca ou pistola, mas posso matar os sonhos a uma pessoa, ou matar a sua honra quando digo mal dela. No sacramento da Penitência devo olhar mais para mim, fazer exame de consciência. Não vou confessar os pecados dos outros. Pequena história: o pai queixou-se ao filho que a mãe estava cada vez mais surda, não ouvia quase nada. O filho sugeriu ao pai uma experiência para verificar a que distância a mãe não ouvia. De longe o pai começou a perguntar à esposa, que estava na cozinha a preparar o jantar: Maria, o que vamos jantar hoje? E como não ouvisse a resposta foi-se aproximando, à entrada da cozinha, a dois metros, por detrás da esposa e finalmente tocou-lhe e perguntou de novo: Maria, o que temos para o jantar? Ó António já te respondi uma meia dúzia de vezes que eram batatas com frango! Às vezes só vemos o pecado nos outros.
       Que a Imaculada Conceição nos ilumine no desejo de nos aproximarmos do Senhor, com humildade e confiança, certos a benevolência de Deus.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Novena da Imaculada Conceição 2016 - sétimo dia

       Que bom é ter bons amigos. Como é bom ter amigos como este homem do evangelho (Lc 5, 17-26). Este homem está doente. Quatro (ou mais) amigos que não apenas estão ao pé dele, mas tudo fazem para que a sua situação possa melhorar. Pegam nele e levam-no a Jesus. Fazem-no descer pelo telhado. É uma questão de fé e de esperança. Fé e esperança andam ligadas. A fé colocada em Deus. Assim também a oração. Rezamos por que confiamos. Esperamos ser ouvidos. Claro que rezar não é só falar com Deus. Temos dois ouvidos e só uma boca. Então devemos escutar o dobro do que falamos. Levam-no à presença de Jesus que o cura.
       Como podemos levar os outros até Jesus? Em primeiro lugar pela oração. Oração que assenta na fé e na esperança. É o tema para este dia. Não podemos rezar se não tivermos fé. Rezamos porque acreditamos em Deus e acreditamos que Ele pode fazer o que Lhe pedimos. Senão não rezávamos. Intercedemos por alguém a Deus, porque acreditamos que Deus pode intervir. A vida sem fé, sem esperança, está arruinada. A esperança faz-nos caminhar. Tomamos um medicamento com a promessa que vamos melhorar...
       A oração ainda que por intercessão pelos outros, faz-nos bem a nós, pois dessa forma tomamos consciência que Deus está diante de nós, como Alguém que nos ama e em Quem podemos colocar a nossa confiança. A oração faz-nos escutar Deus. Como víamos, rezar não é apenas proferir palavras, recitar oração. É também escutar a nossa consciência, onde Deus nos fala.
       Oração e silêncio. Estar calado também é oração. Por vezes é mais importante fazer silêncio para ouvir Deus. Como Maria. Muitas vezes se diz que Maria guardava todas aquelas coisas no coração. Mais que falar a Deus, deixava que Deus Lhe falasse e guardava tudo no coração.
       Oração e humildade. Lembremos a parábola que Jesus contou sobre o fariseu e o publicano que subiram ao templo para rezar. O fariseu rezava - obrigado por não ser como aquele... Estava centrado em si mesmo, falando dos seus méritos, dispensando Deus. A soberba fecha-nos a Deus e aos outros. O publicano nem ousava olhar para o alto, para Deus, e com humildade dirigia o seu coração para a misericórdia de Deus e bem sabemos como atua a misericórdia de Deus. Por maior que seja o nosso pecado, maior é a misericórdia de Deus.
       Oração e ação. A oração não nos afasta dos outros. A oração compromete-nos. Próximos de Deus, próximos uns dos outros. Como aquele homem que rezava, rezava a Deus que lhe saísse a lotaria. Um dia Deus respondeu-lhe: pelo menos compra a cautela. Faz pela vida. Ou como o estudante que reza, mas não estuda. A oração não premeia a preguiça. Deus ajuda-nos quando nós fazemos por isso. Recebemos tantos dons! A oração faz-nos também tomar consciênca dos dons recebidos e da necessidade de os partilhar. Quando acordamos de manhã isso é um dom. É um verdadeiro milagre.
