sábado, 11 de janeiro de 2020

MARCELO REBELO DE SOUSA - o Presidente dos Afetos

CLÁUDIA SEBASTIÃO (2018). Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente dos Afetos. Lisboa: Paulus Editora. 184 páginas.
O Professor Marcelo Rebelo de Sousa dispensa apresentações e, por certo, todos temos uma opinião formada sobre o atual Presidente da República, tal é a exposição a que está sujeito diariamente, nomeadamente através dos meios de comunicação social e das redes sociais. Já antes de ser Presidente, o que se acentuou a partir da candidatura, da campanha e da eleição para o mais alto cargo da nação.
Mas, como constatará, caso aceite a nossa sugestão de leitura, que há dimensões que podem ser investigadas, colocando a descoberto outras dimensões ou, pelo menos, clarificando a personalidade por detrás do Presidente. Este livro, da autoria de Cláudia Sebastião, editado pela Paulus Editora, procura mostrar a consistência de Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente que, desde a primeira hora, tem privilegiado a proximidade às pessoas, sem barreiras, e os afetos, procurando estar presente para todos, especialmente nos momentos de aflição, sofrimento, perda, como nos incêndios de 2017 em Pedrógão Grande, em junho, e na região centro, em outubro. Depois do estudo dos técnicos, que sublinharam que a presença de políticos quando se estavam a combater os incêndios, só trouxe dificuldades, então tem refreado a imediatez com que se deslocava às tragédias…
A obra que sugerimos mostra a consistência de Marcelo na atenção aos mais frágeis, vem de longe, da infância, em que acompanhava a mãe, que era assistente social, da educação católica, da pertença a vários movimentos juvenis católicos, com a preocupação de se envolver na ajuda às pessoas mais carenciadas, fazendo “voluntariado” desde jovem, no empenho social que o junta, por exemplo, ao amigo e companheiro António Guterres, atual Secretário Geral das Nações Unidas.
Inabalável a sua identidade cristã-católica, que o compromete também como e enquanto Presidente da República. Na página da Presidência da República, começa assim a sua apresentação: “Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa nasceu a 12 de dezembro de 1948. É católico, participou em vários movimentos da Igreja Católica”. Só depois outros “afazeres”! Ele próprio caracteriza: “Eu sou católico, influenciado pelo Vaticano II, concílio bem presente hoje no ministério do Papa Francisco, português defensor da lusofonia com especiais relações em África e no Brasil… O fim maior na política é o combate à pobreza, é a luta contra as desigualdades, é a afirmação da justiça social… ninguém se salva sozinho e é preciso construir pontes”.
Num outro momento afirma taxativamente em relação à intervenção política dos cristãos: “Quem não intervém comete um erro porque a sua voz não será substituída por nenhuma outra voz. Mais vale às vezes intervir em excesso, cometendo erros, a não intervir”. Por outro lado, a opção clara pelos mais frágeis: “Cristo define o seu programa de vida. E o nosso programa de vida. Anunciar a eternidade. Mas também dar esperança aos pobres, vista aos cegos, libertação aos presos e oprimidos. Tudo está aí. Vida eterna, mas também justiça na vida terrena. Justiça que não ignore ninguém, mas prefira os excluídos e sofredores – na economia, na sociedade, na cultura, na política”

"Porque acredito em Jesus Cristo? Porque Deus acredita em mim. Tão simples quanto isso . Dirigiu-se-me e eu aceitei".
"Um cristão católico que não é otimista é profundamente ingrato. Nós estamos disponíveis para fazer misérias para ganhar o Euromilhões todas as semanas e não percebemos que o Euromilhões dos Euromilhões é a graça da fé. Não é contingente, não é semanal, não é conjuntural, não é limitado. É uma oportunidade única no caminho para a eternidade e no começo da construção da eternidade neste mundo".

Sobre a recitação do terço: “Fica às vezes a meio, mas depois prossegue. Há alguns mistérios que são sacrificados. Mas ao fim do dia está completo. Não é um mandamento. É como respirar. Há coisas que eu faço naturalmente. Não é uma obrigação, é assim. Faz parte da minha via. Não me passa pela cabeça haver um dia se Terço”.

Sem comentários:

Enviar um comentário