"O Pai é o amor originário,
a fonte de todo o amor. Ele começa o amor. «Só Ele começa a amar sem
motivos; mais é Ele quem, desde sempre, começou a amar (Eberhard
Jüngel). O Pai ama desde sempre e para sempre, sem ser obrigado nem
motivado a partir de fora. É o «Eterno amante». Ama e continuará a amar
sempre. Nunca nos reinará o Seu amor e fidelidade. D'Ele só brota amor. Consequência: criados à Sua imagem, estamos feitos para amar. Só amando acertamos na existência.
O ser Filho consiste em receber o amor do Pai. Ele
é o «Amado eternamente», antes da criação do mundo. O Filho é o amor
que acolhe, a resposta eterna do amor do Pai. O mistério de Deus
consiste, pois, em dar e também em receber amor. Em Deus, deixar-se amar
não é menos que amar. Receber é também divino! Consequência: criados à imagem de Deus estamos feitos não só para amar, mas também para ser amados.
O Espírito Santo é a comunhão do Pai e do Filho. Ele é
o AMOR eterno entre o Pai amante e o Filho amado, é Ele que revela que o
amor divino não é possessão ciumenta do Pai nem apropriação egoística
do Filho. O amor verdadeiro é sempre abertura, dom, comunicação
transbordante. Por isso, o amor de Deus não se fica em si mesmo, mas
comunica-se e estende-se às Suas criaturas. «O amor de Deus foi
derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rom
5,5). Consequência: criados à imagem de Deus, estamos feitos para amar, sem nos apropriarmos, nem nos encerrarmos em amores fictícios e egoístas".
José ANTONIO PAGOLA, O Caminho aberto por Jesus: Mateus.
Sem comentários:
Enviar um comentário