quarta-feira, 7 de março de 2012

ERMES RONCHI - As casas de M A R I A

ERMES RONCHI, As casas de Maria. Polifonia da existência e dos afectos. Paulinas: Prior Velho 2010.


       Há meia dúzia de dias trazíamos aqui uma sugestão de leitura deste mesmo autor: Os Beijos não dados. Tu és a Beleza. A amizade é a mais importante viagem. Anteriormente publicado em Portugal esta poesia sobre Maria.
       As casas de Maria é uma obra prima.
      É uma poema. Um poema perfumado em palavras, frases, parágrafos, páginas, que sabem a mel, e a doce de amora, sabem a pão, quente, fresco, acabado de sair do forno, é água refrescante, que nos sacia nos dias tórridos de verão e nos nossos desertos interiores.
        Há muitos livros bons e excelentes autores, cultores da vida, pintando-a de mil cores, aproximando o mistério, tornando acessível a beleza que nos rodeia, o mundo, as pessoas, a natureza, o próprio Deus. Este é um dos livros bons, de fácil leitura. A expressão que me ocorre, uma vez mais, é um livro escorreito, escrito ao correr da pena, deslizante, que nos faz deslizar pelas casas de Maria, da festa e da dúvida, casa do pão que se amassa com a força da persistência, misturado com as lágrimas da paixão e do amor, casa de acolhimento, de silêncio e de palavras que afagam, acariciam, e protegem, promovem a vida. Casa dos sonhos de José, do encantamento, da descoberta, do coração aberto para as surpresas que Deus envia.
       Há muita literatura sobre Maria.
       Há belíssimas páginas que engrandecem a Mãe de Jesus e no-l'A apresentam adornada de Graça e de Beleza, de Luz e Sol. Há belíssimas páginas que nos ajudam a venerar Maria, Senhor nossa, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja.
       "As casas de Maria", não é um tratado teológico, um discurso, uma pregação, por mais úteis que estes sejam, é uma parábola sobre a vida quotidiana, sobre os sonhos, sobre a humanidade, nas suas aspirações, na sua limitação e na sua abertura ao Infinito. É uma carta escrita com o coração, com a tinta da fé, com as cores de muitas vivências.
       Se costuma sublinhar as leituras que faz, este será um sublinhado constante, a caneta poucas vezes se há de levantar de cada página.
       Leve, suave, simples, fácil de assimilar e mastigar, envolvente.
       Nas casas de Maria há lugar para nós, para cada uma, para a família e para a comunidade, para os filhos perdidos e achados, e os filhos mais pequenos, e para todos.

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