1 – Somos o que queremos ser.
Somos os primeiros responsáveis pela nossa felicidade e pela realização dos nossos projectos, dos nossos sonhos, da nossa vida.
A nossa vida depende de muitos factores, interiores e exteriores. Mas depende sobretudo da nossa atitude perante a realidade pessoal e social. Mesmo diante dos maiores obstáculos é possível um atitude de salvação, nem que em última instância seja rir de nós próprios.
2 – Somos o que nos deixam ser.
Esbatemos com situações que contrariam a nossa vontade de ser ou de fazer isto ou aquilo. Eu queria fazer mas não me deixam, os outros não querem, tento mas ninguém adere, se faço alguém vai criticar. Faço, e depois os outros? O que vão dizer?
Fisicamente falando há muitos projectos que exigem mais que uma pessoa, que exigem muitas pessoas.
Quando me envolvo em algum projecto que acho válido e justo, faço em função daquilo que os outros pensam, ou faço pela justeza do mesmo, pelo bem que veicula?
Sou o que quero ser, quando e se ajo em função da justiça e do bem das minhas acções e não em função de uma hipotética opinião pública ou em função da sondagem.
Agindo posso provocar outros ao compromisso. As palavras movem, os testemunhos arrastam.
3 – Somos o que as circunstâncias nos permitem ser.
“Sou eu e as minhas circunstâncias”. Esta expressão, do pensador Ortega Y Gasset, fala-nos de uma realidade evidente, acentuando as duas dimensões: o eu e as circunstâncias que me rodeiam.
Obviamente, o lugar e o tempo em que nasci fazem diferença. Obviamente, o conjunto das circunstâncias presentes na minha vida influenciam as minhas opções. Veja-se o exemplo caricato: se tenho necessidade de escrever um texto, de corrigir, de emendar, de acrescentar, de cortar, é muito mais fácil hoje do que há trinta anos atrás. Escrevendo através do computador posso sempre alterar. No entanto, em uma e outra ocasião a responsabilidade é minha. O acento continua a estar em mim.
Sou o que quero ser, ainda que em circunstâncias diferentes tivesse outras opções. Mas estas dependem de mim e da minha atitude. Diante dos condicionalismos posso ser santo ou nem por isso, posso ser Madre Teresa de Calcutá, com recursos reduzidos transformou o mundo à sua volta, ou posso lamentar-me porque ninguém faz nada e eu também não consigo fazer e não faço, porque as circunstâncias não são as melhores e os outros não ajudam.
4 – Somos o que Deus quiser.
O Natal é quando o homem quiser. Assim diz o poeta Manuel Sérgio. O Natal é quando Deus quer. Assim diz o economista João César das Neves. Um e outro têm razão. É Deus que quer, que faz acontecer, é Deus que nasce. É um acontecimento único e divino. Mas Deus dá ao homem a capacidade de “querer” e de poder transformar o mundo. O espírito que preside ao Natal, nascimento de Jesus, pode estar presente o tempo todo: o AMOR, o BEM, a FELICIDADE… Somos o que queremos ser e Deus quer connosco o que é bem para nós e para os outros!
Ser feliz passa em primeiro lugar por mim e pela atitude que assumo diante da vida (e das dificuldades).
Editorial Voz Jovem, n.º 94, Janeiro 2008
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