1 – A proximidade da celebração festiva do Natal leva-nos a viver mais intensamente, numa atitude de espera, de preparação e de conversão, mas também de alegria, júbilo, que antecipa esta chegada de Deus ao nosso coração e à nossa vida.
Quando alguém está para chegar, os sentimentos misturam-se e confundem-se entre a ansiedade, a pressa que a pessoa esperada chegue, e a experiência de felicidade (antecipada) por saber que falta pouquíssimo tempo para (re)encontrar aquela que pessoa com quem se deseja muito estar.
Assim também o Advento nos permite viver em atitude de espera e de alegria, pela chegada do Salvador, o Deus connosco.
O profeta Isaías, na primeira leitura, convida ao júbilo, à confiança, porque Deus vem até nós: "Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida, cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria... Dizei aos corações perturbados: «Tende coragem, não temais:Aí está o vosso Deus, vem para fazer justiça e dar a recompensa. Ele próprio vem salvar-nos»... hão-de chegar a Sião com brados de alegria, com eterna felicidade a iluminar-lhes o rosto".
A espera é confiante.
(nascimento de João Baptista)
2 – Para os cristãos, a vinda do Messias não se situa no futuro mas no presente como nos diz o Evangelho, onde Jesus responde às expectativas anunciadas. João Baptista, depois de ter ouvido dizer muitas coisas de Jesus, manda alguns dos seus discípulos para dissipar as dúvidas: «És Tu Aquele que há-de vir ou devemos esperar outro?» Jesus respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres...".
Jesus não responde com argumentos, mas com a vida, com uma postura constante, com a realidade das curas, do perdão dos pecados, da transformação da vida daqueles com quem Ele se encontra, com o anúncio da Boa Nova da salvação.
Por outro lado, Jesus não perde a ocasião para testemunhar a favor de João Baptista – "Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista" – e nos apontar para o reino de Deus, não como algo distante, mas como realidade ao nosso alcance, basta-nos escutar e viver o Evangelho e, dessa forma, "o menor no reino dos Céus é maior do que ele», do que o maior dos nascidos de mulher, João Baptista.
3 – A tensão escatológica, entre a vinda de Jesus há dois mil anos, e a vinda última, pode gerar desânimo. Com efeito, a chegada do Messias deveria ser acompanhada pela transformação radical do mundo em que este fosse verdadeiramente um mundo novo, marcado pela verdade e pelo espírito, em que a paz entre as nações, a justiça, a harmonia entre as pessoas, dentro das famílias, nos povos do mundo inteiro fosse não apenas um desejo mas uma realidade experimentada.
No entanto, a certeza de que em Jesus veio até nós o Reino de Deus não deve desanimar-nos nem fazer-nos baixar os braços, mas envolver-nos ainda mais, pois sabemos que a vitória do bem é uma certeza. Vivamos para que, através da nossa vida, o reino de Deus se cumpra.
São Tiago, na segunda leitura, diz-nos com propriedade: "Esperai com paciência a vinda do Senhor. Vede como o agricultor espera pacientemente o precioso fruto da terra, aguardando a chuva temporã e a tardia. Sede pacientes, vós também, e fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. Não vos queixeis uns dos outros, a fim de não serdes julgados. Eis que o Juiz está à porta. Irmãos, tomai como modelos de sofrimento e de paciência os profetas, que falaram em nome do Senhor".
O tempo urge, já se sentem as dores do parto de um mundo novo, renascido na água e sobretudo no Espírito Santo. As sementes foram lançadas à terra. Aguardemos jubilosos, os frutos já despontam, com a graça do Senhor Jesus.
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Textos para a Eucaristia (ano A): Is 35,1-10; Tg 5,7-10; Mt 11,2-11.
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