       Oração e santificação. A oração predispõe-nos à conversão. Aquele publicano saiu justificado, isto é, perdoado dos seus pecados. Não há santos sem passado, nem pecador sem futuro. Ou seja, os santos também caíram, mas souberam levantar-se e ir até ao fim, confiando na misericórdia de Deus. Os pecadores têm futuro porque estão a tempo de se converter e beneficiarem do perdão de Deus.
       Os santos são para nós um exemplo de caminho, de fé, de oração. O melhor exemplo é Maria. Confiou em Deus e entregou-Se totalmente à Sua vontade.
       O pregador, Pe. Joaquim Dionísio, terminou a sua reflexão convidado-nos a que sejamos estes bons amigos do Evangelho, prontos para levarmos outros a Jesus e a deixarmos que outros nos levem a Jesus.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Novena da Imaculada Conceição 2016 - sexto dia

       No sexto dia da Novena, caindo em Domingo, a Novena incluiu a recitação do Terço, a Exposição, Adoração e Bênção do Santíssimo. A pregação do Pe. Joaquim partiu de um texto de São João (5, 1-9), em que Jesus cura um paralíptico que estava à beira da piscina de Betzatá.
       Depois da proclamação deste texto, o Pregador relembrou o texto do Evangelho proclamado neste segundo Domingo de Advento e que fala de João Batista. Três notas acerca do Evangelho deste dia em relação a João Batista: um anúncio, um convite, uma ameça. Anúncio: O reino de Deus está a chegar. É uma Boa Notícia. É Evangelho.Um convite/desafio: Convertei-vos. A conversão é caminho que nos leva a Jesus.
       Um aviso, uma ameaça: a machado está posto à raiz, toda a árvore que não dá fruto é cortada e deitada ao lume. Daí a necessidade da conversão, a adesão ao anúncio, fazendo com que este anúncio nos leve ao compromisso com os outros.
       Por outro lado, a figura de Santa Faustina, que é a confidente de Jesus para a misericórdia e que estará em evidência na paróquia durante o mês de dezembro (Um santo Missionário por mês - iniciativa arciprestal). Ao longo do ano pastoral anterior, a vivência do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco. E para quê um ano dedicado à misericórdia?
A ponte entre João Batista e Santa Faustina. Anúncio do Reino de Deus que está a chegar e desafio à conversão. Misericórdia divina em abundância, esbanjada a favor de todos. Era necessário um Jubileu da Misericórdia para que todos tivessem (e soubessem) acesso á misericórdia de Deus. Naquela piscina só podia entrar um doente de cada vez. Quando a água começa agitar-se, quem pode entra na piscina. Só se pode salvar um de cada vez. Solidários na doença, mas junto à piscina tornam-se adversários, há rivalidade a ver quem entra primeiro e se salva. Ora o Jubileu da Misericórdia lembra-nos que todos podemos ser salvos. Não importa se se chega antes ou no fim. Todos podem aceder à salvação, que é dom gratuito de Deus a todos.
       Sobre a Misericórdia três notas fundamentais. A misericórdia é dom de Deus. Deus é a Misericórdia que nos procede. Agimos com misericórdia porque antes Deus agiu desse modo connosco. A misericórdia é dom mas torna-se dever (1). Se recebemos de graça, de graça havemos de dar. Os dons só se preservam se forem gastos a favor dos outros. A misericórdia exige proximidade (2). Proximidade física, espiritual ou afetiva, mas proximidade. Lembremos a parábola do Bom Samaritano. O levita e o sacerdote cumprem a Lei, pensam em si mesmos... O que nos acontece se nos aproximarmos? Afastam-se, mantém-se à distância. Po sua vez, o samaritano pensa, não sem si, mas no que acontecerá se não se aproximar daquele homem? Aproxima-se. É válido também para nós, a distância afasta-nos dos outros, a proximidade redime, cura, salva-nos. 
       A misericórdia traduz-se, concretiza-se, pela compaixão (3). Não é ter pena do outro. Isso é diminuir o outro. Se temos pena, não o reconhecemos como igual, com a mesma dignidade. Podemos e devemos sentir compaixão. Esse é proceder de Deus para connosco, compadeceu-Se de nós, do nosso pecado, vindo ao nosso encontro.
