A terceira Carta Encíclica de Bento XVI empresta o título a este blogue. A Caridade na Verdade. Agora permanecem a fé, a esperança e a caridade, mas só esta entra na eternidade com Deus. Espaço pastoral de Tabuaço, Távora, Pinheiros e Carrazedo, de portas abertas para a Igreja e para o mundo...
sábado, 30 de dezembro de 2023
sexta-feira, 22 de dezembro de 2023
sexta-feira, 15 de dezembro de 2023
sexta-feira, 1 de dezembro de 2023
sábado, 25 de novembro de 2023
sábado, 18 de novembro de 2023
sábado, 11 de novembro de 2023
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
sábado, 28 de outubro de 2023
sexta-feira, 20 de outubro de 2023
sábado, 14 de outubro de 2023
quinta-feira, 12 de outubro de 2023
Bento XVI - o que é o cristianismo
Recolhe diversos textos, estudo, reflexão, entrevista, intervenções, alguns já conhecidos, mas aperfeiçoados, outros inéditos sobre os fundamentos do cristianismo, sobre a identidade católica, sobre a relação da Igreja com outras igrejas e com o judaísmo.
sexta-feira, 6 de outubro de 2023
quinta-feira, 28 de setembro de 2023
sábado, 23 de setembro de 2023
sexta-feira, 22 de setembro de 2023
sexta-feira, 15 de setembro de 2023
sábado, 9 de setembro de 2023
sábado, 2 de setembro de 2023
sexta-feira, 25 de agosto de 2023
sábado, 19 de agosto de 2023
quarta-feira, 16 de agosto de 2023
sexta-feira, 11 de agosto de 2023
Véronique Olmi - santa Bakhita
Contracapa / apresentação:
Quando Bakhita foi raptada da sua aldeia natal, no Sudão, tinha apenas sete anos e estava longe de imaginar a extraordinária odisseia em que ia transformar-se a sua vida.Feita escrava pelos raptores, vendida, trocada e oferecida várias vezes, conheceu a maldade humana em toda a sua dimensão e sentiu-a na pele ao ser vítima da crueldade dos seus senhores.Anos mais tarde, um cônsul italiano comprou-a, e foi na Europa, depois de uma batalha judicial, que Bakhita voltou a conhecer a liberdade. Abraçou, então, a vida religiosa junto das Irmãs Canossianas, em Veneza, e atravessou o tumulto das duas guerras mundiais, consagrando a vida às crianças pobres e auxiliando os soldados feridos.É essa história que Véronique Olmi conta de forma tocante neste seu romance, que em 2017 venceu o Prémio Fnac e foi finalista dos Prémios Femina e Goncourt – a história de uma criança feliz que veio a passar pelos maiores sofrimentos, mas que acabou canonizada por João Paulo II.
Véronique Olmi nasceu em Nice, França, em 1962, e vive atualmente em Paris.Tem escrito peças de teatro, romances e novelas. A sua obra encontra-se atualmente traduzida em vinte idiomas, sendo os seus textos dramáticos representados em França e em vários palcos internacionais.O primeiro romance que publicou, Bord de Mer (2001), recebeu o Prémio Alain-Fournier. Uma década depois, ganhou o Prémio Maison de la Presse com o livro Cet Èté-Là.
terça-feira, 18 de julho de 2023
sábado, 8 de julho de 2023
sábado, 24 de junho de 2023
sábado, 17 de junho de 2023
sábado, 10 de junho de 2023
sábado, 3 de junho de 2023
sábado, 20 de maio de 2023
quinta-feira, 18 de maio de 2023
sábado, 13 de maio de 2023
sábado, 6 de maio de 2023
sexta-feira, 28 de abril de 2023
sexta-feira, 21 de abril de 2023
sábado, 15 de abril de 2023
sexta-feira, 7 de abril de 2023
Jesus foi morto a 7 de abril do ano 30
quinta-feira, 30 de março de 2023
sexta-feira, 24 de março de 2023
sexta-feira, 17 de março de 2023
sábado, 11 de março de 2023
quinta-feira, 2 de março de 2023
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023
Domingo I da Quaresma - ano A - 26 de fevereiro de 2023
1
– Sabe-nos
bem melhor aquilo que nos sai da pele! Esta afirmação vale, sobretudo, depois
do esforço e do empenho que colocámos numa tarefa e quando alcançámos o que
pretendíamos. A priori, e diante das dificuldades que divisamos, preferiríamos
situações mais fáceis, que tudo se resolvesse sem dor, que tudo surgisse como
que por magia, sem sujarmos as mãos.
