«Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Ficai sabendo isto: Se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a casa. Por isso, estai também preparados, porque o Filho do Homem virá na hora em que não pensais» (Mt 24, 42-44).
O que se avizinha não tem de ser atemorizador! A salvação está ao nosso alcance, foi-nos colocada na palma da mão. Jesus viveu e morreu por nós, por mim e por ti. E, por mim e por ti, por nós, ressuscitou. Introduziu-nos na eternidade de Deus. Deixemos que nasça em nós, na nossa vida, que nasça e nos ressuscite, nos desperte para a vida abundante de graça e de misericórdia.
Nada há a temer quando estamos preparados. Sabendo que Ele vem. Há 2.000 mil anos veio ao mundo. A Sua vinda conjuga-se agora no presente. Vem. E vem para ficar, para criar raízes. E para que n'Ele enraizemos a nossa vida. Lembremo-nos que os ramos crescem à medida que as raízes se fincam na terra. Ou, noutra imagem, a videira e a seiva que alimentam os ramos e as folhas. Quando a vida de Jesus Cristo circula em nós então a nossa vida está garantida, como promessa e como tarefa. Os sustos que apanhamos têm a ver com o facto de estarmos desprevenidos. Jesus previne-nos para estarmos preparados, para O reconhecermos e O acolhermos.
No "Principezinho", a Raposa sublinha a alegria a crescer com o aproximar do encontro com o Principezinho quando sabe a hora do mesmo. "Teria sido preferível teres voltado à mesma hora. Se vieres, por exemplo, às quatro horas da tarde, eu, a partir das três, já começo a ser feliz. Quanto mais se aproximar a hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já estarei agitada e inquieta; descobrirei o preço da felicidade! Mas se vieres a qualquer hora, ficarei sem saber a que horas hei de vestir o meu coração..."
Ora, Jesus diz-nos que está a chegar. Revistamo-nos de alegria e de esperança. Preparemo-nos para que não nos surpreenda distraídos. Abramos os ouvidos, os olhos, o coração, a vida por inteiro. Ele está a chegar. Não aqui ou ali. Mas em nós. Em cada pessoa que se aproxima de nós, em cada pessoa de quem nos aproximamos. Em todo o tempo! A qualquer hora!
Publicado na Voz de Lamego, n.º 4391, de 13 de dezembro de 2016
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