       O Jubileu da Misericórdia foi/é importante para nos lembrar que esta piscina é para todos, venham antes ou depois, peçam perdão muitas vezes ou uma vez apenas, venham muitas vezes à Missa ou só no fim da vida. A Pedro, depois da negação, Jesus há de perguntar pelo amor: Pedro, Tu amas-Me? Não pergunta quantas línguas conhece, que capacidades tem, pergunta pelo amor. Amar é quanto basta. No dizer de Santo Agostinho, ama e faz o que quiseres. Amar é bom. Lembremos o amor das mães pelos filhos e quanto fazem para o bem dos filhos. "No entardecer da vida seremos julgados pelo amor" (São João da Cruz). Como nos lembra São Mateus no capítulo 25: tive fome e deste-me de comer, tive sede e deste-me de beber... a pergunta é pelo amor ou pela falta de amor, de compaixão. Conta-se a história de um rabino que interrogou os seus discípulos acerca do momento em que a noite dava lugar ao dia. As respostas são variadas e também as podemos dar: quando distinguimos formas, ou vemos os degraus, ou conseguimos ler um texto. Então o rabino responde-lhes: é dia quando encontras o outro e o reconheces como irmão.
       Com São João Batista, escutemos o anúncio, deixemos-nos desafiar à conversão e arrependimento e procuremos dar fruto, para sermos árvores que perduram para a vida eterna.
       Com Santa Faustina, abramo-nos à misericórdia de Deus, recebendo-a possamos partilhá-la com os outros.
       Nossa Senhora saibamos gastar-nos a favor dos outros como Ela Se gastou e continua a gastar a favor da humanidade. Os muitos dons que recebeu de Deus fê-los frutificar no serviço e cuidado da humanidade.

Novena da Imaculada Conceição 2016 - quinto dia

       O nosso pregador, o Pe. Joaquim Dionísio, tendo em contra a presença das crianças da catequese, utilizou uma metodologia mais dialógica, começando por perguntar o que ia surgir em frente ao altar. Relembramos que a Paróquia de Tabuaço está a participar na Caminhada do Advento-Natal para o Arciprestado de que faz parte. O projeto é ir construindo o Presépio, tendo como pano de funda a liturgia da palavra e a ligação ao Plano Pastoral da Diocese. O espaço escolhido foi em frente ao altar. A resposta não se fez esperar: vai ali aparecer Jesus, o Presépio. Mas ainda não está o Menino Jesus, sóno dia de Natal. Então que fazer? Esperamos. E Durante a espera? Comemos, dormimos, brincamos... E que mais podemos fazer enquanto esperamos?
       O Pe. Joaquim propôs então uma pequena história. Se temos que ir de viagem... o autocarro sairá pelas 9h00. Mas chego à paragem pelas oito horas? O que faço? Espero. E enquanto espero o que posso fazer. Podemos. Um menino chegou assim cedo, pegou na consola e pôs-se a jogar. Chegou outro e aproveitou para ler. Um outro ia olhando à sua volta. Viu então uma senhora de muita idade a atravessar a estrada, levantou.-se e foi ajudá-la.
       Enquanto esperamos podemos fazer várias coisas. Deveríamos fazer coisas positivas. É uma espera ativa. Como Maria. Enquanto Jesus não nasce, sabendo que a sua prima se encontra grávida vai ajudá-la. Podia ficar de braços cruzados, mas optou por sair e ir ao encontro.
       O Evangelho hoje falava de uma figura. Quem? João. João Batista? E o que ele fazia? Batizava. Por isso se chama João, o Batista. Ele anuncia e prepara a vinda de Jesus. Diz-nos o que fazer enquanto esperamos. É um homem esquisito, come gafanhotos e mel silvestre. Mas é um homem sério, coerente. Diz ao que vem. Diz o que tem a fazer. Mais vale ser antipático e ser verdadeiro, do que muito simpático e mentiroso. João prega a verdade, procura a verdade, denuncia as injustiças e a corrupção. Outro dos aspetos é a sua humildade. Ele poderia ter a fama que quisesse, mas prefere manter-se pequenino, aponta para o Messias.
