sábado, 9 de abril de 2016

Servir os irmãos, na palavra e na caridade...

       "Naqueles dias, aumentando o número dos discípulos, os helenistas começaram a murmurar contra os hebreus, porque no serviço diário não se fazia caso das suas viúvas. Então os Doze convocaram a assembleia dos discípulos e disseram: «Não convém que deixemos de pregar a palavra de Deus, para servirmos às mesas. Escolhei entre vós, irmãos, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para lhes confiarmos esse cargo. Quanto a nós, vamos dedicar-nos à oração e ao ministério da palavra». A proposta agradou a toda a assembleia; e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos aos Apóstolos e estes oraram e impuseram as mãos sobre eles. A palavra de Deus ia-se divulgando cada vez mais; o número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém e também obedecia à fé grande número de sacerdotes" (Atos 6, 1-7).
       Com a Páscoa, com as aparições, os Apóstolos assumem a missão antes confiada a Jesus Cristo. É o mesmo protagonista, Jesus que pelo Espírito Santo atua nos cristãos e de forma peculiar nos Apóstolos e seus sucessores.
       O ministério dos Apóstolos é uma prioridade nas comunidades cristãs, a pregação, o anúncio do Evangelho, a oração, a fracção fraterna. Porém, esta não deve descurar o serviço aos mais necessitados, os órfãos e as viúvas. Neste sentido, os Apóstolos sugerem a escolha homens de boa reputação para o serviço caritativo, passe o pleonasmo. A estes homens dar-se-á o nome de diáconos, servidores. A palavra indica precisamente serviço, diaconia, que deve ser a característica de toda a Igreja ainda que possa haver pessoas ou organismos mais concentrados neste ministério.
       Como disse em variadas ocasiões o Papa Bento XVI, o rosto da Igreja passa pelo serviço. Aqueles que estão à frente são servidores. Se se servem apenas a si mesmo ou buscam lugares estão a trair o mandato de Jesus Cristo. Uma das formas de encontrar Deus no mundo atual é precisamente nos pobres, "o que fizerdes ao mais pequeno dos irmãos, a Mim o fazeis". Numa das últimas intervenções do Pontificado, Bento XVI, diz de forma clara que a Igreja "não é uma organização, uma associação com fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que une a todos".
       Na primeira Eucaristia do Papa Francisco usava termos muito semelhantes, dizendo que se caminhamos, edificamos e confessamos mas sem Cristo, tornar-nos-emos "uma ONG sociocaritativa, mas não a Igreja", e na Audiência com a comunicação social, "ah, como eu queria uma Igreja pobre e para os pobres!"

Sem comentários:

Enviar um comentário