quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Pe. Joaquim Dionísio: a Imaculada Conceição

Imaculada Conceição da Virgem Maria


       Vivemos hoje, dia 8 de dezembro, a festa em honra da Imaculada Conceição da Virgem Maria, padroeira principal do nosso país e desta paróquia de Tabuaço. Tal celebração, vivida nos primeiros dias do novo ano litúrgico e em pleno advento, recorda-nos o singular destino desta jovem judia escolhida por Deus, bem como o que poderá acontecer connosco se decidirmos viver em obediência a Deus.
       Para a fé cristã, Maria é indissociável do Menino que trouxe ao mundo, Jesus, em quem se manifestou plenamente o Deus vivo. Por isso, ela é chamada, desde o concílio de Éfeso (431), “Mãe de Deus”. E segundo a tradição católica, desde a proclamação do dogma, feita pelo Papa Pio IX (08/12/1854), Maria foi proclamada preservada do pecado original desde a sua concepção: “Declaramos que a doutrina que diz que Maria foi concebida sem pecado original é doutrina revelada por Deus e que a todos obriga a acreditá-la como dogma de fé”.
       Assim se afirma, defende e ensina que, para acolher o Filho de Deus, Maria não podia ter no coração nenhum traço de hesitação ou de recusa. Qual fruto antecipado do perdão oferecido por Jesus na cruz, Maria é a imaculada, preservada de todo o pecado e da separação de Deus que marca a humanidade desde os princípios, o pecado original.
       Diante de Maria, da sua disponibilidade e mediação, certamente nos sentimos admiradores e gratos, sabendo que estamos diante de uma criatura e que tudo nela é obra do Omnipotente, o mesmo Senhor da Vida que a todos quer salvar.
       Quem, como Maria, na espera do nascimento do filho, poderá mostrar à Igreja e a cada um de nós, como dispor o coração para o receber? Ela é a figura da discípula atenta, da espera ativa e da confiança total em Deus.

A caminho, com Maria!


       A novena preparatória desta festa foi mais uma oportunidade para contemplar aquela a que, familiarmente, nos habituámos a olhar e a invocar como Mãe. E lembrar Maria como mãe é contemplá-la como aquela cuja presença nos sossega e cuja ação nos dá confiança.
       Mas não basta admirar e agradecer a ação maternal e protetora de Maria; urge estar atento ao seu exemplo e disponível para acatar o seu convite:
  • contemplar a misericórdia de Deus. Deus não desiste de nenhum de nós e o Seu amor concede-nos alegria, esperança e alento para avançar, apesar dos limites assumidos;
  • disponibilidade para escutar e seguir. Deus concede-nos dons que se transformam em deveres para nós, na medida em que a melhor forma de os guardar é gastá-los. O comodismo perturba o seguimento e a obediência que importa protagonizar quando está em jogo a vontade de Deus e a nossa felicidade;
  • silêncio eficiente. Nem sempre o ruído ou o gozo são sinónimos de acção profícua ou de exemplo meritório. Mais do que proclamar bem alto a intenção de ser ou de fazer, têm muito mais valor a escolha e a acção acertadas. As palavras são dispensáveis quando os gestos falam por si.
  • escolher bem. Nem sempre as estradas mais largas levam às metas desejadas. O Senhor convida-nos para a felicidade, mas tal meta não se atinge com facilidade.
  • não desistir de caminhar. Por vezes, as dificuldades que a vida nos traz pode pôr à prova a nossa perseverança e a nossa fé; desistir surge como opção. Mas sabemos que não estamos sós e que o Senhor nos leva “ao colo”. Por outro lado, Jesus Cristo sempre nos disse que a meta não se alcança sem esforço.
Invocando a intercessão de Nossa Senhora da Conceição, pedimos e esperamos, com alegria e confiança, a bênção e as graças do Senhor que vem.

Pe. Joaquim Dionísio

Sem comentários:

Enviar um comentário