Os sinais são por de mais evidentes. Jesus provoca uma onda crescente de adesão e uma onda crescente de contestação e oposição. Os milagres que realiza não abonam em Seu favor diante daqueles que se Lhe opõem, pelo contrário, os milagres e a adesão da multidão são vistos que ameaça à tradição, aos poderes instalados e à própria religião do Templo.
A ressurreição de Lázaro, que não deixa dúvidas quanto ao poder de Jesus, parece ser a gota de água. É um sinal da ressurreição futura de Jesus, mas para os opositores é altura para o silenciar, não vá provocar mais estragos entre as fileiras do povo.
Muitos judeus que tinham vindo visitar Maria, para lhe apresentarem condolências pela morte de Lázaro, ao verem o que Jesus fizera, ressuscitando-o dos mortos, acreditaram n’Ele. Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. Então os príncipes dos sacerdotes e os fariseus reuniram conselho e disseram: «Que havemos de fazer, uma vez que este homem realiza tantos milagres? Se O deixamos continuar assim, todos acreditarão n’Ele; e virão os romanos destruir-nos o nosso Lugar santo e toda a nação». Então Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada. Não compreendeis que é melhor para nós morrer um só homem pelo povo do que perecer a nação inteira?» Não disse isto por si próprio; mas, porque era sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação; e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos os filhos de Deus que andavam dispersos. A partir desse dia, decidiram matar Jesus. Por isso Jesus já não andava abertamente entre os judeus, mas retirou-Se para uma região próxima do deserto, para uma cidade chamada Efraim, e aí permaneceu com os discípulos. Entretanto, estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos subiram da província a Jerusalém, para se purificarem, antes da Páscoa. Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele não virá à festa?» (Jo 11, 45-56).
Caifás tem uma leitura soberba sobre o destino de Jesus: é melhor que morra por todo o povo! E de facto, para nós cristãos, Jesus morre não apenas pelo povo mas por toda a humanidade. "Não disse isto por si próprio; mas, porque
era sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela
nação; e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos
os filhos de Deus que andavam dispersos".
A partir de então congeminaram matar Jesus, procurando uma ocasião propícia. Como se verá Jesus enfrentará com coragem as consequências das suas palavras e dos seus gestos, mas por ora retira-Se com os Seus discípulos para uma cidade próxima. A Sua hora está a chegar, mas ainda não chegou.
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