«O nosso pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia»
(Papa Francisco, MV 24)
Jesus é rosto da misericórdia do Pai; mas foi Maria quem deu o rosto a Jesus.
E foi olhando no rosto do Filho que Ela aprendeu a moldar o rosto de Mãe:
quando deu à luz o Filho que encarnou a misericórdia de Deus,
quando acolheu e amparou nos braços a ternura de Deus humano,
quando alimentou Aquele que veio para ser o pão da vida,
quando vestiu o corpo que se ofereceu despido à misericórdia do Pai,
quando conduziu ao templo o próprio Templo,
quando ensinou a andar aquele que era o Caminho para todos,
quando apresentou aos cegos o que veio como Luz do mundo,
quando levou à sinagoga Aquele que era a Verdade contida na Torá,
quando encontrou entre os mestres o Mestre de todos.
Ali, Ela compreendeu como Jesus passou à frente
e, a partir de então, a Mãe devia seguir o Filho.
Com Ele percorreu os caminhos da Palestina
para anunciar o Reino da Misericórdia:
entrou na casa de Zaqueu, da Madalena e de Mateus,
intercedeu a favor dos noivos em Caná,
ouviu as palavras e as parábolas da misericórdia,
guardou «todas estas coisas meditando-as em seu coração» (Lc 2, 19),
esteve presente no regresso da ovelha perdida,
viu nos olhos de Pedro as lágrimas de todos os redimidos,
seguiu o rasto da cruz pela montanha dos condenados,
recebeu o testamento do Filho para A aceitarmos por Mãe,
ficou de pé, em silencia, quando a terra tremeu no alto do Calvário.
Na manhã de Páscoa «atesta que a misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e alcança a todos» (MV 24).
Ela é a verdade Porta Santa
Por onde agora entramos «no santuário da misericórdia divina» (MV 24).
Para a invocarmos como
Saúde dos Enfermos,
Auxílio dos Cristãos,
Consoladora dos Aflitos,
Refúgio dos pecadores.
Frei Manuel Rito Dias, in revista Bíblica, n.º 364, maio-junho, 2016
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