LUIGI GIUSSANI, STEFANO ALBERTO e JAVIER PRADES (2019). Gerar Rasto na História do Mundo. Lisboa: Paulus Editora. 212 páginas.
"O verdadeiro protagonista da história é o mendicante: Cristo mendicante do coração do homem e o coração do homem mendicante de Cristo". O Acontecimento Cristo torna concreto a realidade de Deus; o Infinito garante que a história tem um sentido que vai além de mim e de ti, de que não somos a medida das coisas, porque então seria um sentido limitado, finito, vazio. É um acontecimento que dá origem a um povo, o povo Eleito, primeiro, com o chamamento de Abraão, do novo povo de Deus, a Igreja, com a encarnação de Deus em Jesus Cristo. Este acontecimento há de gerar o encontro, o seguimento, o envio, a missão. Posteriormente, a memória tornará atual o acontecimento Cristo.
O autor, Pe. Luigi Giussani, já falecido, é o fundador do movimento Comunhão e Libertação e em algumas páginas é visível essa pertença, com a preocupação de que o carisma esteja aberto à Igreja, como um todo, e à sociedade. Sublinha ele que se o movimento estiver preocupado em defender-se e promover-se perde sentido e verdade. O livro conta com a colaboração de mais dois sacerdotes: Stefano Alberto e Javier Prades que recolheram textos, ordenando-os de forma sistemática para que resultasse num livro com princípio, meio e fim.
Vivemos uma época em que o "eu" ocupa uma lugar cimeiro, contrapondo-se ao "tu", excluindo um "nós". Os outros surgem como concorrentes ou empecilhos ao meu poder. Quando eu sou a medida das coisas e do mundo, então tudo se torna relativo até se tornar vazio ou até desaparecer. Ora, como sustenta o autor, há um Acontecimento que me precede, que nos procede, para nós cristãos, Jesus Cristo, um Acontecimento que se faz encontro. No encontro a vida acontece, altera-se, muda-se para sempre.
Logo a abrir o primeiro capítulo, o autor diz claramente que "o cristianismo é o anúncio de que Deus Se fez homem, nascido de uma mulher, num determinado lugar e num determinado tempo... Deus deu-Se a conhecer revelando-e, tomando Ele a iniciativa de colocar-se como fator da experiência humana, num instante decisivo para toda a vida humana". Deus torna-Se acessível, em Cristo podemos encontrá-l'O. É a experiência de João e André, e depois Pedro e outros apóstolos. Pedro, como João e André é surpreendido por Jesus: Tu és Simão... serás Pedra. É a "simpatia" de Jesus que atrai, chama, provoca, constitui-se em companhia, para depois enviar.
"O Cristianismo é um acontecimento: tudo o resto é consequência... Deus também poderia ter escolhido como caminho para Se comunicar aos homens o caminho de uma inspiração direta, de maneira a que cada um tivesse de seguir aquilo que Deus sugeria ao seu pensamento e ao seu coração. Um caminho, esse, que em nada seria mais fácil e seguro, sempre exposto à flutuação de sentimentos e pensamentos. mas a modalidade que Deus escolheu para nos salvar é um acontecimento".
Um acontecimento é algo palpável, é-nos exterior, irrompe na nossa vida, na história, pode ter um início, um caminho. É experimentável. O sentido da fé parte, então de um acontecimento, de um encontro, engloba a razão. "A fé cristã é a memória de um facto histórico no qual o Homem disse de si mesmo uma coisa que os outros aceitaram como verdadeira e que agora, graças à forma excecional como esse Facto ainda me alcança, aceito também. Jesus é um homem que disse: «Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida». É um Facto que aconteceu na história: um menino nascido de mulher, inscrito no registo civil de Belém... a fé é um ato da razão movida pela excecionalidade de uma presença, que leva o homem a dizer: «Este fala a verdade, não iz mentiras, aceito aquilo que Ele diz»". Sendo um Facto, possibilita o encontro. O encontro por sua vez é um facto histórico, pois acontece num momento preciso da vida, assinala o início de um caminho, sujeito às coordenadas espácio-temporais.