       João prepara a vinda de Jesus. É a sua missão. Os pais e as catequistas hão de ser como João Batista, optando pela verdade, pela coerência, pela humildade. São os primeiros educadores dos filhos. Têm a missão de comunicar os valores e as referências, também a pertença e a inserção na comunidade crente. A fé aproxima-nos da comunidade, faz-nos participar da vida comunitária. A fé não isola, pelo contrário leva-me ao encontro do outro para atender às suas necessidades.
       Podemos esperar por Jesus de braços cruzados, a jogar ou a brincar, ou distraídos da vida. Ou podemos esperar ativamente, como Nossa Senhora, que soube que a sua prima Isabel estava grávida e não ficou em casa à espera que Jesus nascesse, foi ter com ela para a ajudar. Podemos muitas coisas enquanto esperamos, façamos coisas positivas.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Novena da Imaculada Conceição 2016 - quarto dia

       Neste quarto dia de novena, em honra de nossa Senhora da Conceição, o Pe Joaquim iniciou por lembrar o Dr. Manuel Gonçalves da Costa, reconhecido historiador da diocese, natural de Penude. Tinha tido uma intervenção na Academia Portuguesa de História e contou aos seus alunos no Seminário como tinha começado a sua intervenção: para Deus tudo é fácil, para o homem tudo é difícil. 
       Deus é todo poderoso, o homem é frágil. Deus é a Verdade, é Livre. Sabe tudo.
       O ser humano é limitado, fraqueja, os desencontros, a incompreensão. Como víamos ontem, as dificuldades manifestam-se a cada momento. A fé ajuda-nos a encontrar Jesus, a enfrentar as dificuldades, a abrir-nos para Deus, a compreender que Deus nos ama, e que não nos falha. A fé não elimina o mal, o sofrimento, mas dá-nos a esperança para nos erguemos, para caminhar, para procurarmos Jesus, como aqueles dois cegos do Evangelho. A fé permite-nos ver mais além do sofrimento.
       Aqueles dois cegos do evangelho (Mt 9, 27-31) somos nós. Podem não ser cegos físicos, pois eles seguem Jesus pelo caminho, Somos cegos quando deixamos de ver, já não vemos mais, estamos desorientados. Quando nos falta a esperança e já não conseguimos caminhar.
       Aqueles cegos já tinham ouvido falar de Jesus e por isso sentem-se impulsionados para recorrer a Jesus. Seguem-n'O no seu caminho e predispõe-se a mudar: Senhor, tende piedade de nós. Também pedimos ao Senhor que tenha compaixão de nós, que venha em nossa auxílio e nos salve. Para esta súplica é preciso a humildade, só na pequenez nos abre o coração para a grandeza da misericórdia de Deus. Deus cria-nos sem nós, mas não nos salva sem nós (Santo Agostinho). A fé é dom. Mas os dons são para gastar, para partilhar. A fé é dom, mas Deus conta connosco. Esper a nossa resposta.
       Outro dos aspetos do Evangelho, o encontro com Jesus dá-se na rua. Jesus podia curá-los ali, mas só quando entra em casa, na comunidade, é que fala com eles e os cura. É na comunidade que podemos encontrar Jesus. Por vezes procuramos Jesus onde Ele não está. Podemos encontrá-l'O na oração, na Palavra de Deus, pela qual nos fala, encontrámo-l'O sobretudo na comunidade, Igreja é a assembleia convocada por Ele, é na comunidade que nos apoiamos.
       Quando alguém diz "eu cá tenho a minha fé", é mentira. Pode ser uma conjunto de ideias, mas não é fé. A pessoa desculpa-se para fazer tudo à sua maneira. A fé congrega-nos, faz-nos comunidade, é em comunidade que Deus nos fala, é em comunidade que Deus nos cura.

Novena da Imaculada Conceição 2016 - terceiro dia

       Ao terceiro dia da Novena, o Pe. Joaquim Dionísio começou por evocar a figura de Santa Teresa de Jesus, ou Santa Teresa de Ávila, ao tempo em que se tornou reformadora do Carmelo. Procurava então viver santamente, estendendo o testemunho às irmãs e aos religiosos em que viviam nos diferentes conventos. Pelo caminho encontrava muitos obstáculos, era criticada, abertamente, contestada, acusada, com processos que lhe moveram, dentro da própria congregação.