Aos
outros, quando entreveem dificuldades no caminho que têm pela frente, e face à
nossa experiência, logo dizemos que sem esforço, sem trabalho, não há
recompensa e que esta será tanto mais compensadora quanto mais exigiu compromisso,
dedicação e trabalho.
Há uma
impressão muito popular e arreigada, de que aquilo que se recebe de mão-beijada
quase sempre é desbaratado, pouco valorizado e, muitas vezes, não é
suficientemente agradecido. Ou, como quem diz, gastamos a rodos quando não
somos nós ganhá-lo e quando não sabemos o quanto nos custou. Conseguimos ouvir
os pais a reclamar com os filhos pela facilidade em gastarem o que não tiveram
esforço em conseguir.
Algo de
semelhante sucede no plano da fé. Tudo seria mais fácil se a fé fosse
demonstrável nas suas verdades e intuições fundamentais. A fé servida à medida
de cada um, com provas irrefutáveis, sem possibilidades de engano, desvio ou
dúvida. Nem sempre a fé é fácil. Em momentos de treva, nas tempestades da vida,
no sofrimento inocente, nas catástrofes naturais, nas doenças incuráveis, nas
mortes repentinas e em tenra idade, questiona-se a bondade de Deus.
2 – No primeiro
Domingo da Quaresma, o Evangelho traz-nos as tentações de Jesus, este ano na
versão mateana. As tentações e fragilidades expressam a humanidade de Jesus,
sujeito às limitações e condicionantes humanas. Por outro lado, as tentações de
Jesus fazem-nos visualizar as tentações que nos apoquentam e com as quais, nem
sempre, conseguimos lidar. São Lucas e são Mateus condensam as tentações a
três; são Marcos refere-as sem número. São colocadas no início da vida pública,
no retiro que Jesus faz, no deserto, durante quarenta dias. Porém, as tentações
estão presentes ao longo de toda a vida, como se pode ver no momento da oração
de Jesus no Jardim das Oliveiras e no alto da Cruz. A tentação da desistência
ou do questionamento de Deus.
Jesus,
diz-nos o evangelho, foi conduzido pelo Espírito ao deserto. É o primeiro
aspeto a ter em conta. Pode parecer que o centro sejam as tentações, mas o
relevante é a presença constante do Espírito na vida de Jesus. O Espírito de
Deus que é visível no Batismo em forma de pomba e audível também a voz do Pai.
O tentador
aproximou-se e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, diz a estas pedras que se
transformem em pães»... Então o Diabo conduziu-O à cidade santa, levou-O ao
pináculo do templo e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, lança-Te daqui abaixo,
pois está escrito: ‘Deus mandará aos seus Anjos que te recebam nas suas mãos,
para que não tropeces em alguma pedra’»... De novo o Diabo O levou consigo a um
monte muito alto, mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e a sua glória, e
disse-Lhe: «Tudo isto Te darei, se, prostrado, me adorares».
Jesus
responde, decidido: «Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem, mas de toda
a palavra que sai da boca de Deus’... Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor
teu Deus’... Vai-te, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás o Senhor teu Deus
e só a Ele prestarás culto’. Então o Diabo deixou-O e aproximaram-se os Anjos e
serviram-n'O».
O caminho
de Jesus é do amor, da compaixão, do serviço aos irmãos. Não usa a sua
divindade em proveito próprio, para se exibir e impor, para dominar os outros.
Ele que Se revela como caminho, verdade e vida, percorre um caminho de entrega,
que comporta riscos e que implica sacrifício.
