Conta-se que Ciro, rei da Pérsia, durante uma de suas campanhas venceu e aprisionou um príncipe da Líbia. O príncipe foi levado ao rei vencedor juntamente com sua esposa e filhos.
Ciro perguntou-lhes:
- Que me dás se te conceder a liberdade?
- A metade do meu reino – foi a resposta.
- E se der a liberdade, também, a teus filhos?
- Entrego-te, nesse caso, a outra metade do meu reino.
- Que me darás, então, pela liberdade de tua esposa? – tornou o rei persa.
O príncipe percebeu que tinha agido precipitadamente ao oferecer tudo o que tinha, esquecido de sua companheira; depois de meditar um momento declarou com firmeza:
- Entrego-me a mim mesmo pela liberdade de minha esposa.
O grande rei ficou tão surpreso ao ouvir esta resposta que concedeu liberdade a toda a família sem exigir resgate nem fiança.
Ao regressar a casa, perguntou o príncipe à sua esposa se não havia reparado na fisionomia serena e altiva do soberano persa.
A delicada esposa respondeu:
- Não olhei absolutamente para nada, porque tinha os meus olhos fixos naquele que estava disposto a dar-se a si mesmo pela minha liberdade.
Felizes seríamos se esta resposta pudesse ser a confissão dos nossos corações ao nos referirmos a Cristo! Esforcemo-nos para que os nossos olhos estejam sempre fixos naquele que, não somente estava disposto a entregar-se por nós, mas que realmente sacrificou sua vida para salvar-nos. Que nossa atenção se fixe em Cristo de tal modo que não tenhamos ocasião de olhar para o mundo, nem para as faltas e defeitos de nossos irmãos. Certo é que se assim o fizermos seremos transformados, como diz São Paulo, à imagem de Sua glória.
Lendas do Céu e da Terra – autor D., in Almas Castelos.
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