sábado, 21 de agosto de 2010

Humildade diante do mistério de DEUS

       1 - A arrogância e a prepotência desembocam na destruição e na morte.
       A humildade, ao invés, conduz à abertura aos outros, ao diálogo, ao acolhimento (dos outros e das suas ideias), à generosidade com o semelhante, à partilha solidária, constrói, prepara-nos para a comunhão, para a vida, para nos tornarmos comunidade, povo.
       Olhámos para a história e facilmente constatámos que os grandes homens e mulheres foram pessoas simples, humildes, capazes de ouvir, de corrigir, de aceitar ajuda e de prestar auxílio, pessoas sábias: Madre Teresa de Calcutá, Padre Damião, João Paulo II, Gandhi, Martin Luther King, Pai Américo, São Francisco de Assis, São Domingos de Gusmão, Santo Inácio de Loyola, Santa Teresinha.
       Em contraposição, figuras megalómanas como Hitler, Saddam Hussein, Lenine, Mao Tsé-tung, imperadores romanos, Napoleão Bonaparte, que levaram à destruição da própria vida e da vida de pessoas e/ou povos que deveriam servir.
       Obviamente, e porque a vida não é branco e preto, existem muitas pessoas que se tornaram famosas, geniais, que ajudaram a desenvolver o mundo, em dinâmica de prepotência e egoísmo. Cremos, no entanto, que sob a capa da arrogância houve momentos de humildade e de generosidade, ainda que num sentido geral e a favor da humanidade.
       2 - A liturgia da palavra deste domingo convida à humildade perante o mistério de Deus, na certeza de que Deus Se revela preferentemente aos simples, pois só eles sabem escutar e compreender o mistério insondável da vida e da salvação.
       Jesus, muitas vezes, há-de repetir que Deus Se revela aos pequeninos, dizendo que o reino dos Céus é dos que são como crianças, na simplicidade de coração.
       Uma pessoa arrogante e/ou prepotente centra-se em si mesma, fecha-se aos outros, à novidade de Deus, ao futuro, à esperança, à sabedoria humana e divina. Com efeito, ouvimos na primeira leitura, "a desgraça do soberbo não tem cura, porque a árvore da maldade criou nele raízes. O coração do sábio compreende as máximas do sábio e o ouvido atento alegra-se com a sabedoria".
       Esta humildade exprime-se e pratica-se no dia-a-dia. Diz-nos Jesus, "quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar"... pode acontecer que te retirem para um lugar mais distante! "Quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos". Humildade perante o "Senhor" e humildade, transformada em generosidade, diante dos mais pobres.

       3 - O início do caminho faz-se de humildade, que leva à conversão e à sabedoria e que nos torna capazes de Deus.
       A grandeza do mistério de Deus só é compaginável com a humildade de coração.
       "Vós aproximastes-vos do monte Sião, da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste, de muitos milhares de Anjos em reunião festiva, de uma assembleia de primogénitos inscritos no Céu, de Deus, juiz do universo, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição e de Jesus, mediador da nova aliança" (Segunda Leitura).
       Só com disponibilidade interior nos tornamos dóceis ao Espírito Santo e aptos para a inclusão do mistério de Cristo na nossa vida.
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Textos para a Eucaristia (ano C): Sir 3,19-21.30-31; Heb 12,18-19.22-24a; Lc 14,1.7-14

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