3 – A primeira
leitura traz-nos a narração da queda dos nossos primeiros pais. Não é, todavia,
uma história pessoal, circunscrita a um tempo e exclusiva de duas pessoas. É a
nossa história. Pertencemo-nos, somos do mesmo pó e em nós está presente o
mesmo espírito com que Deus nos chamou à vida. Fácil é vermos o mal que os
outros nos fazem ou ao mundo. Difícil é percebermos que estamos no mesmo barco
e também nós somos agentes na construção de um mundo humano e solidário, ou
carrascos da história pela nossa inação, indiferença, pelas nossas escolhas egoístas.
As
tentações afetam-nos a todos. A uns mais que outros. Umas mais do que outras.
Deus criou
o ser humano e predispôs de todas as condições para que fosse feliz, para que
não lhe faltasse nada de essencial. «Fez nascer na terra toda a espécie de
árvores, de frutos agradáveis à vista e bons para comer, entre as quais a
árvore da vida, no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal».
Tudo foi criado para usufruto e cuidado do ser humano. De tudo quanto Deus criou,
só um alerta, uma proibição: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim;
mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus avisou-nos:
‘Não podeis comer dele nem tocar-lhe, senão morrereis’».
O fruto
proibido é o mais apetecido! O provérbio virá daqui. Com efeito, um imenso
jardim, com muitas árvores, com muitas frutas, acessível para todos! A tentação
é revestida de provocação, de desafio e de promessa. Nada pode estar interdito!
Até mesmo a condição divina! O simbolismo daquela única árvore, garante que
todos estão sob a soberania de Deus. Quando alguém toca nesse fruto, isto é,
quando assume o lugar de Deus, a consequência é colocar os outros como servos,
súbditos, objetáveis na medida em que se submetem aos caprichos do "chefe"...
4 – Adão e
Eva seguiram os impulsos mais básicos, recusando qualquer intromissão na sua
liberdade, ainda que fossem criados livres. A liberdade, contudo, é também uma
responsabilidade. Não estamos sozinhos no Paraíso. O nosso Bispo, D. António,
diz-nos que o pecado não está em comer do fruto daquela árvore, mas em
recolhê-lo para que ninguém mais possa ter acesso e usufruir do que Deus criou
para todos. Tudo podemos, dirá são Paulo, mas nem tudo nos convém!
O que Deus
coloca como interdito? Aquilo que nos afasta dos outros, endeusando-os ou
instrumentalizando-os! Na verdade, Deus criou-nos livres e deu-nos o encargo de
cuidar da criação inteira. Cuidar não é usurpar ou destruir, não é arrebanhar
para si, mas criar as condições para que todos tenham acesso.
Os
primeiros pais centram-se em si mesmos e nas suas necessidades. Jesus, no
Evangelho, mostra como vencer as tentações, colocando Deus no centro, agindo,
não em benefício próprio, mas em favor dos outros. Ele gasta-Se, entrega-Se,
vive, e morre, para que tenhamos vida e vida em abundância.
Na segunda
Leitura, são Paulo relaciona e coloca em confronto a escolha de Adão, e de
todos os que se querem tornar deuses pela força, pela imposição, pela
idolatria, e de Jesus, e de todos os que se assemelham a Deus, dando-se e
promovendo a vida, construindo a fraternidade.
«Se pelo
pecado de um só todos pereceram, com muito mais razão a graça de Deus, dom
contido na graça de um só homem, Jesus Cristo, se concedeu com abundância a
todos os homens. E esse dom não é como o pecado de um só: o julgamento que
resultou desse único pecado levou à condenação, ao passo que o dom gratuito,
que veio depois de muitas faltas, leva à justificação... De facto, como pela
desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores, assim também, pela
obediência de um só, todos se tornarão justos».