       Decidiu queixar-se a Jesus: bem vês o bem que procuro fazer e o testemunho que quero dar de Ti e do Teu Evangelho, procuro viver com humildade e ser prestável a toda a gente, e no entanto não me deixam em paz. A reposta de Jesus: é assim que trato os meus amigos. Contra-resposta pronta de Santa Teresa: é por isso que tens tão poucos!
       A partir daqui o nosso Pregador, propôs-se refletir sobre a dificuldade de dar testemunho. Também nós nos queixamos ao Senhor, questionando-O sobre as dificuldades que temos de enfrentar, rezamos, vimos à Missa, confiamos n'Ele, praticamos o bem, e mesmo assim sofremos, somos colocados à prova, com injustiças, sofrimentos, incompreensões, doenças, solidão... Questionamos Deus.
       No dia de Páscoa, dois homens caminham tristes, desiludidos em direção a Emaús, vão a falar do que sucedeu com o Senhor, em Quem tinha depositado a sua confiança, pensando que Ele ia resolver os problemas, restaurar a paz e a glória de Israel. Ouviram-n'O entusiasmados, acompanharam-n'O para todo o lado, pensaram que ira ser um tempo de sucesso. Mas no fim, Aquele que seria o Messias esperado, foi preso, julgado e morto numa cruz. Tudo pareceu em vão.
       Entretanto um terceiro Homem vem ao encontro deles e começa a falar com eles, a explicar-lhes as Sagradas Escrituras, mostrando que tudo o aquilo que aconteceu tinha de acontecer para se manifestar a glória de Deus. Este terceiro homem é o Senhor. Acompanhou-os ao longo do caminho. Como vinha caindo a noite, convidaram-n'O para pernoitar em sua casa. Durante a refeição, ao partir do pão, isto é, a Eucaristia, revelou-lhes que a ressurreição, a vida, venceu a morte. A dúvida deu lugar à fé e à confiança. A tristeza deu lugar à alegria. O medo deu lugar à partilha, ao anúncio, ao testemunho.
       Também isto é construir sobre a rocha, no dizer do Evangelho deste dia (Mt 7, 21.24-27).
       Os discípulos de Emaús somos nós. A escuta da Palavra, a sua reflexão, permite aclarar dúvidas e interrogações. A escuta da Palavra de Deus e o vir à sua mesa. A dúvida permite perguntar. Como Santa Teresa de Jesus. Deus responde com a Sua Palavra, com os Seus dons.
       Por outro lado, Deus não força. Vem, coloca-Se perto, mas respeita o nosso ritmo, não empurra, não arrasta, não exclui.Caminha connosco. Está no meio. Importa que esteja no meio. Os discípulos de Emaús estavam tristes porque perderam Jesus de vista. Ele tem de estar visível, ser o centro. Como tem referido o Papa Francisco, a Igreja reflete Cristo, havendo o perigo da autorrefencialidade, da Igreja se anunciar a si mesma. Como a Lua, que não tendo luz própria, reflete a luz do Sol, assim a Igreja, assim os cristãos. Vamos ao Seu encontro, deixemo-nos encontrar por Ele, coloquemo-l'O no centro.
       No primeiro dia de Novena, refletimos sobre a alegria de ser cristão. No segundo, do testemunho, neste terceiro dia, da dificuldade em dar testemunho, quando a fé é testada pela vida, pelos dias de chuva e sofrimento.
       Samta Teresa sentiu essas dificuldades. Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, a Imaculada Conceição, também viveu momentos de dúvida, questionando o Anjo, e tantos outros momentos em que tudo parecia correr contrário ao que seria expectável da parte de Deus. Mas confiou em Deus, deixou que a fé superasse a dúvida e que o medo desse lugar à confiança. Também assim é construir sobre a rocha, na oração, na escuta da Palavra de Deus, participando do Seu banquete.
       Por fim, outro aspeto... Terminou o Jubileu da Misericórdia. O Papa colocou em grande evidência a reflexão e sobretudo a prática das 14 obras de misercórdia, 7 corporais e 7 espirituais. O Pregador desafia a vivência de uma 15.ª Obra de Misericórdia: acordar os que estão a dormir. Acordarmos quem está a dormir e deixarmo-nos acordar quando adormecemos. Podemos ir a caminho de Emaús, mas deixemos que nos acordem para regressar e dar testemunho do Crucificado-Ressuscitado, como Santa Teresa, como Maria. Também isto é construir sobre a rocha.
