terça-feira, 21 de abril de 2015

Senhor, não lhes atribuas este pecado...

        Estêvão disse ao povo, aos anciãos e aos escribas: «Homens de dura cerviz, incircuncisos de coração e de ouvidos, sempre resistis ao Espírito Santo. Como foram os vossos antepassados, assim sois vós também. A qual dos Profetas não perseguiram os vossos antepassados? Eles também mataram os que predisseram a vinda do Justo, do qual fostes agora traidores e assassinos, vós que recebestes a Lei pelo ministério dos Anjos e não a tendes cumprido».
       Ao ouvirem estas palavras, estremeciam de raiva em seu coração e rangiam os dentes contra Estêvão. Mas ele, cheio do Espírito Santo, de olhos fitos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus de pé à sua direita e exclamou: «Vejo o Céu aberto e o Filho do homem de pé à direita de Deus». Então levantaram um grande clamor e taparam os ouvidos; depois atiraram-se todos contra ele, empurraram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas colocaram os mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. Enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito». Depois ajoelhou-se e bradou com voz forte: «Senhor, não lhes atribuas este pecado». Dito isto, expirou. Saulo estava de acordo com a execução de Estêvão (Atos 7, 51 - 8, 1a).
       O Livro dos Atos dos Apóstolos mostra-nos o pulsar da Igreja no seus inícios, com a actividade evangelizadora e caritativa dos Apóstolos, centram-se em especial em São Pedro (primeira parte) e em São Paulo (segunda parte), mas também de outros intervenientes, entre os quais Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão.
       Hoje é-nos relatado o episódio deste martírio. Estêvão, em nome da comunidade, continua a pregar Jesus Cristo, a Sua morte e ressurreição. Tal como aos Apóstolos, também a Estêvão foi proibido de pregar, de falar em nome de Jesus. Mas tal como os Apóstolos, também Estêvão prefere obedecer a Deus do que aos homens mesmo que isso lhe custe a vida. E custa. Na hora da condenação e da morte, Estêvão continua a dar testemunho, alegre, de Jesus Cristo e da Sua realeza.
       Verdadeiramente, Estêvão é outro Cristo. Veja-se o paralelismo: Vê o Céu aberto... entrega o seu espírito a Deus... pede perdão para os acusadores e para os carrascos...
       Neste episódio vê-se também o compromisso daquele que viria a ser o Apóstolo por excelência, Paulo (= Saulo), vigia, aguarda, responsabiliza-se pela eliminação de Estêvão. Logo virá a conversão e a vida nova.

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