5 – Por
mais controlo que queiramos ter sobre a vida, o tempo, os outros, cedo ou tarde
nos daremos conta que não é possível um controlo absoluto e permanente. Ao
nosso alcance as escolhas que fazemos, certos de que não possuímos os dados
todos a cada momento e que nem tudo é linear. A vida é muito mais, imensamente
mais do que aquilo que conseguimos visualizar, imaginar ou controlar. Por
vezes, como dirá são Paulo, fazemos o que não queremos e não fazemos o que queremos.
A vida é um mundo complexo e misterioso.
Pelo
caminho, experimentamos a dúvida e a hesitação, os contratempos e os
desencontros. Mas não estamos sós, não caminhamos sozinhos. Contamos com os
outros, com as indicações no caminho, com os mandamentos, normas e preceitos!
Contamos com Deus, que segue connosco, se deixarmos e Lhe abrirmos o nosso
coração e a nossa vida. Ele vem em nosso auxílio se a Ele recorrermos.
O salmista
ajuda-nos, na nossa súplica, a reconhecer a nossa indigência e a dispor-nos a
acolher a santidade de Deus: «Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa
bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. / Pequei
contra Vós, só contra Vós, e fiz o mal diante dos vossos olhos. / Criai em mim,
ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um espírito firme. Não
queirais repelir-me da vossa presença e não retireis de mim o vosso espírito de
santidade. / Dai-me de novo a alegria da vossa salvação e sustentai-me com
espírito generoso. Abri, Senhor, os meus lábios e a minha boca cantará o vosso
louvor».
A oração
de coleta, no início da Eucaristia, pode bem ser uma oração para toda a
Quaresma: «Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que, pelas práticas anuais do
sacramento quaresmal, alcancemos maior compreensão do mistério de Cristo e
demos testemunho dele com uma vida digna».
O
acolhimento do mistério de Deus, compromete-nos com os outros, na fidelidade a
Jesus, procurando viver ao Seu jeito, amando e cuidando de todos, especialmente
dos mais frágeis. A transformação do mundo, a paz e a justiça também dependem
de nós, da nossa oração e da nossa conversão, e da tradução real e concreta,
tanto quanto nos seja possível, do que somos, cristãos, no que fazemos, a
prática do bem, sem tréguas.
Pe. Manuel Gonçalves
Textos
para a Eucaristia (A): Gn 2, 7-9 – 3, 1-7; Sl 50 (51); Rm
5, 12-19; Mt 4, 1-11
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023
sábado, 18 de fevereiro de 2023
Domingo VII do Tempo Comum - ano A - 19.fevereiro.2023
No livro do Êxodo diz-se que se algum homem ferir uma mulher grávida, um dos exemplos, e se houver dano grave, "então darás a vida por vida, olho por olho, dente por dente, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe". E continua: "se alguém ferir o olho do seu escravo ou o olho da sua serva, e o inutilizar, deixá-lo-á livre pelo seu olho. Se fizer cair um dente do seu escravo ou um dente da sua serva, dar-lhe-á liberdade pelo seu dente" (Ex 21, 24ss). A preocupação é benevolente, procura evitar desproporcionalidade e, como se pode ver, nalguns casos, a reparação vai além de paga igual. Faz-se também a distinção entre a ignorância – se um boi ferir alguém, será apedrejado e morto e a sua carne não será comida, mas o dono será absolvido – e a negligência – se o dono sabia que o boi marrava e não se precaveu, ferindo alguém, será morto o boi e o dono!
Mas atenção, o mandamento de Jesus não é um convite ao perpetuar de injustiças, pois a misericórdia pressupõe a justiça. Trata-se de não responder com violência à violência, sabendo que se cairá num círculo vicioso que multiplicará a violência, alargando os intervenientes na família e nos grupos de amigos. A dinâmica diz-me respeito e a ti, se reagimos em tons de violência e agressão, ou se colocamos um ponto final e apostamos em corrigir, pacificamente, as injustiças.
E Jesus continua: «Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos. Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».
A referência é Deus Pai e a Sua perfeição. Mais do que nos guiarmos pelos nossos impulsos, ponderemos, procurando guiar-nos pelos desígnios amorosos de Deus. Jesus desafia-nos a amar os próprios inimigos e a rezar por eles, porque, mesmo que nos tenham feito mal, continuam a ser filhos amados de Deus, que é Pai de todos, bons e maus.