       Por vezes a fé acaba, as famílias desfazem-se, a relação pais-filhos esmorece, porque alguém se ficou a dormir, descuidando-se de viver. Deus dá-nos dons. Qual a melhor maneira de os guardar? Pergunta feita pelo Pe. Joaquim. A melhor forma de guardar os dons é partilhá-los. Quanto mais gastarmos a vida, quanto mais vivermos, mais vida teremos...
       Também isto é construir sobre a rocha, para testemunhar Jesus. Ajuda-nos no caminho, Nossa Senhora da Conceição, intercedendo por nós, cuidando para que Jesus esteja no centro, incentivando-nos à escuta da Palavra que alimenta a nossa fé, que nos alimenta no caminho e nas dificuldades que vamos encontrando.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Novena da Imaculada Conceição 2016 - segundo dia

       O segundo dia da Novena da Imaculada Conceição coincide com a Festa do Apóstolo Santo André, pelo que também ele figura na celebração e na pregação.
        O Pe. Joaquim Dionísio começou por apresentar um homem que viveu há muitos anos. Um homem simples que começou a pregar e que muitas pessoas simples se aproximavam para escutar. A sua forma de falar faziam com que muitos deixassem os seus afazeres para o escutarem e para o seguir. Deixavam o trabalho, os campos, os amigos e escutavam-nos com prazer. Mas não apenas falava, com a o anúncio curava, restituía a vista aos cegos, aos coxos e paralíticos devolviam o movimento, elevava-os e não apenas fisicamente, mas também espiritualmente. E mais pessoas vinham para se encontrarem com Ele. A todos olhava com ternura. Anunciava o amor de Deus, agia com compaixão, perdoava, levantava os que andavam abatidos. Os que andavam cansados vinham ter com Ele. Os que estavam à beira do caminho, aqueles para quem ninguém olhava, ele vi-os e chamava-os. Sem se impor, propondo-se. Esse homem era Jesus. Hoje continua a falar-nos, a elevar-nos, a deixar que O sigamos.
        Alguns não gostavam nem das suas palavras nem do seu proceder. Prenderam-se, julgaram-no injustamente, mandaram-no crucificar. Os que estavam instalados sentiram-se ameaçados, apesar de Jesus anunciar a paz, a compaixão, o perdão. Passou fazendo o bem e Deus ressuscitou-O. Está no meio de nós. Vem ao nosso encontro. Antes da Ascensão, apareceu aos seus discípulos e disse-lhes: sois testemunhas de todas estas coisas. Das palavras cheias de esperança e dos gestos repletos de compaixão. Hoje somos nós as testemunhas destas coisas. Por isso viemos para nos encontrarmos com Jesus e O testemunharmos para que outros possam encontrá-l'O. Ser testemunha é presenciar e falar na hora certa do que viu e do que deve ser. Assim, teremos que ser testemunhas de Jesus. É a nossa identidade batismal, somos cristãos, para testemunhar o Cristo, o Filho de Deus, em toda a parte, em todos os nossos afazeres.
        Relembrando as palavras do Papa Paulo VI em Portugal, em 1967, o nosso tempo precisa, mais que Mestres precisa de testemunhas. Não de qualquer coisa, mas de Jesus. É Ele o centro, sempre. Nós passamos, Ele permanece. É por ele que estamos em novena, vimos à Missa, e por causa d'Ele que rezamos. Antes os cristãos dividiam-se em praticantes e não praticantes. Citando o nosso Bispo, o mundo de hoje precisa de cristãos que sejam mais que praticantes, sejam apaixonados por Jesus Cristo, para dessa forma O comunicarem com paixão, denunciando as injustiças, anunciando-O em todos os ambientes, respeitando os outros, propondo não impondo, mas intervindo. A fé comunica-se por atração (Bento XVI).
        Propomos Jesus em todos os momentos, não somos cristãos de pastelaria (Papa Francisco). Na pastelaria, tudo é doce. A vida tem as suas dificuldades, nestas precisamos de anunciar Jesus, pelo amor, onde tudo começa e tudo acaba.
