“Vimos a sua estrela e viemos adorá-l’O” (Mt 2,2).
O Papa João Paulo II, na sequência das Jornadas Mundiais, escolheu um trecho do Novo Testamento, acompanhado da habitual Mensagem, convidando os jovens a abrir o coração e a vida a Jesus Cristo.
O convite foi lançado, ir a Colónia, na Alemanha, numa atitude de busca, de encontro celebrativo, de missão e anúncio de Jesus Cristo.
Com efeito, a vida cristã assume esta tripla dimensão, de procura, de contemplação e de compromisso.
Os magos do Oriente, deixaram-se guiar por uma estrela, procuraram interpretar os sinais do tempo, saindo em busca da verdade, do sentido para as suas vidas. Saem do comodismo das suas terras, das suas casas, libertam-se do que lhes é acessório e dispensável para aprofundar o caminho da felicidade.
O segundo momento é o da oração, da contemplação, da adoração. Prostraram-se diante de uma criança. No despojamento, encontram a razão de tudo, de todo o sonho, de toda a busca, do sentido mais profundo das suas vidas.
Mas depois voltam por outro caminho. É o terceiro momento. Como acentuou o nosso Bispo na Jornada Diocesana da Juventude, em Cinfães, voltam convertidos a outro caminho, comprometidos em anunciar o que viram. Não faz mais sentido voltarem pelo mesmo caminho.
Em diferentes situações, encontrámos este itinerário de busca e de encontro, de conversão e de envio, de compromisso.
Dois discípulos de João Baptista seguiam Jesus. Voltando-Se Jesus perguntou-lhes: que buscais?! Eles responderam: Mestre, onde moras?! E Jesus, por sua vez, respondeu-lhes: vinde e vereis! Eles foram e ficaram com Ele (Jo 1, 35-51). Vê-se claramente a procura, o encontro com Jesus, o permanecer junto a Ele, para mais tarde serem anunciadores.
Sintomático também o encontro de Jesus com os discípulos de Emaús. Seguiam pelo caminho, Jesus coloca-Se no meio deles, faz com eles um caminho de descoberta, de busca, de esclarecimento. Celebra com eles. Depois da refeição e da oração, eles partem para anunciar Jesus aos outros discípulos (Lc 24, 13-35).
(Estamos num mês especialmente celebrativo, com as festas da catequese, com os encontros, com uma ou outra celebração. Acreditamos que sejam um momento importante na vida da comunidade e dos cristãos. Mas importa não esquecer o caminho feito, as descobertas, o esforço, a dedicação, de meses ou de anos. Por outro lado, é essencial tomar consciência que é mais um ponto de partida, para o compromisso com os outros, com a comunidade, com a sociedade).
E nós?! Acomodámo-nos – já fizemos a nossa festa – ou partimos como os magos?! Ficamos a olhar o nosso umbigo, o nosso grupo, satisfeitos pelo brilharete, pelas palmas, ou aprofundámos a nossa relação pessoal e comunitária com os outros?! Defendemos a nossa Igreja, a nossa quinta, ou inserimo-nos cada vez mais na Igreja de Jesus Cristo?
Editorial Voz Jovem, Maio 2005.
(O texto entre parentesis, in supra, refere-se ao mês de Maio, mas quisemos partilhar esta reflexão à volta da Epifania, a manifestação gloriosa de Jesus vivida pelos Magos do Oriente).
Votos dum ano cheio de luz e paz. Acrescento a minh gratidão pela ajuda ao meu crescimento enquanto caminhante. No meu blog estão uns selinhos à vossa disposição para trazer para este cantinho.
ResponderEliminarUm abraço em Cristo e Maria
Dulce