Deus amou-nos de tal forma que nos entregou o Seu Filho muito amado. O amor de Deus é pleno. Jesus mostra-no-lo ao gastar-Se inteiramente a favor da humanidade. Sem reservas nem condições. Não tem a ver com merecimentos. Não é por sermos bons. Oferece a Sua vida porque nos ama, porque nos quer bem, porque quer que a nossa vida seja abundante, feliz e abençoada, e duradoura. É a vontade do Pai concretizada, traduzida e realizada n’Ele. Os pais fazem o que fazem pelos filhos antes de estes o merecerem ou fazerem algo por isso, e continuam a fazer tudo pelos filhos mesmo que eles sejam ingratos e injustos. Assim age Deus connosco.
Ora, é a este amor imenso que nos cabe responder, amando, cuidando e servindo os irmãos. É a lógica de São João da Cruz assente no Evangelho, na vida, morte e ressurreição de Jesus. O amor que acolhemos há de expandir-se e aprofundar-se no amor aos outros. É a vingança do cristão: amar. Amar, perdoar e servir, mesmo no meio da ingratidão e da injustiça.
Em que consiste a santidade: «Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos, mas corrigirás o teu próximo, para não incorreres em falta por causa dele. Não te vingarás, nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo».
A santidade expressa-se e vive-se no amor, procurando "resgatar" o outro, não com vinganças e ódios, mas com amor. O bem que queremos para nós havemos de o querer para os outros, agindo em conformidade. Jesus dilatará o nosso coração para que amemos, não apenas na medida do que somos, limitados e finitos, mas na medida do Seu amor, total, infinito, perfeito, sem condições.
Deus age, na Sua sabedoria e no Seu amor, do lado do perdão e da bênção, como reza o salmista: «Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades; salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia. / O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade; não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos castigou segundo as nossas culpas. / Como o Oriente dista do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados; como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O temem».
É o motivo para Lhe respondermos, em tons de louvor e ação de graças: «Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo. Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios».
«Ninguém tenha ilusões. Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo, faça-se louco, para se tornar sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus, como está escrito: 'Apanharei os sábios na sua própria astúcia'. E ainda: 'O Senhor sabe como são vãos os pensamentos dos sábios'. Por isso, ninguém deve gloriar-se nos homens. Tudo é vosso: Paulo, Apolo e Pedro, o mundo, a vida e a morte, as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso; mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus».
Somos templo do Espírito Santo, deixemos que prevaleça em nós a santidade de Deus. "Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que, meditando continuamente nas realidades espirituais, pratiquemos sempre, em palavras e obras, o que Vos agrada".
Textos para a Eucaristia (A): Lv 19, 1-2. 17-18; Sl 102 (103); 1Cor 3, 16-23; Mt 5, 38-48.
sábado, 11 de fevereiro de 2023
Domingo VI do Tempo Comum - ano A - 12.fevereiro.2023
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023
Domingo V do Tempo Comum - ano A - 5.fevereiro.2023
Pe. Manuel Gonçalves
Textos
para a Eucaristia (A): Is 58, 7-10; Sl 111 (112); 1Cor 2,
1-5; Mt 5, 13-16.
sábado, 28 de janeiro de 2023
Domingo IV do Tempo Comum - ano A - 29.janeiro.2023
sábado, 21 de janeiro de 2023
Domingo do Palavra de Deus - ano A - 22.janeiro.2023
1 – «Começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo».
Por iniciativa do Papa Francisco, o terceiro Domingo do Tempo
Comum é o Domingo da Palavra de Deus, que para nós cristãos não é, apenas, um
conjunto de carateres ou uma composição de palavras, mas é o próprio Jesus
Cristo. Ele é a Palavra de Deus que Se faz vida para nós, encarnando, assume-nos,
identificando-Se com a nossa humanidade. A Palavra de Deus tem um rosto e uma
presença, é Pessoa, é Jesus Cristo. Com as Suas palavras e com os Seus gestos
mostra-nos o caminho que nos salva, que dá sentido à nossa existência. Esse
caminho passa pelo amor, pela ternura, pela compaixão, passa por gastar-nos no
cuidado uns dos outros, no serviço à humanidade e à própria criação.