        Santo André foi ao encontro de Jesus, deixou-se tocar pela Sua palavra e pela Sua compaixão. Segui-O, tornou-se testemunha, até derramar o sangue por Ele. Assim, Maria, que invocamos como Nossa Senhora da Conceição, também Ela foi testemunha, vivendo com paixão a sua fé, comunicando-a. Ainda hoje continua a interceder por nós, a testemunhar o amor de Deus, a apontar-nos para Jesus.
       Na parte final, o Pe. Joaquim utilizou uma estória. Um homem que foi convocado pelo Rei. Este homem ficou assustado e recorreu aos seus amigos. Tinha três amigos. O mais íntimo, o número 1, encontrava-se com ele todos os dias, a todas as horas, eram inseparáveis. Com amigo número 2 encontrava-se uma vez por semana e quando calhava. Ao amigo número três encontravam uma vez por mês, de longe a longe. Foi ter com o número um que lhe respondeu, nem pensar, pede-me tudo, menos isso. O número dois disse-lhe que o acompanhava mas ficaria à porta, não entraria. Foi então ter com o amigo número três que imediatamente se disponibilizou a acompanhá-lo à presença do Rei. O homem somos nós. O Rei é Deus. A convocação para ir à Sua presença é o momento da nossa morte. O amigo número um são as coisas que nos ocupam e preocupam, deixamo-las todas, nenhuma seguirá connosco. O amigo número dois são os nossos familiares e amigos, acompanham-nos, mas ficam à porta, do cemitério. O amigo número três é o bem que fazemos, acompanham-nos para a eternidade. Ser testemunha de Jesus é optar pelo amigo número três e colocá-lo em primeiro lugar. 

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Novena da Imaculada Conceição 2016 - Primeiro Dia

       A grande festa da comunidade paroquial é a festa da Sua Padroeira, a Imaculada Conceição, no dia 8 de dezembro. Ela é também a Madrinha dos Bombeiros, a Padroeira da Santa Casa da Misericórdia, e a referência de toda a paróquia e dos seus grupos.
       Antes da festa a preparação. Nove dias, uma novena, numa espécie de retiro aberto, com a celebração do Terço, com a celebração da Eucaristia e com a Pregação. Este ano a pregação está a cargo do Pe. Joaquim Dionísio, Reitor do Seminário Maior de Lamego, Diretor da Voz de Lamego.
       O Pregador, neste primeiro dia, começou por nos situar "onde estávamos"... em Tabuaço, na Igreja, na casa de Jesus? Estamos em nossa casa, disse. Em casa sentimo-nos bem. Não estamos a mais. De outros lados podemos ser enxotados, mas não de nossa casa. Vimos e sentimo-nos em casa. Sentimo-nos bem porque viemos a um encontro com Deus, que nos ama.
       O Pe. Joaquim continou a questionar: o que nos deixa felizes? Muitas respostas podíamos dar: estar em família, ter saúde, ter trabalho, viajar... Mas o mais importante é saber que alguém nos ama. Estejamos onde estivermos, se alguém gosta de nós, isso deixa-nos felizes. Claro que há dificuldades... A fé não nos livra dos problemas, mas dá-nos a esperança para não desistir.
       Começamos esta Novena como um encontro, em nossa casa, com Maria, em alegria. Saber que alguém gosta de nós, é motivo para estarmos contentes, como Jesus. "Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo...". A alegria de estarmos em casa e de nos sabermos amados. A alegria que queremos partilhar.
       Em novena para escutar. Há diferenças entre escutar e ouvir... ouvimos muitas coisas, escutar é com a consciência, com o coração como Maria, que Deus nos dá por Mãe. A NOVENA há de ser tempo de encontro, de escuta para obedecer. Como Maria, que escuta e se dispõe a fazer a vontade do Senhor: eis a serva. Fazer-se pequenino. "Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos" (Lc 10, 21-24). Fazer-se pequenino para crescer. Quem é grande não tem espaço para crescer. O pecado de Adão e Eva foi quererem ser como Deus ao ponto de O dispensar. Ser pequenino para escutar. Escutar para obedecer a Deus. Seguindo Maria que nos manda fazer tudo o que Jesus nos diz. É o nosso propósito ao iniciarmos esta novena, em casa, com Maria, num encontro com Alguém que nos ama, com Jesus, para experimentarmos a alegria.