Programa Pastoral da Arquidiocese de Braga sublinha como prioridade pastoral para este ano “repensar a nossa identidade como Igreja, a nossa vivência e a nossa missão” a partir da Palavra.
Queremos estruturar um trabalho sério para que, neste mundo de mudanças, ousemos ser Igreja para hoje discernir os caminhos a percorrer, colocando-nos na atitude de “ouvir” o que o Espírito Santo tem a dizer. Ele como inspiração e orientação; e todo o Povo de Deus como intérprete duma renovação adequada que aposta no essencial.
Tem-nos acompanhado a atitude de querer tomar conta da Palavra de Deus para que ela tome conta de nós. Só assim seremos Igreja de harmonia com os critérios evangélicos e cristãos que testemunham o valor incomensurável de Deus pela humanidade.
Neste itinerário de renovação, numa comunhão eclesial profunda, tivemos o dom de ter connosco D. António José da Rocha Couto. A Igreja chama-o, agora, para servir na Diocese irmã de Lamego. Sentimos a tristeza da perda, mas reconhecemos que o seu trabalho, amigo e persistente, ficará como semente a produzir frutos ou como chuva suave a penetrar o coração das comunidades para o seu rejuvenescimento.
A sua consciência profunda da missão da Igreja e a sua paixão pela Palavra de Deus e a sua permanecerá. Por isso, o termo mais justo para o definir será: “O Embaixador da Palavra”. Embaixador, pois a sua acção pastoral funda-se num carácter missionário; Palavra, pois esta é o conteúdo central dessa acção.
A dedicação não se paga nem se esquece. O amor nem sempre necessita de palavras mas faz com que nos sintamos unidos na mesma missão, mesmo que em terrenos diferentes. A gratidão está na certeza de que pode continuar a sentir-se “bracarense”, pois não deixaremos de contar com ele em oportunidades e circunstâncias que o futuro nos reservará.
“Quem corrige alguém, encontra depois mais gratidão do que aquele que lisonjeia com palavras” (Pr 28,23). Sei que não aceita homenagens. Mas como forma de agradecer as “correcções bíblicas e missionárias” que nos proporcionou, o clero da Arquidiocese irá manifestar-lhe um sincero obrigado no dia 20 de Dezembro, no seu encontro de Natal.
Que nas terras de Lamego, também através da nossa comunhão eclesial, continue a gastar a vida pela “vinha amada” que, lá como cá, deve produzir frutos na medida em que se alimenta da Palavra.
Bem-haja, D. António Couto! Fica entre nós pelo testemunho.
Vamos consigo na oração.
† Jorge Ortiga, A.P.
Braga, 19 de Novembro de 2011
Fonte: Diocese de Braga.
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