terça-feira, 7 de abril de 2015

Manuel Forjaz e JAC: 28 minutos e 7 segundos de vida

MANUEL FORJAZ e JOSÉ ALBERTO CARVALHO (2015). 28 minutos e 7 segundos de vida. Alfragide: Oficina do Livro. 4.ª Edição. 248 páginas.


       Em tempos recomendamos o livro de Manuel Forjaz: NÃO TE DISTRAIAS DA VIDA. Neste livro, Manuel Forjaz deixou um testemunho comovente, pela frontalidade, pelas ideias, pela resiliência face à doença. Dizia então: “A doença provavelmente vai matar-me, não sei quando e não me preocupo com isso. O que sei é que o cancro não vai conseguir matar-me a vida” (p. 153). E prosseguia: “Sei que tenho um cancro e que um dia me vai vencer. Mas esse dia ainda não chegou e até lá tenciono continuar a aproveitar cada momento. Tive várias derrotas na minha vida, mas de todas as vezes caí de pé. É preciso nunca deixar de viver” (p. 155). Veja algumas frases solucionadas AQUI sobre Deus, escolhas, doença, fé, vida, morte.
       Na ocasião em que publicava este livro, convidando a não nos distrairmos da vida, entrou num projeto televisivo com conhecido apresentador José Alberto Carvalho, em programa que teve como título: 28 MINUTOS E 7 SEGUNDOS DE VIDA. Título (quase) aleatório, conjugando minutos e segundos, "porque o tempo pode ser igual para um relógio, mas não para um homem", frase emprestada de Michel Proust e com a qual JAC terminava cada programa. O 10.º programa já não tem a presença física de Manuel Forjaz. Iria ser gravado na quarta-feira de manhã e transmitido na TVI24 nesse dia à noite, porém, no domingo (imediatamente) anterior, a 6 de abril de 2014, o coração de Manuel Forjaz parou. Tinha 50 anos. O 10.ª programa seria gravado com os filhos de Manuel Forjaz. António e José Maria, recordando episódios pessoais e familiares, histórias, mensagens.
       O livro transcreve as conversas de José Alberto Carvalho com Manuel Forjaz, com breves introduções do Jornalista e Diretor da TVI, situando ou contextualizado cada programa e a respetiva escolha dos temas.
       Como ouvimos dizer, não há doenças, mas doentes. Nas intervenções de Manuel Forjaz fica claro que nem todos reagem de maneira semelhante a exames médicos, aos tratamentos, aos comentários que os outros fazem, mas ainda assim compromete-se a falar da vida, do futuro, de projetos. Morreu de cancro... mas não deixou de viver pelo facto de ter cancro, mesmo que tenha tido necessidade de alterar algumas rotinas.

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