terça-feira, 21 de setembro de 2010

Testamento de um idoso com Alzheimer (Lilian Alicke)

"Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde;
Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro;
Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.“ (Buda)

Junto com meu testamento, no qual lego a meus filhos e amigos a minha vontade de viver e meu amor a Deus e a toda a criação, faço um pedido:
Se, por ventura, no meu cérebro a senilidade penetrar sorrateiramente, a demência se infiltrar inesperadamente e o esquecimento, a falta de lucidez e a confusão se instalarem, por favor, lembrem que eventualmente, ainda tenho uma vaga idéia de minha identidade;
gosto de ser chamada pelo meu nome, aquele que meus pais me deram;
posso ainda saber onde estou e com quem estou;
posso estar gostando ou não de onde estou e com quem estou faço ainda questão de usar aquele tipo de sapato que toda a minha vida usei;
gosto ainda de usar a roupa ao estilo que sempre preferi; a roupa dos outros colocada em mim me entristece.
A falta de atenção em me ajudar na higiene pessoal me traz ansiedade.
A comida de um estilo que não conheço não me apetece;
as fraldas de vez em quando me incomodam e me deixam envergonhada.

Gostaria, às vezes, de caminhar para espairecer e ver a natureza.
Receber uma palavrinha me faz lembrar que sou gente;
receber visitas me faz lembrar que sou importante;
receber um abraço e um beijo me diz que alguém ainda tem afecto por mim.

A falta de sono não é proposital, nem intencional;
a falta de interesse está além do meu controle;
minha falta de jeito é inexplicável para mim mesma;
o esquecimento me deixa traumatizada.

Tenho dores que às vezes não posso contar.

Nem sempre o que me fazem fazer é o que eu gostaria de estar fazendo.
Meu olhar vago não reflecte o que sinto.
E se não dou um abraço é porque os meus braços não me obedecem mais se não dou um beijo é porque meus lábios não sabem mais o que fazer.
Se não te digo que valorizo sua dedicação e seu amor é porque a ponte se partiu e perdi o caminho que me levaria a compartilhar meus sentimentos com você....
Ass. “Um ser Humano que Envelhece"
"Os homens não têm muito respeito pelos outros porque têm pouco até por si próprios."
(Leon Trotsky)

"A vida é mais simples do que a gente pensa; basta aceitar o impossível, dispensar o indispensável e suportar o intolerável."
( Kathleen Norris)

O Mal de Alzheimer, ou Doença de Alzheimer ou simplesmente Alzheimer é a forma mais comum de demência.
Esta doença degenerativa, até o momento incurável e terminal foi descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, de quem herdou o nome.
Esta doença afeta geralmente pessoas acima dos 65 anos, embora o seu diagnóstico seja possível também em pessoas mais novas do que esta idade.
Cada paciente de alzheimer sofre a doença de forma única mas existem pontos em comum, por exemplo o sintoma primário mais comum é a perda de memória.
Muitas vezes os primeiros sintomas são confundidos com problemas de idade ou de stress.

Quando é suspeitado Alzheimer o paciente é submetido a uma série de testes cognitivos.

Com o avançar da doença vão aparecendo novos sintomas como confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem, perda de memória a longo prazo e o paciente começa a desligar-se da realidade.
As suas funções motoras começam a perder-se e o paciente acaba por morrer.

Antes de se tornar totalmente aparente o alzheimer vai-se desenvolvendo por um período indeterminado de tempo e pode manter-se invisível durante anos.

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