No tempo de Páscoa são-nos apresentadas leituras dos Atos dos Apóstolos e muito do Evangelho de São João. A primeira transparece a vida, a alegria, a garra, a vitalidade com que as comunidades cristãs se vão formando, enfrentando dificuldades e novas realidades. O anúncio do Evangelho dá frutos efetivos, ainda que surgem obstáculos nem sempre fáceis de vencer. O Espírito Santo guia os discípulos para nossas paragens.
Depois do apedrejamento de Estêvão, o primeiro mártir cristão, a perseguição à Igreja acentuou-se o que vai permitir a expansão mais célere do cristianismo. Os persguidos levam a mensagem e os motivos da perseguição e suscitam entusiasmo noutros, pela alegria, convicção, pelo testemunho.
Levantou-se uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém e todos, à excepção dos Apóstolos, se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria. Alguns homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram grandes lamentações por ele. Saulo, por sua vez, devastava a Igreja: ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e metia-os na prisão. Entretanto, os irmãos dispersos andaram de terra em terra, a anun¬ciar a palavra do Evangelho. Foi assim que Filipe, tendo descido a uma cidade da Samaria, começou a anunciar Cristo àquela gente. As multidões aderiam unânimemente às palavras de Filipe, porque ouviam falar dos milagres que fazia e também os viam. De muitos possessos saíam espíritos impuros, soltando enormes gritos, e numerosos paralíticos e coxos foram curados. E houve muita alegria naquele cidade (Atos 8, 1b-8).
No evangelho, São João fala-nos da identidade de Jesus, como o verdadeiro alimento, o Pão que desce do Céu para dar vida ao mundo, para que n'Ele saciemos a nossa sede, a nossa ânsia de sentido e de felicidade:
Disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão da vida: Quem vem a Mim nunca mais terá fome e quem acredita em Mim nunca mais terá sede. No entanto, como vos disse, ‘embora tivésseis visto, não acreditais’. Todos aqueles que o Pai Me dá virão a Mim e àqueles que vêm a Mim não os rejeitarei, porque desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou. E a vontade d’Aquele que Me enviou é esta: que Eu não perca nenhum dos que Ele Me deu, mas os ressuscite no último dia. De facto, é esta a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e acredita n’Ele tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia» (Jo 6, 35-40)
Para Jesus, e assim também para os seus discípulos, que somos nós também, a missão fundamental é fazer a vontade de Deus, procurando que a nossa vontade se aproxime ou funda com a vontade de Deus para nós e para a humanidade. Ele vem para salvar. A salvação acontece quando nos tornamos dóceis ao Espírito de Deus e disponíveis para darmos a vida a favor de muitos.
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