2 – Depois do batismo e, sobretudo, depois da prisão de João
Batista, a missão de Jesus acelera e intensifica-se. O caminho foi preparado, a
voz proclamou a Palavra que estava para vir, a Palavra está agora no meio de
nós. Jesus cumpre, com a Sua vida, as promessas reveladas em Isaías: «Terra
de Zabulão e terra de Neftali, estrada do mar, além do Jordão, Galileia dos
gentios: o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que
habitavam na sombria região da morte, uma luz se levantou».
É um tempo novo, mas o desafio é idêntico: «Arrependei-vos,
porque está próximo o reino dos Céus».
O evangelista deixa entrever alguma precaução, uma vez que, depois
da prisão de João, Jesus Se retirou para a Galileia e é nessa região que
recruta a quase totalidade dos Seus discípulos. Vendo dois irmãos, Simão
(Pedro) e seu irmão André, que andavam na pesca, disse-lhes: «Vinde e
segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Um pouco mais à frente,
Jesus viu outros dois irmãos, Tiago e João, filhos de Zebedeu, a consertar as
redes e fez-lhes o mesmo desafio. Uns e outros, deixaram o que estavam a fazer
e seguiram-n'O.
Com eles, Jesus percorre a Galileia a ensinara o Evangelho do
Reino, acompanhando as palavras com gestos, curas e milagres. Hoje, Jesus
continua a chamar-nos, a mim e a ti. Como é que Lhe respondemos? Colocamos
condições ou seguimo-l'O incondicionalmente? Tratamos das nossas coisas, ou
pomo-nos a caminho com Ele?
3 – O Profeta Isaías, na primeira leitura, é portador da boa nova,
da esperança para o povo do Senhor. Os tempos não são de euforia, a adversidade
parece levar a melhor, as trevas tornaram-se densas, a perseguição e o exílio
são espinhos cravados no coração. Muitas foram as causas desta humilhação
passada, desta desolação, entre as quais está o pecado do egoísmo e da
prepotência, da corrupção e da injustiça. Um povo dividido torna-se vulnerável
à divisão e à devastação.
Ao longo de gerações, o povo sofreu as consequências de uma má
gestão, com os líderes políticos e religiosos a pensar mais nos seus interesses
do que no bem de todo o povo. Pode fazer-se uma leitura religiosa – o pecado
conduz ao conflito e à morte - mastambém uma leitura política – quando são
privilegiados os interesses pessoais e familiares, em vez do povo no seu
conjunto, cresce o descontentamento, as discussões e a revolta. De conflito em
conflito destrói-se a identidade e a força da comunidade, tornando-se
vulnerável a ataques de exércitos de países vizinhos!
Profetisa Isaías: «Assim como no tempo passado foi humilhada a
terra de Zabulão e de Neftali, também no futuro será coberto de glória o
caminho do mar, o Além do Jordão, a Galileia dos gentios».
A tristeza e o luto darão lugar à alegria e à gratidão. «Multiplicastes
a sua alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na vossa presença,
como os que se alegram no tempo da colheita, como exultam os que repartem
despojos. Vós quebrastes, como no dia de Madiã, o jugo que pesava sobre o povo,
o madeiro que ele tinha sobre os ombros e o bastão do opressor».
Depois da Cruz, a manhã de Páscoa. Depois da sexta-feira santa, da
paixão e do sofrimento, da entrega e da oblação, o Domingo da luz e da vida
nova, da paz e da salvação.
