sábado, 8 de janeiro de 2011

Baptismo do Senhor - 9 de Janeiro

       1 – "Jesus chegou da Galileia e veio ter com João Baptista ao Jordão, para ser baptizado por ele. Mas João opunha-se, dizendo: «Eu é que preciso de ser baptizado por Ti e Tu vens ter comigo?». Jesus respondeu-lhe: «Deixa por agora; convém que assim cumpramos toda a justiça». João deixou então que Ele Se aproximasse" (Evangelho).
       O Baptismo de Jesus sublinha a assunção plena da humanidade por parte de Deus, manifestada já na Encarnação de Deus, cuja expressão histórica e temporal nós celebrámos com o Natal, nascimento de Jesus, o Filho de Deus.
       A omnipotência divina, a grandeza de Deus, manifesta-se na nossa fragilidade humana e na nossa finitude. Ele assume a nossa humanidade, com a limitação do tempo e do espaço. Ao encarnar, assume as leis de um mundo determinado e concreto, uma cultura, uma religião, uma sociedade. Por conseguinte, veremos Jesus a cumprir com as exigências das leis judaicas, com as tradições religiosas, com os ritos cultuais.
       Junto de João Baptista, Jesus tem este gesto de humildade que em nada o diminui, pelo contrário confirma a Sua missão de Se fazer um de nós, assumindo tudo o que é verdadeiramente humano,

       2 – Com o Seu baptismo, Jesus inicia uma nova etapa na Sua vida.
       Será impelido ao deserto, lugar de silêncio e de encontro com Deus, lugar de oração e contemplação, tempo de preparação para a vida pública. É o baptismo que projecta a missão de Jesus. João "termina" a Sua missão propedêutica e Jesus assume em definitivo o anúncio do Reino de Deus. É para isso que veio, que foi enviado por Deus Pai, que foi escolhido. Ele é o Eleito, por excelência. No baptismo, Deus revela-nos a identidade de Jesus, que será igualmente missão a favor da humanidade inteira.
       "Logo que Jesus foi baptizado, saiu da água. Então, abriram-se os céus e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre Ele. E uma voz vinda do céu dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência»" (Evangelho).
       "Diz o Senhor: «Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma..." (primeira leitura).

       3 – O baptismo não é um rito mais, é uma vida nova que recebemos de Deus.
       Vale para Jesus e vale para nós. As palavras vindas do Céu confirmam Jesus como o Eleito, o Bem Amado de Deus, mas, e como escutamos na primeira leitura, n'Ele repousa o Espírito de Deus para levar a justiça às nações: "...Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas»".
       Ouçamos também as palavras de São Pedro, na segunda Leitura: "Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele".
       O baptismo é um motivo impulsionador para Jesus praticar o bem, curar os doentes, expulsar os demónios, anunciar a vinda do Reino dos Céus, pois Deus está n'Ele, está com Ele.
       Também nós fomos baptizados em Cristo Jesus, não apenas com um baptismo de penitência, como o administrava João Baptista, mas um baptismo de conversão e de vida nova. Também Deus está connosco. Que é que fazemos com o nosso baptismo? Como preenchemos a vida nova que recebemos de Deus?
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Textos para a Eucaristia (ano A): Is 42, 1-4.6-7; Act 10, 34-38; Mt 3, 13-17

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