JUSTINO JOSÉ LOPES (2020). Estrelas no meu caminho. Lamego.
“Pe. Justino, tu és jovem, trazes contigo o sonho, o entusiasmo, o espírito de aventura. Nós temos a experiência de muitos anos de trabalho. Se nós aceitarmos o teu entusiasmo jovem e tua aceitares a nossa experiência, podemos fazer um bom trabalho pastoral nesta zona”. Palavras do Padre José Augusto Neto ao Pe. Justino por ocasião da sua entrada em Nespereira como pároco.
Fazer pontes entre os novos e os anciãos. É uma das insistências do Papa Francisco. Valorizar o sonho e a memória, um futuro com raízes e sabedoria. É uma das perspetivas desde livro, do Padre Justino, colaborador amigo da Voz de Lamego: fazer memória… memória agradecida, mas também desafio às novas gerações de sacerdotes. Os que aqui apresenta estão mais ligados ao Touro, Alhais, Vila Nova de Paiva, Vila Cova à Coelheira, Queiriga, naturais dessas terras ou entranhados nelas como párocos, além de outros padres amigos e, claro, dos Bispos, a começar por D. Alberto Cosme do Amaral, natural do Touro, e continuando com D. Américo Henriques, Bispo Mariano, Bispo Mártir, Bispo Missionário; D. António Castro Xavier Monteiro; D. António José Rafael… O livro termina com as Bodas de Ouro sacerdotais do Padre Justino com uma breve autobiografia, que é também um testamento sacerdotal.
Muitos dos textos foram publicados na Voz de Lamego. É um trabalho meritório que recolhe apontamentos sobre sacerdotes que brilharam como estrelas sem darem pontapés na lua (cf. Prefácio). Creio que numa próxima Assembleia do Clero ou Jornadas de Formação o livro será devidamente apresentado. Pode ser um incentivo a que se faça o mesmo para outras zonas pastorais da Diocese, recuperando a memória dos pastores que nos precederam e como, em circunstâncias adversas, souberam viver e testemunhar Jesus Cristo e deixar marcas profundas de adesão ao Evangelho. Há outras coletâneas interessantes como “Seminário e Seminaristas”, do Pe. Manuel Gonçalves da Costa, e também dele as Paróquias Beiraltinas (Penude e Magueija), ou recentemente “Religiosos e Sacerdotes de Magueija (Biografias do séc. XX )”, de Paulo Jorge de Almeida Ribeiro ou livros sobre um padre específico, mas há espaço para que outras paróquias possam reavivar a memória dos seus padres e dos seus párocos.
Para nós sacerdotes, mas também para os leigos, será uma forma de conhecermos melhor aqueles que nos precederam e como as paróquias/freguesias evoluíram com umo contributo inegável dos seus párocos.
Uma das dimensões que o Pe. Justino ressalta é a dimensão missionária da Igreja, com sacerdotes que dedicaram a sua vida às “missões” ou que, mais tarde, deixaram a vida paroquial para concretizarem o sonho de serem missionários.
Inicialmente, a sugestão do livro era para se centrar num antigo Diretor da Voz de Lamego, mas quando a pena começa a deslizar nunca se sabe onde vai parar. Já o sugerimos, logo no início do confinamento… com um texto de Louro de Carvalho, apenso ao próprio livro, e posteriormente na resenha do reverendo Pe. Joaquim Correia Duarte… e daí o sublinhado que gostaríamos de fazer, sendo, como dizíamos, que muitos textos foram publicados no nosso Jornal Diocesano.
Notas: D. António Rafael, administrador da Voz de Lamego… articulistas na Voz de Lamego, como o Pe. Ilídio Fernandes ou o já citado Pe. Neto… Diretor: Pe. Manuel Alves da Fonseca Pinto da Gama, natural dos Alhais, com intervenções em diversos jornais… em 1921, “foi-lhe entregue o ‘Boletim da Diocese’ e, depois, a Voz de Lamego, onde assinava com o pseudónimo de Mininimus”, enfim, um jornalista brilhante!
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