4 – O salmo responde, em forma de oração, à Palavra de Deus, no
louvor e na gratidão pelo aconchego que encontramos nos braços, no olhar, na
presença de Deus. Ele é a nossa luz e salvação. «O Senhor é protetor da
minha vida: de quem hei de ter medo? / Uma coisa peço ao Senhor, por ela
anseio: habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para gozar da
suavidade do Senhor e visitar o seu santuário. / Espero vir a contemplar a
bondade do Senhor na terra dos vivos. Confia no Senhor, sê forte. Tem confiança
e confia no Senhor».
A confiança é condição essencial para encontrarmos a paz e
vivermos harmoniosamente. Sabemos que não estamos sós. Nos momentos de treva e
nas tempestades da vida, Ele está a caminhar connosco, não nos deixa sós,
guia-nos, desde que abramos uma brecha para que a Sua luz e o Seu amor desbloqueiem
os nossos medos e prisões.
5 – São Paulo é o Apóstolo da Palavra. Ficou assim conhecido por
ser o maior missionário de todos os tempos, anunciando o Evangelho em toda a
parte, em todas as circunstâncias, oportuna e inoportunamente. O Evangelho que
anuncia é Cristo morto e ressuscitado, filho de Deus que dá a vida pela
humanidade. Depois da sua conversão, que a Igreja comemora a 25 de janeiro,
gastou-se por inteiro para fazer chegar a palavra de Deus a todos os recantos,
para ganhar alguns para Cristo. Fez-se tudo para todos para que reine o amor e
a verdade de Cristo.
A caminho de Damasco, nas encruzilhadas da vida, na busca
incessante pela verdade, na perseguição aqueles que considerava inimigos do
judaísmo, Paulo foi surpreendido pela Luz que vem do alto, pela Luz que é
Jesus. As trevas que o cegavam deram lugar à claridade da luz. De perseguidor
tornou-se seguidor de Jesus, procurando identificar-se totalmente com Ele. O
próprio nos dirá: "já não sou eu que vivo é Cristo que vive em
mim", "para mim viver é Cristo".
Na pregação como nas missivas que dirige às comunidades, o
apóstolo procura que o seu testemunho conduza outros a deixar-se ver por Jesus
Cristo, a deixar-se iluminar pelo Evangelho.
À comunidade de Corinto, e às nossas comunidades, e a quantos
creem em Cristo, são Paulo interpela: «Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor
Jesus Cristo, que faleis todos a mesma linguagem e que não haja divisões entre
vós, permanecendo bem unidos, no mesmo pensar e no mesmo agir. Eu soube, meus
irmãos, pela gente de Cloé, que há divisões entre vós, que há entre vós quem
diga: 'Eu sou de Paulo', 'eu de Apolo', 'eu de Pedro', 'eu de Cristo'. Estará
Cristo dividido? Porventura Paulo foi crucificado por vós? Foi em nome de Paulo
que recebestes o Batismo? Na verdade, Cristo não me enviou para batizar, mas
para anunciar o Evangelho; não, porém, com sabedoria de palavras, a fim de não
desvirtuar a cruz de Cristo».
A palavra anunciada é igual para todos, é Jesus Cristo, e, por
conseguinte, quanto mais sintonizados com a Palavra de Deus, com Jesus, mais
predispostos à comunhão, à fraternidade. Se nos reconhecemos irmãos de Jesus,
vivamos como irmãos entre nós.
6 – O que são Paulo nos deixa como desafio, rezamo-lo logo a
iniciar a Eucaristia: "Deus todo-poderoso e eterno, dirigi a nossa vida
segundo a vossa vontade, para que mereçamos produzir abundantes frutos de boas
obras, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho".
A oração, humilde e sincera, abre-nos ao coração para Deus, que
dilata o nosso coração para a amarmos do mesmo jeito que Ele (nos) ama,
cuidando especialmente dos mais frágeis. Acolher e traduzir a vontade de Deus:
sermos felizes e contribuirmos para que todos se sintam filhos amados do
Senhor.
Pe.
Manuel Gonçalves
Textos
para a Eucaristia (ano A): Is 8, 23b – 9, 3 (9, 1-4); Sl
26 (27); 1Cor 1, 10-13. 17; Mt 4, 12-23.