COMO ME ENVIOU O PAI, TAMBÉM EU VOS ENVIO
«Portas fechadas» é um dos símbolos deste tempo de medos, incertezas e desconfianças. Mas o Ressuscitado vem com as mãos carregadas de paz e de esperança, deita abaixo as nossas portas fechadas, dissipa os nossos medos, gera alegria e confiança. Ana pelo ar uma energia nova, e tudo à nossa volta se renova. Dentro de nós rebenta um bolhão, pulsa o coração, põe-se uma mesa com vinho e pão. Será que podemos chamar «juventude» a este mar que chegou aqui, mas que não pode parar aqui? Parece que sim, pois este aroma de alegria rejuvenesce todas as coisas. Vai então, mar de amor e de alegra nova, cresce como uma avalanche, derruba portas, abre corações, mostra também as mãos e o lado, vive dando a vida como o Ressuscitado! Vai com o Ressuscitado. Só se pode ir com Ele.
«Disse-lhes então Jesus outra vez: "A paz convosco! Como Me enviou (apéstalken) o Pai, também Eu vos envio (pémpô)"» (João 20,21)
Como em muitas outras passagens, o uso do verbo apostéllô (enviar) acentua o papel do «enviado», que é Jesus, do mesmo modo que o uso do verbo pémpô (também enviar) sublinha o papel do enviante, que, neste caso, continua a ser Jesus. Por outro lado ainda, o envio de Jesus apresenta-se no perfeito grego, pelo que a sua missão começou e continua. Não terminou. Ele continua em missão. A nossa missão está no presente. O presente da nossa missão aparece, portanto, agrafado à missão de Jesus, e não faz sentido sem ela e sem Ele: «Como me enviou o Pai, também Eu vos envio» Nós implicados e imbricados n'Ele e na missão d'Ele, sabendo nós que Ele está connosco todos os dias (cf, Mateus 28, 20).
Vai, então, mar de amor, vai com Jesus, e inunda este mundo de alegria! Há tanta gente à espera que lhe mostres Jesus!
+ António, vosso bispo e irmão
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