quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Que não se vá a força luzente...

Que não se calem os silêncios que me falam
Em palavras sonantes que não digo
Onde as minhas mãos predestinadas, embalam
Traindo os segredos que trago comigo.


Que não se vá esta força luzente
Que me despe das vestes onde me escondo
E pondo a nu, o que não olho de frente
Me expõe a verdade sobre a qual, tombo.


Que não se extinga a penumbra da noite
Nem a lua, as estrelas, no céu gravadas.
Nem o deslizar das nuvens que num açoite
Enchem a minha noite de cores ensolaradas.


Que não se perca em mim por mais que doa
O saber abraçar tudo o que magoa
Ou a capacidade de verter uma lágrima contida.


Que não se perca em mim a vontade de sorrir
De olhar o sol, de amar, ou apenar ir
À luta, em todas as curvas da vida.
Dulce Gomes, in Degrau de Silêncio.

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