O tema do perdão tem feito e continuará a fazer correr muita tinta. Se, para uns, é valentia, superioridade moral, acto heróico por vezes, não falta quem julgue tratar-se de uma abdicação da personalidade, de inferioridade, de cobardia moral.
Quando reflectíamos sobre este tema, caiu-nos debaixo dos olhos esta reflexão de um psicólogo moderno: - "Pessoas que não perdoam tendem a tornar-se iguais (ou piores) que aqueles que as magoaram até pelos sentimentos de vingança, que muitas vezes passam a actos"... E ainda, com uma pitada de ironia: - "Independentemente do nosso perdão, os outros seguem com a vida deles e nós é que ficamos mal, com a nossa amargura"...
Assim sendo, afigura-se-nos que até humanamente é errado e mesmo prejudicial negar o perdão a alguém.
Lá da antiguidade pré-cristã, vem-nos a chamada "pena de talião": - "dente por dente, olho por olho". E não faltará quem se interrogue sobre quem teria sido esse férreo "talião': Pois não se trata de uma hipotética pessoa. É simplesmente a formulação da regra que proibia, em qualquer punição, exceder o equivalente à gravidade do crime que se intentava punir. Diríamos que é uma "lei de paridade", de igualdade, proibindo a aplicação de castigos incontrolados.
Assim sendo, afigura-se-nos que até humanamente é errado e mesmo prejudicial negar o perdão a alguém.
Lá da antiguidade pré-cristã, vem-nos a chamada "pena de talião": - "dente por dente, olho por olho". E não faltará quem se interrogue sobre quem teria sido esse férreo "talião': Pois não se trata de uma hipotética pessoa. É simplesmente a formulação da regra que proibia, em qualquer punição, exceder o equivalente à gravidade do crime que se intentava punir. Diríamos que é uma "lei de paridade", de igualdade, proibindo a aplicação de castigos incontrolados.
O problema do perdão já um dia foi apresentado ao próprio Cristo. E Ele, além de ter ensinado a rezar "perdoai-nos as nossas ofensas como nós perdoamos"..., respondeu a pergunta de Pedro: - "Não te digo que(perdoes) até sete vezes, mas até setenta vezes sete", o que quer dizer ilimitadamente. E Ele próprio, condenado a morte injusta e infamante, perdoou aos seus algozes... E não pode haver crime maior do que tirar a vida a um ser humano. Para mais, no caso presente, ao inocente Filho de Deus. Contudo, Ele implora, do alto da cruz: " Pai, perdoa-lhes”…
Mas nós vivemos numa época de confusões múltiplas. Por um lado, pseudo-intelectuais lutam desesperadamente intentando apagar da nossa cultura a indelével marca da Divindade. Em substituição de Deus, projectam e fabricam "super-homens" mas que não passam de criaturas "de pés de barro': Endeusa- se o homem, elevando-o à condição de ser superior, infalível, impiedoso, insensível, ao qual nada nem ninguém possa colocar barreiras nem jamais pedir contas. É um ser desumanizado. Por isso, perdoar é indigno dele.
Resultado? Está bem a vista, estampado diariamente nas páginas da Comunicação Social: - o homem sem Deus cedo se transforma em "lobo do outro homem". Voltando ao pensamento inicial e concluindo: - no nosso modesto entender, quantos sinceramente se dispõem a conceder perdão ao seu semelhante afinal são uns valentes, porque conseguem sobrepor, ao natural instinto e desejo de vingança, a magnânima e cristã decisão de perdoar ofensas ou injúrias.
E quantos transtornos psíquicos, dramas, crimes, guerras se evitariam, se reinasse, entre os homens, a tão nobre e reconfortante cultura do perdão! A começar pelo seio das famílias.
Resultado? Está bem a vista, estampado diariamente nas páginas da Comunicação Social: - o homem sem Deus cedo se transforma em "lobo do outro homem". Voltando ao pensamento inicial e concluindo: - no nosso modesto entender, quantos sinceramente se dispõem a conceder perdão ao seu semelhante afinal são uns valentes, porque conseguem sobrepor, ao natural instinto e desejo de vingança, a magnânima e cristã decisão de perdoar ofensas ou injúrias.
E quantos transtornos psíquicos, dramas, crimes, guerras se evitariam, se reinasse, entre os homens, a tão nobre e reconfortante cultura do perdão! A começar pelo seio das famílias.
J. d’Oliveira, in JB, postado a partir de ASAS DA MONTANHA.
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A este propósito vale a pena recordar o que diz o ilustre psiquiatra brasileiro, Augusto Cury, na obra O Mestre dos Mestres, em que aborda a sabedoria de Jesus Cristo, e ao falar do perdão nos lembra algo evidente: quando ficamos ressentidos, magoados, aborrecidos com alguém, e não perdoamos (perdoar não é desculpar, isto é, o mal não passa a ser bem, mas aceitar que o outro, como eu, pode errar, mas que isso não interfere na minha vida), o que acontece é que passamos a viver constantemente com a pessoa que nos ofendeu: dormimos com ela, acordamos e levantamo-nos com ela, acompanha-nos dia e noite, senta-se à mesa connosco. Não fazemos nada sem que a pessoa a quem não perdoamos não esteja declaradamente presente, Perdoar é encontrar a paz e o equilíbrio no nosso coração, não deixando que o ofensor domine a nossa vida...
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