O Senhor disse ainda a Moisés: «Tenho observado este povo: é um povo de dura cerviz. Agora deixa que a minha indignação se inflame contra eles e os destrua. De ti farei uma grande nação». Então Moisés procurou aplacar o Senhor seu Deus, dizendo: «Por que razão, Senhor, se há-de inflamar a vossa indignação contra o vosso povo, que libertastes da terra do Egipto com tão grande força e mão tão poderosa... (Ex 32, 7-14).
Jesus disse aos judeus: «Se Eu der testemunho de Mim mesmo, o meu
testemunho não será considerado verdadeiro. É outro que dá testemunho de
Mim e Eu sei que o testemunho que Ele dá de Mim é verdadeiro. Vós
mandastes emissários a João Baptista e ele deu testemunho da verdade.
Não é de um homem que Eu recebo testemunho, mas digo-vos isto para que
sejais salvos. João era uma lâmpada que ardia e brilhava e vós, por um
momento, quisestes alegrar-vos com a sua luz. Mas Eu tenho um testemunho
maior que o de João, pois as obras que o Pai Me deu para consumar – as
obras que realizo – dão testemunho de que o Pai Me enviou. E o Pai, que
Me enviou, também Ele deu testemunho de Mim. Nunca ouvistes a sua voz,
nem vistes a sua figura e a sua palavra não habita em vós, porque não
acreditais n’Aquele que Ele enviou. Examinais as Escrituras, pensando
encontrar nelas a vida eterna; são elas que dão testemunho de Mim e não
quereis vir a Mim para encontrar essa vida. Não é dos homens que Eu
recebo glória; mas Eu conheço-vos e sei que não tendes em vós o amor de
Deus. Vim em nome de meu Pai e não Me recebeis; mas se vier outro em seu
próprio nome, recebê-lo-eis. Como podeis acreditar, vós que recebeis
glória uns dos outros e não procurais a glória que vem só de Deus? Não
penseis que Eu vou acusar-vos ao Pai: o vosso acusador será Moisés, em
quem pusestes a vossa esperança. Se acreditásseis em Moisés,
acreditaríeis em Mim, pois ele escreveu a meu respeito. Mas se não
acreditais nos seus escritos, como haveis de acreditar nas minhas
palavras?» (Jo 5, 31-47).
A figura de Moisés é-nos apresentada nas duas leituras, no Êxodo e no Evangelho.
Na primeira leitura, vemo-lo como intercessor junto de Deus, para aplacar a Sua ira contra o povo que se transviou, que se afastou dos caminhos do Senhor. Nas palavras de Moisés escutámos o sentir do próprio Deus que contraria a nossa facilidade em julgar e em condenar. Deus está sempre pronto a perdoar, vindo ao nosso encontro, está à porta e bate...
Jesus fala em Moisés, para dizer que a fé nas palavras de Moisés levam à fé na Palavra de Deus que encarna em Jesus Cristo. Por outro lado, Jesus apresenta-Se como novo Moisés. Este intervém para que Deus não se ire contra o povo da Aliança; Jesus vem, não para condenar, mas para salvar e dar a vida pela humanidade.
Testemunham a favor de Jesus, o próprio Moisés, João Baptista, e, mais importante, o próprio Deus, cujas obras Jesus realiza. Ao falar de João Baptista, Jesus fala-nos ao coração. A luz é sempre uma procura... ainda que a nossa treva nos tolde a mente...
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