Nasceu em Lima (Peru) de pai espanhol e mãe preta, no ano 1579. Aprendeu desde muito jovem o ofício de barbeiro e enfermeiro; e, quando entrou na Ordem dos Pregadores, dedicou-se de modo singular à enfermagem em favor dos pobres. Levou uma vida de constante mortificação e profunda humildade e cultivou uma especialíssima devoção à Eucaristia. Morreu em 1639.
Deus de infinita bondade, que levastes São Martinho à glória celeste pelos caminhos da humildade, dai nos a graça de seguir o seu exemplo admirável, para que sejamos glorificados com ele no Céu. Por Nosso Senhor.
São JOÃO XXIII, papa, na canonizacão de São Martinho de Porres6 de Maio de 1962
«Martinho da caridade»
Com o exemplo da sua vida, Martinho mostra-nos como é possível chegar à salvação e à santidade pelo caminho que Jesus Cristo indica, a saber, se antes de tudo amamos a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa alma e com todo o nosso espírito; e, em segundo lugar, se amamos o nosso próximo como a nós mesmos.
Ao compreender que Jesus Cristo padeceu por nós e carregou os nossos pecados no seu corpo sobre a cruz, acompanhou com singular amor o Crucificado; e, ao contemplar os seus cruéis tormentos, não podia dominar a emoção e chorava abundantemente. Amou também com especial amor o santíssimo sacramento da Eucaristia, ao qual dedicava com frequência longas horas de oculta adoração diante do sacrário e do qual desejava alimentar se com a maior frequência possível.
Além disso, seguindo as exortações do divino Mestre, São Martinho amou os seus irmãos com profunda caridade, nascida duma fé inquebrantável e dum coração humilde. E amava os homens porque os considerava sinceramente filhos de Deus e irmãos seus; melhor, amava os mais do que a si mesmo, pois na sua humildade julgava a todos muito justos e melhores do que ele.
Desculpava os defeitos dos outros e perdoava as mais graves ofensas, por estar persuadido de que era muito mais o que merecia pelos seus pecados. Procurava com todo o empenho trazer os pecadores ao bom caminho. Assistia carinhosamente os enfermos. Fornecia comida, roupas e medicamentos aos necessitados. Na medida das suas possibilidades, protegia, com todo o género de solicitude e ajuda, os camponeses, os negros e os mestiços, que nesse tempo exerciam os ofícios mais desprezíveis, de tal modo que mereceu ser apelidado «Martinho da caridade».
Este santo homem, que, pela sua palavra, exemplo e virtude, contribuiu tão eficazmente para atrair os outros à religião, também agora tem o poder admirável de elevar o nosso pensamento às realidades celestes. Nem todos, infelizmente, apreciam estes dons sobrenaturais, nem todos os apreciam como convém; pelo contrário, são muitos os que, inclinados para as seduções do vício, os desconsideram, desprezam ou esquecem completamente. Oxalá o exemplo de Martinho ensine, para a salvação de muitos, como é suave e feliz seguir os passos de Jesus Cristo e obedecer aos seus mandamentos!
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