Há alguns anos, um ministro, que era e é católico praticante, sugeriu que os feriados (ou mesmo alguns dos dias santos), se encostassem ao fim de semana para evitar pontes, ou a paragem de trabalho durante a semana. E assim, e em proximidade cronológica, os feriados seriam à Sexta-feira ou à Segunda-feira. Dizia-se então que era uma forma de apostar na produtividade.
Sabem qual a reação de sindicatos e de alguns partidos políticos? Obviamente que não, não era solução para a produtividade, até porque os trabalhadores tinham de estar satisfeitos. Nessa altura, a Igreja serviu para apoiar o respeito pelos dias santos e consequentemente pelos feriados existentes, mantendo-os nas respectivas datas.
Quando o Governo da Nação, decretou a ponte para o dia 13 de Maio, uma das datas mais celebradas por mais portugueses, se calhar mesmo mais que o 25 de Abril e agora, por maioria de razão, pela Visita de Sua Santidade a Porugal, logo as mesmos vozes, que antes de apoiaram na Igreja, vieram criticar a ponte porque era uma forma de tirar a produtividade...
Ou então, quando um primeiro-ministro tentou obrigar os funcionários públicos a trabalhar no dia de Carnaval, quase caía o carmo e a trindade. A preocupação, afinal, era a mesma: produtividade! Alguém ouvi sindicatos a favor dessa medida? Alguém ouviu patrões? Alguém ouviu a oposição a apoiar a medida?
Mas, dizem alguns, porque é que um não crente, ou um não cristão, ou um não católico, ou um não praticante, não quiser associar-se à Viagem Apostólica de Bento XVI a Portugal? Pela mesma razão que os monárquicos fazem feriado a 5 de Outubro, os facistas o 25 Abril, ou os trabalhadores descansam no dia 1 de Maio... Quando as pessoas querem ser radicais fundamentalistas caem facilmente na contradição.
Sou dos que acredita que uma celebração festiva, um feriado que nos dá direito a ponte, ou uma ponte criada por um motivo extraordinário nada retira à produtividade e, embora possa criar algumas dificuldades a algumas famílias, pode ser também uma oportunidade para outras famílias se reunirem com tempo, em descanso, oportunidade para os pais encontrarem os filhos em casa, ou dos avós serem chamados a colaborar (e nem se importam muito!)...
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