"O encontro feito hoje é verdadeiro porque Ele, Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria, morreu e ressuscitou, subiu ao céu e investe a realidade com o seu Espírito. Este encontro é válido graças a um Facto acontecido há dois mil anos. A Fé é a consciência de uma presença que começou no passado: por isso o encontro ativa a memória... O encontro presente faz descobrir o acontecimento original que, por sua vez, funda, decide da verdade do encontro presente, explica-o... A memória é a história entre a origem e o agora... Jesus Cristo está presente aqui e agora: Ele permanece na história através da sucessão ininterrupta dos homens que pela ação do seu Espírito, Lhe pertencem, quais membros do Seu Corpo, prolongamento no tempo e no espaço da Sua presença. O Batismo é o gesto com que Cristo morto e ressuscitado agarra nas suas mãos os homens que o Pai Lhe deu e os leva para dentro de Si".
Vivemos uma época em que o "eu" ocupa uma lugar cimeiro, contrapondo-se ao "tu", excluindo um "nós". Os outros surgem como concorrentes ou empecilhos ao meu poder. Quando eu sou a medida das coisas e do mundo, então tudo se torna relativo até se tornar vazio ou até desaparecer. Ora, como sustenta o autor, há um Acontecimento que me precede, que nos procede, para nós cristãos, Jesus Cristo, um Acontecimento que se faz encontro. No encontro a vida acontece, altera-se, muda-se para sempre.
Logo a abrir o primeiro capítulo, o autor diz claramente que "o cristianismo é o anúncio de que Deus Se fez homem, nascido de uma mulher, num determinado lugar e num determinado tempo... Deus deu-Se a conhecer revelando-e, tomando Ele a iniciativa de colocar-se como fator da experiência humana, num instante decisivo para toda a vida humana". Deus torna-Se acessível, em Cristo podemos encontrá-l'O. É a experiência de João e André, e depois Pedro e outros apóstolos. Pedro, como João e André é surpreendido por Jesus: Tu és Simão... serás Pedra. É a "simpatia" de Jesus que atrai, chama, provoca, constitui-se em companhia, para depois enviar.
"O Cristianismo é um acontecimento: tudo o resto é consequência... Deus também poderia ter escolhido como caminho para Se comunicar aos homens o caminho de uma inspiração direta, de maneira a que cada um tivesse de seguir aquilo que Deus sugeria ao seu pensamento e ao seu coração. Um caminho, esse, que em nada seria mais fácil e seguro, sempre exposto à flutuação de sentimentos e pensamentos. mas a modalidade que Deus escolheu para nos salvar é um acontecimento".
Um acontecimento é algo palpável, é-nos exterior, irrompe na nossa vida, na história, pode ter um início, um caminho. É experimentável. O sentido da fé parte, então de um acontecimento, de um encontro, engloba a razão. "A fé cristã é a memória de um facto histórico no qual o Homem disse de si mesmo uma coisa que os outros aceitaram como verdadeira e que agora, graças à forma excecional como esse Facto ainda me alcança, aceito também. Jesus é um homem que disse: «Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida». É um Facto que aconteceu na história: um menino nascido de mulher, inscrito no registo civil de Belém... a fé é um ato da razão movida pela excecionalidade de uma presença, que leva o homem a dizer: «Este fala a verdade, não iz mentiras, aceito aquilo que Ele diz»". Sendo um Facto, possibilita o encontro. O encontro por sua vez é um facto histórico, pois acontece num momento preciso da vida, assinala o início de um caminho, sujeito às coordenadas espácio-temporais.
"O encontro feito hoje é verdadeiro porque Ele, Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria, morreu e ressuscitou, subiu ao céu e investe a realidade com o seu Espírito. Este encontro é válido graças a um Facto acontecido há dois mil anos. A Fé é a consciência de uma presença que começou no passado: por isso o encontro ativa a memória... O encontro presente faz descobrir o acontecimento original que, por sua vez, funda, decide da verdade do encontro presente, explica-o... A memória é a história entre a origem e o agora... Jesus Cristo está presente aqui e agora: Ele permanece na história através da sucessão ininterrupta dos homens que pela ação do seu Espírito, Lhe pertencem, quais membros do Seu Corpo, prolongamento no tempo e no espaço da Sua presença. O Batismo é o gesto com que Cristo morto e ressuscitado agarra nas suas mãos os homens que o Pai Lhe deu e os leva para dentro de Si".
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