sábado, 2 de janeiro de 2010

Sem etiqueta, sem preço...


A nota é internacional e diz, mais ou menos assim:" Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer".
Eis que o sujeito desce na estação do metro de Nova York, vestindo jeans,camisola e boné.
Encosta-se próximo à entrada. Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora de ponta matinal.
Mesmo assim, durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.
Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custaram a bagatela de mil dólares.
A experiência no metro, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino.
A iniciativa, realizada pelo jornal The Washington Post, era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
A conclusão é de que estamos acostumados a dar valor às coisas, quando estão num contexto.
Bell, no metro, era uma obra de arte sem moldura. Um artefacto de luxo sem etiqueta de marca.
Esse é mais um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas, que são únicas, singulares e a que não damos importância, porque não vêm com a etiqueta de preço.
Afinal, o que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e marcas?
É o que o mercado diz que podemos ter, sentir, vestir ou ser?
Será que os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia e pelas instituições que detêm o poder financeiro?
Será que estamos valorizando somente aquilo que está com etiqueta de preço?
Uma empresa de cartões de crédito vem investindo, há algum tempo, em propaganda onde, depois de mostrar vários itens, com seus respectivos preços, apresenta uma cena de afecto, de alegria e informa: Não tem preço.
E é isso que precisamos aprender a valorizar. Aquilo que não tem preço, porque não se compra.
Não se compra a amizade, o amor, a afeição. Não se compra carinho, dedicação, abraços e beijos.
Não se compra raio de sol, nem gotas de chuva.
A canção do vento que passa sibilando pelo tronco oco de uma árvore é grátis.
A criança que corre, espontânea, ao nosso encontro e se pendura em nosso pescoço, não tem preço.
O colar que ela faz, contornando-nos o pescoço com os braços não está à venda em nenhuma joalharia. E o calor que transmite dura o quanto durar a nossa lembrança.

* * * * * * * * * *
O ar que respiramos, a brisa que embaraça nossos cabelos, o verde das árvores e o colorido das flores é nos dado por Deus, gratuitamente.
Pensemos nisso e aproveitemos mais tudo que está ao nosso alcance, sem preço, sem patente registada, sem etiqueta de marca.
Usufruamos dos momentos de ternura que os amores nos ofertam, intensamente, entendendo que sempre a manifestação do afecto é única, extraordinária, especial.
Fiquemos mais atentos ao que nos cerca, sejamos gratos pelo que nos é ofertado e sejamos felizes, desde hoje, enquanto o Dia nos sorri e o Sol despeja Luz em nosso coração apaixonado pela vida.
Tudo o que Deus nos dá não tem preço, nem etiqueta.
Pense nisso!!

(Este texto foi-me enviado, por uma amiga, para o meu email.)

2 comentários:

  1. É lindo este texto, tão verdadeiro e sempre actual. É para meditar.Quantas vezes tudo isso nos escapa, envolvidos apenas no que é material.
    Um abraço na paz do Senhor
    Maria

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  2. O profeta Isaías lembra-nos que Deus não julga pela aparência, mas pelo interior pelo coração. O nosso primeiro olhar é para o exterior, para a aparência, para o que resulta agradável ao nosso olhar e à nossa simpatia. Mas o mundo interior é muito mais basto e quantas vezes nos iludimos com as aparências para depois nos desiludirmos amargamente. Seria importante tentar ver as coisas e sobretudo as pessoas com o olhar de Deus, de complacência, de ternura, de misericórdia. Este, como o post anterior: "Chocolate quente", mostram que o essencial não está no invólucro, mas no conteúdo...

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