O segundo dia da Novena da Imaculada Conceição coincide com a Festa do Apóstolo Santo André, pelo que também ele figura na celebração e na pregação.
O Pe. Joaquim Dionísio começou por apresentar um homem que viveu há muitos anos. Um homem simples que começou a pregar e que muitas pessoas simples se aproximavam para escutar. A sua forma de falar faziam com que muitos deixassem os seus afazeres para o escutarem e para o seguir. Deixavam o trabalho, os campos, os amigos e escutavam-nos com prazer. Mas não apenas falava, com a o anúncio curava, restituía a vista aos cegos, aos coxos e paralíticos devolviam o movimento, elevava-os e não apenas fisicamente, mas também espiritualmente. E mais pessoas vinham para se encontrarem com Ele. A todos olhava com ternura. Anunciava o amor de Deus, agia com compaixão, perdoava, levantava os que andavam abatidos. Os que andavam cansados vinham ter com Ele. Os que estavam à beira do caminho, aqueles para quem ninguém olhava, ele vi-os e chamava-os. Sem se impor, propondo-se. Esse homem era Jesus. Hoje continua a falar-nos, a elevar-nos, a deixar que O sigamos.
Alguns não gostavam nem das suas palavras nem do seu proceder. Prenderam-se, julgaram-no injustamente, mandaram-no crucificar. Os que estavam instalados sentiram-se ameaçados, apesar de Jesus anunciar a paz, a compaixão, o perdão. Passou fazendo o bem e Deus ressuscitou-O. Está no meio de nós. Vem ao nosso encontro. Antes da Ascensão, apareceu aos seus discípulos e disse-lhes: sois testemunhas de todas estas coisas. Das palavras cheias de esperança e dos gestos repletos de compaixão. Hoje somos nós as testemunhas destas coisas. Por isso viemos para nos encontrarmos com Jesus e O testemunharmos para que outros possam encontrá-l'O. Ser testemunha é presenciar e falar na hora certa do que viu e do que deve ser. Assim, teremos que ser testemunhas de Jesus. É a nossa identidade batismal, somos cristãos, para testemunhar o Cristo, o Filho de Deus, em toda a parte, em todos os nossos afazeres.
Relembrando as palavras do Papa Paulo VI em Portugal, em 1967, o nosso tempo precisa, mais que Mestres precisa de testemunhas. Não de qualquer coisa, mas de Jesus. É Ele o centro, sempre. Nós passamos, Ele permanece. É por ele que estamos em novena, vimos à Missa, e por causa d'Ele que rezamos. Antes os cristãos dividiam-se em praticantes e não praticantes. Citando o nosso Bispo, o mundo de hoje precisa de cristãos que sejam mais que praticantes, sejam apaixonados por Jesus Cristo, para dessa forma O comunicarem com paixão, denunciando as injustiças, anunciando-O em todos os ambientes, respeitando os outros, propondo não impondo, mas intervindo. A fé comunica-se por atração (Bento XVI).
Propomos Jesus em todos os momentos, não somos cristãos de pastelaria (Papa Francisco). Na pastelaria, tudo é doce. A vida tem as suas dificuldades, nestas precisamos de anunciar Jesus, pelo amor, onde tudo começa e tudo acaba.
Santo André foi ao encontro de Jesus, deixou-se tocar pela Sua palavra e pela Sua compaixão. Segui-O, tornou-se testemunha, até derramar o sangue por Ele. Assim, Maria, que invocamos como Nossa Senhora da Conceição, também Ela foi testemunha, vivendo com paixão a sua fé, comunicando-a. Ainda hoje continua a interceder por nós, a testemunhar o amor de Deus, a apontar-nos para Jesus.
Na parte final, o Pe. Joaquim utilizou uma estória. Um homem que foi convocado pelo Rei. Este homem ficou assustado e recorreu aos seus amigos. Tinha três amigos. O mais íntimo, o número 1, encontrava-se com ele todos os dias, a todas as horas, eram inseparáveis. Com amigo número 2 encontrava-se uma vez por semana e quando calhava. Ao amigo número três encontravam uma vez por mês, de longe a longe. Foi ter com o número um que lhe respondeu, nem pensar, pede-me tudo, menos isso. O número dois disse-lhe que o acompanhava mas ficaria à porta, não entraria. Foi então ter com o amigo número três que imediatamente se disponibilizou a acompanhá-lo à presença do Rei. O homem somos nós. O Rei é Deus. A convocação para ir à Sua presença é o momento da nossa morte. O amigo número um são as coisas que nos ocupam e preocupam, deixamo-las todas, nenhuma seguirá connosco. O amigo número dois são os nossos familiares e amigos, acompanham-nos, mas ficam à porta, do cemitério. O amigo número três é o bem que fazemos, acompanham-nos para a eternidade. Ser testemunha de Jesus é optar pelo amigo número três e colocá-lo em primeiro lugar.
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