No sexto dia da Novena, caindo em Domingo, a Novena incluiu a recitação do Terço, a Exposição, Adoração e Bênção do Santíssimo. A pregação do Pe. Joaquim partiu de um texto de São João (5, 1-9), em que Jesus cura um paralíptico que estava à beira da piscina de Betzatá.
Depois da proclamação deste texto, o Pregador relembrou o texto do Evangelho proclamado neste segundo Domingo de Advento e que fala de João Batista. Três notas acerca do Evangelho deste dia em relação a João Batista: um anúncio, um convite, uma ameça. Anúncio: O reino de Deus está a chegar. É uma Boa Notícia. É Evangelho.Um convite/desafio: Convertei-vos. A conversão é caminho que nos leva a Jesus.
Um aviso, uma ameaça: a machado está posto à raiz, toda a árvore que não dá fruto é cortada e deitada ao lume. Daí a necessidade da conversão, a adesão ao anúncio, fazendo com que este anúncio nos leve ao compromisso com os outros.
Por outro lado, a figura de Santa Faustina, que é a confidente de Jesus para a misericórdia e que estará em evidência na paróquia durante o mês de dezembro (Um santo Missionário por mês - iniciativa arciprestal). Ao longo do ano pastoral anterior, a vivência do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco. E para quê um ano dedicado à misericórdia?
A ponte entre João Batista e Santa Faustina. Anúncio do Reino de Deus que está a chegar e desafio à conversão. Misericórdia divina em abundância, esbanjada a favor de todos. Era necessário um Jubileu da Misericórdia para que todos tivessem (e soubessem) acesso á misericórdia de Deus. Naquela piscina só podia entrar um doente de cada vez. Quando a água começa agitar-se, quem pode entra na piscina. Só se pode salvar um de cada vez. Solidários na doença, mas junto à piscina tornam-se adversários, há rivalidade a ver quem entra primeiro e se salva. Ora o Jubileu da Misericórdia lembra-nos que todos podemos ser salvos. Não importa se se chega antes ou no fim. Todos podem aceder à salvação, que é dom gratuito de Deus a todos.
Sobre a Misericórdia três notas fundamentais. A misericórdia é dom de Deus. Deus é a Misericórdia que nos procede. Agimos com misericórdia porque antes Deus agiu desse modo connosco. A misericórdia é dom mas torna-se dever (1). Se recebemos de graça, de graça havemos de dar. Os dons só se preservam se forem gastos a favor dos outros. A misericórdia exige proximidade (2). Proximidade física, espiritual ou afetiva, mas proximidade. Lembremos a parábola do Bom Samaritano. O levita e o sacerdote cumprem a Lei, pensam em si mesmos... O que nos acontece se nos aproximarmos? Afastam-se, mantém-se à distância. Po sua vez, o samaritano pensa, não sem si, mas no que acontecerá se não se aproximar daquele homem? Aproxima-se. É válido também para nós, a distância afasta-nos dos outros, a proximidade redime, cura, salva-nos.
A misericórdia traduz-se, concretiza-se, pela compaixão (3). Não é ter pena do outro. Isso é diminuir o outro. Se temos pena, não o reconhecemos como igual, com a mesma dignidade. Podemos e devemos sentir compaixão. Esse é proceder de Deus para connosco, compadeceu-Se de nós, do nosso pecado, vindo ao nosso encontro.
O Jubileu da Misericórdia foi/é importante para nos lembrar que esta piscina é para todos, venham antes ou depois, peçam perdão muitas vezes ou uma vez apenas, venham muitas vezes à Missa ou só no fim da vida. A Pedro, depois da negação, Jesus há de perguntar pelo amor: Pedro, Tu amas-Me? Não pergunta quantas línguas conhece, que capacidades tem, pergunta pelo amor. Amar é quanto basta. No dizer de Santo Agostinho, ama e faz o que quiseres. Amar é bom. Lembremos o amor das mães pelos filhos e quanto fazem para o bem dos filhos. "No entardecer da vida seremos julgados pelo amor" (São João da Cruz). Como nos lembra São Mateus no capítulo 25: tive fome e deste-me de comer, tive sede e deste-me de beber... a pergunta é pelo amor ou pela falta de amor, de compaixão. Conta-se a história de um rabino que interrogou os seus discípulos acerca do momento em que a noite dava lugar ao dia. As respostas são variadas e também as podemos dar: quando distinguimos formas, ou vemos os degraus, ou conseguimos ler um texto. Então o rabino responde-lhes: é dia quando encontras o outro e o reconheces como irmão.
Com São João Batista, escutemos o anúncio, deixemos-nos desafiar à conversão e arrependimento e procuremos dar fruto, para sermos árvores que perduram para a vida eterna.
Com Santa Faustina, abramo-nos à misericórdia de Deus, recebendo-a possamos partilhá-la com os outros.
Nossa Senhora saibamos gastar-nos a favor dos outros como Ela Se gastou e continua a gastar a favor da humanidade. Os muitos dons que recebeu de Deus fê-los frutificar no serviço e cuidado da humanidade.
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