A Igreja Católica celebra este sábado, pela primeira vez, a memória 
litúrgica de João Paulo II (1920-2005), Papa polaco que foi beatificado 
em maio deste ano pelo seu sucessor, Bento XVI, no Vaticano.
       A data assinala o dia de início de pontificado de Karol Wojtyla, em 1978, pouco depois de ter sido eleito Papa.
       Na habitual resenha biográfica que é apresentada no calendário dos 
santos e beatos, João Paulo II é lembrado pela “extraordinária 
solicitude apostólica, em particular para com as famílias, os jovens e 
os doentes, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a todo o
 mundo”.
       “Entre os muitos frutos mais significativos deixados em herança à 
Igreja, destaca-se o seu riquíssimo Magistério e a promulgação do 
Catecismo da Igreja Católica e do Código de Direito Canónico para a 
Igreja latina e oriental”, pode ler-se.
       Aos fiéis é proposta ainda uma passagem da homilia de João Paulo II 
no início do seu pontificado, precisamente a 22 de outubro de 1978, na 
qual afirmou: «Não tenhais medo! Abri as portas a Cristo!».
       A beatificação, que antecede a canonização (declaração de santidade),
 é o rito através do qual a Igreja Católica propõe uma pessoa como 
modelo de vida e intercessor junto de Deus, ao mesmo tempo que autoriza o
 seu culto público, normalmente em âmbito restrito.
       A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos 
dispôs um calendário próprio para a diocese de Roma (da qual todos os 
Papas são bispos) e as dioceses da Polónia (país natal de João Paulo 
II), regulando o “culto litúrgico” ao futuro beato.
       A Santa Sé refere ainda que outras conferências episcopais, dioceses 
ou famílias religiosas podem apresentar um “pedido de inscrição” desta 
memória litúrgica nos seus calendários próprios.
       A oração inicial da missa – formalmente, a «coleta» - desta 
celebração litúrgica, em português, é a seguinte:
       “Ó Deus, rico de 
misericórdia, que escolhestes o beato João Paulo II para governar a 
vossa Igreja como Papa, concedei-nos que, instruídos pelos seus 
ensinamentos, possamos abrir confiadamente os nossos corações à graça 
salvífica de Cristo, único Redentor do homem. Ele que convosco vive e 
reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos”.
       Karol Jozef Wojtyla, eleito Papa a 16 de outubro de 1978, nasceu em 
Wadowice (Polónia), a 18 de maio de 1920, e morreu no Vaticano, a 2 de 
abril de 2005.
       Entre os seus principais documentos, contam-se 14 encíclicas, 15 
exortações apostólicas, 11 constituições apostólicas e 45 cartas 
apostólicas.
       Este dia vai ser assinalado em Roma com um encontro de jovens para 
uma missa presidida pelo cardeal Agostino Vallini, vigário do Papa para a
 diocese italiana.
       Em Lisboa, a data será celebrada paróquia da Sé Patriarcal, com o 
lançamento, às 20h00, de um disco de tributo ao beato, que inclui o hino
 oficial da beatificação de João Paulo II, originalmente composto em 
italiano pelo maestro Marco Frisina, com tradução e adaptação para 
português feita pelo padre António Cartageno.
       Antes desta sessão decorre, às 16h00, a apresentação de um filme 
sobre João Paulo II, seguindo-se, pelas 18h30, a celebração da missa 
evocativa da sua memória.
       Ainda em Lisboa, na igreja da Encarnação, no Chiado, o núncio 
apostólico [embaixador da Santa Sé] vai benzer uma imagem de João Paulo 
II, às 19h00, para ser exposta à veneração dos fiéis.
       O Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra, juntamente com
 o seminário da diocese, promove por seu lado um congresso teológico 
intitulado ‘João Paulo II: Memória e Presença’.
Fonte: Agência Ecclesia.

 
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