sábado, 24 de dezembro de 2011

Solenidade do NATAL de Jesus Cristo - 25 de dezembro

       1 – É NATAL. É festa, alegria, júbilo. É tempo de CELEBRAR o amor de Deus para connosco. É luz, é vida, presença de Deus na nossa história. É dia, é graça, é hora de acordar e de viver. É tempo de esperança e paz, Deus veio até nós. "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz começou a brilhar. Multiplicastes a sua alegria, aumentastes o seu contentamento... Porque um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado. (Is 9,1-6: Missa da meia-noite).
        As trevas dissipam-se pois se levanta no horizonte uma grande LUZ, o Deus que vem, que nasce, o Deus que faz a Sua morada em nós, na nossa vida, no mundo em que vivemos. A alegria substitui o medo e a escuridão. "Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor" (Lc 2,1-14).
       É hora de louvar, agradecer, cantar. "Cantai ao Senhor um cântico novo pelas maravilhas que Ele operou... O Senhor deu a conhecer a salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça... Os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus... Aclamai o Senhor, terra inteira, exultai de alegria e cantai..." (Sl).
       O nascimento de Jesus Cristo, Deus feito homem, modifica a história para sempre, e há de transformar a nossa vida. A presença do próprio Deus em nós, e entre nós, é razão mais que suficiente para nos envolvermos no bem, na justiça, na paz, para nos deixarmos inundar com a Luz que d'Ele nos chega. "Àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus..." (Evangelho).

       2 – "Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo..."
       É o amor que preside à criação e que sustenta o universo inteiro e, por maioria de razão, o ser humano, imagem e semelhança de Deus. Deus criou-nos para sermos felizes, para vivermos como família, harmoniosamente, sob o Seu olhar misericordioso, deixando-nos transparecer pelo Sua presença, para que não houvesse opacidade na nossa vida. Deus como comunhão de vida e de amor, fonte da comunhão a existir entre os homens de toda a terra.
       Porque nos ama infinitamente, Deus não cessa de nos falar e de querer habitar em nós. De muitas formas. Nas mais diversas ocasiões e circunstâncias, pela criação, pelos profetas, pela história. Nem sempre nos mostramos disponíveis para O acolher, para O escutar. Nem sempre a nossa vida cumpre com a nossa identidade, filhos de Deus.
       Chegada a hora, segundo o beneplácito de Deus, envia-nos o Seu próprio Filho. Não sobre as nuvens, exteriormente, mas fazendo-O entrar na história e no tempo, gerando-O como Homem entre os homens, revelando a plenitude do Seu amor, entrando na humanidade, assumindo a nossa fragilidade e finitude, não como limite, mas como abertura aos outros, à vida, e à divindade.
       "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus... Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens... O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem... E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade... a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer".

       3 – "Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei». Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque veem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião. Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém. O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus".
       A nós foi-nos dada o favor de contemplar a plenitude dos tempos, o privilégio de acolher em nossas vidas o Verbo de Deus, a Palavra que Se faz carne, que eleva a nossa humanidade à eternidade de Deus e Se deixa de novo transformar e nos deixa, pelo pão e pelo vinho consagrados, em memorial, o Seu Corpo e Sangue. A Sua vinda não é passageira, como se viera de viagem ou de férias. Veio para ficar. Como verdadeiro Homem teria sempre os seus dias contados. Como verdadeiro Deus, deu-nos o poder de O aprisionarmos em nós, nos Sacramentos, na Eucaristia, no bem que praticamos, "o que fizerdes ao um destes meus irmãos, a Mim o fazeis".
       O nosso grito é confiante, é de alegria e de festa, porque a Boa Nova chega até nós. Ressoe em nós a certeza que nos dá Deus Pai: «Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei» e n'Ele, Deus feito homem, cada um de nós se torne verdadeiro filho de Deus, desde que, como escutámos no Evangelho, O recebamos e acreditemos n'Ele.

Textos para a Eucaristia (ano B): Is 52,7-10; Sl 97 (98); Heb 1,1-6; Jo 1,1-18. 

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