quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Antes dos rótulos, os rostos humanos...

"Não há Judeu nem Grego, escravo nem livre,
não há homem nem mulher,
pois todos vós sois um só em Cristo" (Gal 3, 28)
       Em vez de rotular prontamente e de acentuar diferenças: macho ou fêmea, daqui ou dali, branco ou preto, doutor ou iletrado, heterossexual ou gay, rico ou pobre... É fundamental olhar para os rostos, para as vidas, as gentes e dizer: humano como eu; pessoa, com um coração que, como o meu, bate e sente, questiona e ri, chora por vezes.

       Também chora durante a noite, tem anseios,
       Também se equivoca e acerta (não ao mesmo tempo).
       Também, à sua maneira, revela Deus, nosso pai.
       Também tem sede, de sentido, de um absoluto que abraça, de amor e palavra.
        Por isso, antes de rotular alguém, descalça-te diante do outro, não seja, o terreno que pisas, sagrado.

HOMEM
Sou homem, nasci,
tenho pele e esperança.
Exijo, portanto,
que me deixem usá-las.
Não sou deus: sou homem
(o mesmo será dizer uma alga)
Exijo calor nas minhas raízes,
almoço nas minhas entranhas.
Não peço eternidades
cheias de estrelas brancas.
Peço ternura, ceia,
silêncio, pão e casa...
Sou homem, digo,
animal com palavras.
E exijo, portanto,
que me deixem usá-las.
Jorge Debravo, in Antena Misionera, a partir de Cristo Jovem.

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