Estava Jesus a falar aos seus discípulos, quando um chefe se aproximou e
se prostrou diante d’Ele, dizendo: «A minha filha acaba de falecer. Mas
vem impor a mão sobre ela e viverá». Jesus levantou-Se e acompanhou-o
com os discípulos. Entretanto, uma mulher que sofria um fluxo de sangue
havia doze anos, aproximou-se por detrás d’Ele e tocou-Lhe na fímbria do
manto, pensando consigo: «Se eu ao menos Lhe tocar no manto, ficarei
curada». Mas Jesus voltou-Se e, ao vê-la, disse-lhe: «Tem confiança,
minha filha. A tua fé te salvou». E a partir daquele momento a mulher
ficou curada. Ao chegar a casa do chefe e ao ver os tocadores de flauta e
a multidão em grande alvoroço, Jesus disse-lhes: «Retirai-vos, porque a
menina não morreu; está a dormir». Riram-se d’Ele. Mas quando mandou
sair a multidão, Jesus entrou, tomou a menina pela mão e ela
levantou-se. E a notícia divulgou-se por toda aquela terra.
No XIII Domingo do Tempo Comum (ano B), na versão de São Marcos, foi-nos apresentado a narração destes dois milagres de Jesus. Um e outro revelam a "fama" que precede Jesus, sinal de que não precisou de muito tempo para se alastrar a expectativa e a esperança à volta do Messias de Israel.
Por outro lado, e o que importa aqui fundamentalmente, é que Jesus, vindo de Deus, traz Deus à humanidade, coloca-Se do nosso lado, entranha-Se na nossa história, com as suas dores e esperanças, com as suas lágrimas e os seus risos.
Jesus atende o pedido do chefe da sinagoga e vai a sua casa para ver a menina. É grande a fé daquele homem: a sua filha morreu, mas está aí Alguém que é capaz de ressuscitá-la. Jesus responde na fé deste chefe, vai à sua casa e levanta, ressuscita a menina. Desta forma dá um sinal claro que n'Ele e com Ele está o poder de Deus que é maior que a própria morte e que pode vencer a morte. Antecipa desta forma a Sua ressurreição. Para já a ressurreição da menina, como a de Lázaro, ou como a do filho da viúva de Naim, é para a vida presente, é sobretudo reanimação. A Ressurreição de Jesus será para a vida eterna.
Pelo caminho, uma mulher toca no manto de Jesus e tal é a Sua fé que fica curada. Não é o poder do manto mas o poder da fé da mulher e do amor de Jesus. De novo, a certeza de que em Jesus, Deus vem em nosso auxílio.
Sublinhe-se, numa e noutra cura, a dinâmica do encontro, Jesus encontra-nos no caminho, faz-Se ao caminho, percorrendo os caminhos das humanidade. Também aí O podemos encontrar. E vem a nossa casa, visita-nos, cura-nos, ressuscita-nos, dá-nos vida nova.
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