1 - Neste quarto Domingo da Páscoa, Jesus  é-nos apresentado como o BOM PASTOR. Esta imagem belíssima, presente no  Antigo Testamento - onde se refere claramente que Deus virá até ao Povo  eleito como o Pastor, para apascentar o seu rebanho, cuidando das  ovelhas feridas, provendo que nenhuma se perca - é assumida por Jesus  Cristo e pelos Seus discípulos que O têm por Guia, Mestre e Senhor.
        Jesus é o Bom Pastor, conhece cada um pelo nome, cuida de todos, em  especial dos que precisam de mais atenção. O verdadeiro pastor conhece  as suas ovelhas, as que têm dificuldade em caminhar, as que facilmente  dispersam, as que precisam de mais atenção para sobreviver, as que estão  feridas. Conhece também os melhores pastos. Assim Jesus para a  humanidade.
         D'Ele podemos dizer com o salmista: "O Senhor é meu pastor: nada me  falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas  refrescantes e reconforta a minha alma... Ele me guia por sendas  direitas por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales  tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo..."
        Usando esta imagem, Jesus sublinha acerca do pastor: "... Ele chama  cada uma delas pelo seu nome e leva-as para fora. Depois de ter feito  sair todas as que lhe pertencem, caminha à sua frente e as ovelhas  seguem-no, porque conhecem a sua voz. Se for um estranho, não o seguem,  mas fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos".
       É  Ele, Jesus o Bom Pastor, que nos conduz, que vai à nossa frente, que dá  a vida por nós, que testemunha o amor de Deus por cada um, que nos leva  à abundância da vida, saciando a nossa fome e a nossa sede, mesmo e  apesar das provações do tempo presente.
        2 - Vale a pena ler com atenção todo o texto da Epístola de São Pedro,  onde o Apóstolo parte da iniciativa de Jesus, vindo da parte de Deus, e  que sofre por nós, dá a vida pela humanidade, desafiando-nos a viver do  jeito que vivia Jesus, imitando os seus gestos, as suas atitudes:
        "Se vós, fazendo o bem, suportais o sofrimento com paciência, isto é  uma graça aos olhos de Deus. Para isto é que fostes chamados, porque  Cristo sofreu também por vós, deixando vos o exemplo, para que sigais os  seus passos. Ele não cometeu pecado algum e na sua boca não se  encontrou mentira. Insultado, não pagava com injúrias; maltratado, não  respondia com ameaças; mas entregava Se Àquele que julga com justiça.  Ele suportou os nossos pecados no seu Corpo, no madeiro da cruz, a fim  de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas suas chagas  fomos curados. Vós éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes  para o pastor e guarda das vossas almas".
        O discípulo não é superior ao Mestre. Se o Mestre dá a outra face,  também nós. Se o Mestre responde ao mal com o bem, também nós. Se Ele  vem para servir, também nós, na certeza que Ele nos acompanha como Bom  Pastor, n'Ele fomos salvos e n'Ele temos a vida eterna.
        3 - O desafio que São Pedro renova na Epístola é o mesmo que vem dos  primeiros tempos da pregação, com a certeza de que Deus age em nós e  através de nós. A iniciativa é de Deus, que quer a nossa salvação, que  em Jesus Cristo nos devolve a alegria e a confiança, e que nos insere  nesta vida nova.
       O que é necessário então para vivermos em Jesus Cristo?
        Responde-nos Pedro: "Convertei-vos e peça cada um de vós o Baptismo em  nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis  então o dom do Espírito Santo, porque a promessa desse dom é para vós,  para os vossos filhos e para quantos, de longe, ouvirem o apelo do  Senhor nosso Deus".
Textos para a Eucaristia (ano A): Act 2,14a.36-41; Sl 22 (23); 1 Ped 2,20b-25; Jo 10,1-10.


 
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