sábado, 27 de novembro de 2010

I Domingo Tempo do Advento - 28/Novembro

       1 – "Alegrei-me quando me disseram: «Vamos para a casa do Senhor»". O salmo que escutámos expressa a alegria pela proximidade do Reino de Deus. Ainda não chegamos, mas já os nossos passos se tornam mais firmes, pois vemos as portas escancaradas para entrarmos na casa do Senhor. Poderíamos aqui usar a imagem da mulher que está para dar à luz. Enquanto se aflige com as dores pelo parto iminente, a força, a coragem e a alegria por saber que passada essa hora de angústia e de sofrimento, logo terá o filho em seus braços, junto ao coração, experimentando já, por antecipação, o sabor por tamanha felicidade.
       Assim a notícia da chegada do Reino de Deus, logo que ressoa em nossos ouvidos, o nosso coração, a nossa alma fica alerta, em sobressalto, ansioso mas alegrando-se por ver chegada a hora de se manifestar um tempo novo.
       2 – O anúncio da proximidade do Reino envolve a vinda do Messias, que para nós é Jesus Cristo, filho amado de Deus, Deus que Se faz homem e que vem para nos introduzir (de novo) na vida divina. 
       Com efeito, o povo eleito há muito espera o novo David, o Emanuel, o Deus connosco. "Ele será juiz no meio das nações e árbitro de povos sem número. Converterão as espadas em relhas de arado e as lanças em foices. Não levantará a espada nação contra nação, nem mais se hão-de preparar para a guerra. Vinde, ó casa de Jacob, caminhemos à luz do Senhor” (Primeira Leitura).
       Com a vinda do Messias, um tempo de prosperidade, de paz, de justiça, de luz.
       3 – Como cristãos, vivemos nesta tensão, entre a vinda de Deus até nós, em Jesus Cristo e a concretização plena e definitiva do Reino de Deus. Jesus é o próprio Reino de Deus entre nós. Não apenas dentro de nós, não apenas um reino espiritual, mas no meio de nós, numa dinâmica transformadora do mundo em que vivemos. Os novos céus e a nova terra proclamados não exigem a destruição do mundo em que vivemos mas a sua transformação, para que se torne, em Jesus Cristo, verdadeiro mundo novo.
       Com Cristo, irrompe o Reino de Deus, é-nos dada a salvação, e igualmente nos são dados os instrumentos para fazermos com que este mundo se torne reflexo do amor de Deus. Diz-nos o Apóstolo, "Chegou a hora de nos levantarmos do sono, porque a salvação está agora mais perto de nós do que quando abraçámos a fé. A noite vai adiantada e o dia está próximo. Abandonemos as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, evitando comezainas e excessos de bebida, as devassidões e libertinagens, as discórdias e os ciúmes; não vos preocupeis com a natureza carnal, para satisfazer os seus apetites, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo".
       Ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas estamos muito mais próximos, já se vê a luz, não ao fundo mas à entrada do túnel, já nos ilumina, já nos guia, já vislumbramos a salvação, já a experimentamos, já vivemos como filhos no Filho, como irmãos em Jesus. A Sua morte e ressurreição faz-nos ver o quanto somos amados por Deus. Aquele que se sente amado, não deixa de transparecer a sua alegria, assim também nós, experimentando a presença de Deus, não cessemos de praticar o bem a justiça, a caridade, para que Deus Se torne mais visível.
       4 – E como não sabemos o dia em que seremos levados à plenitude de Deus, não nos guiemos pela preguiça, ou pela espera futura, como nos lembra o Apóstolo e como insiste Jesus Cristo: "Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor" (Evangelho).
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Textos para a Eucaristia (ano A): Is 2,1-5; Sl 121 (122); Rom 13,11-14; Mt 24,37-44.

1 comentário:

  1. Muito envolvente e esclarecedor esse post. Foi uma delícia ouvir também a homilia do padre de minha paróquia. Abração!

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