Depois das duas últimas Assembleias Gerais do Sínodo dos Bispos se debruçar, de forma ordinária e extraordinária, sobre a Família, o Papa Francisco quer que o próximo – em outubro de 2018 – seja dedicado aos jovens (“Jovens, a fé e o discernimento vocacional”).
Para preparar este Sínodo, a publicação de um documento que servirá, nas palavras do Papa, de «bússola» para orientar este caminho que desembocará na Assembleia sinodal. É o tempo de colocar questões, fazer sugestões, apontar caminhos novos, tempo de debater, de refletir, de fazer achegas sobre o que sentem os próprios jovens, as suas dúvidas, sonhos, dificuldades. É uma Igreja que procura responder a uma das aspirações do Vaticano II: perscrutar os sinais dos tempos para melhor viver e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo no mundo atual.
Entretanto, o Papa Francisco, no passado dia 13 de janeiro, dirigiu uma missiva aos jovens, contextualizando o Sínodo dos Bispos e a razão da escolha da temática. Diz o Papa, “a Igreja deseja colocar-se à escuta da vossa voz, da vossa sensibilidade, da vossa fé; até das vossas dúvidas e das vossas críticas. Fazei ouvir o vosso grito, deixai-o ressoar nas comunidades e fazei-o chegar aos pastores… inclusive através do caminho deste Sínodo, eu e os meus irmãos Bispos queremos, ainda mais, «contribuir para a vossa alegria» (2 Cor 1, 24). Confio-vos a Maria de Nazaré, uma jovem como vós, à qual Deus dirigiu o seu olhar amoroso, a fim de que vos tome pela mão e vos guie para a alegria de um «Eis-me!» pleno e generoso (cf. Lc 1, 38)”.
O Papa Francisco conta com os jovens. “Um mundo melhor constrói-se também graças a vós, ao vosso desejo de mudança e à vossa generosidade. Não tenhais medo de ouvir o Espírito que vos sugere escolhas audazes, não hesiteis quando a consciência vos pedir que arrisqueis para seguir o Mestre”.
Duas realidades que se interligam: a vontade de mudança e a generosidade. Pode haver um grande desejo em transformar o mundo, tornando-o mais justo e fraterno, mas depois, como se costuma dizer, há que arregaçar as mangas e meter mãos à obra. Não bastam boas intenções, ainda que sejam um bom indicador e um bom ponto de partida, porém, será necessário “sair”, levantar-se do sofá e pôr-se a caminho, como Abraão, para uma nova terra, que é precisamente um mundo mais fraterno e mais justo. É válido para os jovens. É válido para cada cristão. É válido para mim e para ti.
publicado na Voz de Lamego, n.º 4395, de 17 de janeiro de 2017
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