1 – No passado dia 11 de Junho, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, concluiu-se o Ano Sacerdotal, iniciado na mesma solenidade do ano anterior, no dia 19 de Junho de 2009.
Ao longo do Ano Sacerdotal, no Boletim Voz Jovem apresentámos algumas figuras da Igreja que continuam a ser um testemunho de vida sacerdotal. Sacerdotes, uns, e outros que não o sendo pela ordenação o foram pela vida.
Em Portugal poderemos encontrar muitos exemplos de homens e mulheres que nos mostram o rosto de Deus. Gostaríamos de propor o Pai Américo, fundador do Gaiato, e o beato Frei Bartolomeu dos Mártires. Por ora falemos de Santo António.
2 – Fernando Martins de Bulhões, nome de baptismo, filho de Martinho de Bulhões, descendente de cavaleiros celtas, e de Maria Teresa Taveira, fidalga, descende de Fruelas, rei das Astúrias, terá nascido em 1195, em Lisboa.
Os primeiros anos foram no aconchego da família, mostrando desde muito cedo uma especial devoção por Nossa Senhora, crescendo em bondade e integridade de costumes.
Fez os seus primeiros estudos na escola anexa à Sé Catedral de Lisboa. Com 15 anos ingressou nos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no Mosteiro de São Vicente de Fora, de Lisboa, transferindo-se, dois/três anos depois para a casa-mãe, para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Aí fez estudos em Direito Canónico, Filosofia e Teologia.
Terá sido ordenado sacerdote entre os anos 1218 e 1220.
Seduzido pelo exemplo de vida dos primeiros frades franciscanos, que iam muitas vezes ao Mosteiro de Santa Cruz pedir esmola, ingressou, passado um ano da sua ordenação sacerdotal, no convento de Santo António dos Olivais, em Coimbra.
Ainda durante o ano de 1220, é enviado para Marrocos, onde nunca chegou, pois a embarcação naufragou e deixou-o em Messina, nas costas da Secília. Aí pediu guarida num convento franciscano.
Em Maio de 1221 foi a Assis, onde terá conhecido São Francisco de Assis.
Em Bolonha, depois de ter sido escolhido para fazer a conferência espiritual, aos monges que iriam ser ordenados, evidencia os seus conhecimentos em Sagrada Escritura e dotes em oratória. A partir daqui passa a dedicar-se inteiramente ao apostolado. Percorreu diversas cidades de Itália, entre 1223 e 1225. Em Rimini encontra forte resistência à evangelização. Conta-se, que nessa altura, foi à costa do Adriático e começou a pregar aos peixes: “Ouvi a palavra de Deus, vós peixes do mar e do rio, já que a não querem escutar os infiéis herejes”. Os peixes acudiram em grande quantidade, deitando a cabeça de fora. Muitas teriam sido as conversões.
Em Outubro de 1226 morreu o fundador da Ordem, Francisco de Assis, sendo canonizado em 1228. Santo António participou nesta elevação, deslocando-se depois por Ferrara, Bolonha e Florença. Em 1229, e depois de ter percorrido a Itália vai para Pádua…
Morreu a 13 de Junho de 1231, cansado e doente, depois de uma vida dedicada à pregação do Evangelho. Conta-se que logo que morreu, as crianças de Pádua correram por toda a cidade a gritar: “Morreu o Santo. Morreu Santo António”. Os seus restos mortais repousam na Basílica de Pádua, construída em sua memória.
Menos de um ano depois, em 30 de Maio de 1232, foi canonizado pelo Papa Gregório IX, na catedral de Espoleto, em Itália. O Papa Pio XII, em 1946, proclamou-o “doutor da Igreja”, considerando-o “exímio teólogo e insigne mestre em matérias de ascética e mística”.
3 – O mais popular dos Santos portugueses, venerado em todo o mundo, é um exemplo de abnegação, de trabalho apostólico, ao serviço da Palavra de Deus, no sábia procura por viver e comunicar Jesus Cristo, em todas as circunstâncias.
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