E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da
sarça ardente, quando chama ao Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac
e o Deus de Jacob’. Não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para
Ele todos estão vivos». Então alguns escribas tomaram a palavra e
disseram: «Falaste bem, Mestre». E ninguém mais se atrevia a fazer-Lhe
qualquer pergunta (Lc 20, 27-40).
No tempo de Jesus existiam vários grupos, fações. Um desses grupos, os saduceus, classe dos comerciantes, preocupava-se sobretudo com o que era material, com o que poderia dar dinheiro. Era um grupo materialista. Os seus membros não acreditavam na ressurreição dos mortos.
Aproximam-se de Jesus e colocam-lhe um "problema" muito da tradição judaica. Se um irmão tivesse casado e morrido sem descendência, o irmão a seguir desposaria a mesma mulher para desse modo lhe dar descendência, e se este, por sua vez, também não deixasse descendência, o seguinte assumia a responsabilidade de casar com a mesma mulher a fim de lhe dar a descendência. Ora sucedeu que sete desposaram a mulher, mas todos morreram sem descendência, com qual deles ficaria ela na vida eterna?
A resposta de Jesus é clara e inequívoca, na vida eterna nem se casam nem se dão em casamento. É uma realidade distinta da terrena e história.
Por outro lado, Jesus evoca a Sagrada Escritura, na ocasião em que Moisés vai falar com Deus, tratando Deus como o "Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob", ou seja, um Deus de vivos e não de mortos. Como Moisés é uma referência fundante e fundamental para todos os judeus, esta referência de Jesus é conclusiva e não merece reparos.
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