Um dia, o pai disse à mãe em lágrimas:
- Não há mais nada a fazer. Só um milagre o pode salvar.
A irmãzinha, a um canto, escutava tudo. Sem nada dizer, correu imediatamente para a farmácia e esperou a sua vez para ser atendida. O farmacêutico perguntou-lhe:
- Que desejas, menina?
- Tenho um irmão que está muito doente e venho comprar um milagre.
- Que dizes?
- Chama-se André e tem uma coisa que lhe cresce na cabeça. Dizem que só um milagre o pode salvar. Tenho aqui todo o meu dinheiro para comprar um milagre.
- Minha menina, aqui não vendemos milagres.
Estava na farmácia um homem alto e elegante, que parecia interessado na conversa. Aproximou-se da menina e perguntou-lhe:
- Por que choras?
- Precisava de um milagre para o meu irmãozinho. Tenho aqui o dinheiro para o pagar.
- Quanto tens?
- Um dólar e onze cêntimos.
- É precisamente o que custa o milagre para o teu irmãozinho. Leva-me a tua casa que eu quero vê-lo, e também aos teus pais.
Esse homem era o professor doutor Carlton Armstrong, um dos grandes neurologistas mundiais. Levou o menino para o hospital, operou-o e, passado algum tempo, estava curado.
A mãe disse:
- Esta operação foi um verdadeiro milagre. Deve ter custado muito! Quanto custou, senhor doutor?
- Já está paga!
A menina sorriu sem nada dizer. Tinha custado um dólar e onze cêntimos e, naturalmente, a bondade desse grande neurologista.
in Revista Juvenil, n.º 546. Maio 2011.
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