segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Joseph Ratzinger - a claridade de Deus

“É necessário realçar também, justamente ao lado da obscuridade, a claridade de Deus. A partir do prólogo de João, está no centro da nossa fé cristã em Deus o conceito do Logos, que significa «razão», «sentido», mas também «palavra» – um sentido, portanto, que é palavra, que é relação, que é criador. O Deus que é Logos afiança-nos a racionalidade do mundo, a racionalidade do nosso ser, a adequação da razão a Deus e a adequação e Deus à razão, mesmo que a sua razão ultrapasse infinitamente a nossa e nos apreça tantas vezes escuridão. O mundo vem da razão, e essa razão é pessoa, é amor – é isso o que a fé bíblica nos diz a respeito de Deus. A razão pode e deve falar de Deus; caso contrário, mutila-se a si própria. O que inclui o conceito de criação. O mundo não é apenas maia, ou seja, aparência que, em última análise devemos deixar para trás. Ele não é apenas roda infinita dos sofrimentos, da qual devemos tentar escapar. O mundo é positivo. Ele é bom, apesar de todo o mal e de todo o sofrimento que contém, e é bom viver nele. O Deus que é criador e que Se manifesta na sua criação dá direção e medida à ação do homem”.

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