Jesus Cristo está a chegar. Ele chega sempre que lhe abrimos o coração e a vida. A celebração festiva do Seu aniversário natalício leva-nos, como cristãos e em comunidade, a valorizar gestos e palavras.
A sociedade atual centra-se mais na dinâmica comercial, fazendo promoções atrativas para incentivar o consumo. Esta dimensão tem aspetos positivos, pois é o ganha-pão de muitas pessoas e em épocas festivas sai fortalecido.
O Natal é assim uma oportunidade para festas, viagens, noitadas! Um Natal feito à medida de cada um! Não faltam figuras criadas para alegrar a pequenada, distrair a graudada e, eventualmente, desnatalizar o Natal cristão: gnomos, pais-natais, renas e veados, árvores de natal e muitas luzes. Também os sinais exteriores podem levar-nos a interrogar-nos sobre o significado, as raízes e o conteúdo do Natal.
Para os cristãos, porém, o Natal é a celebração da Encarnação de Deus, um Deus-nosso que assume a nossa condição humana, a nossa fragilidade e finitude e quer habitar no meio de nós, quer habitar-nos. Como qualquer aniversário que se festeja, também o Natal de Jesus pressupõe uma boa preparação: conversão, vigilância, espera ativa e comprometida. A liturgia da Palavra desafia-nos a prepararmos o caminho do Senhor que vem. Sempre. De novo. Preparamo-nos pela oração mais diligente, pela escuta e meditação mais frequente da Palavra de Deus, pela prática da caridade, mais humana, próxima e atenta.
Das muitas imagens que poderíamos usar no Advento, hoje sugiro o vinho generoso, do Douro ou de Tabuaço… O vinho novo, das Bodas de Caná, a vinha do Senhor, o enxerto da vinha, a verdadeira vide ou cepa que é Jesus, e os ramos, que somos nós, ligados à vide, ou a vinha transplantada por Deus, criando as condições para frutificar com qualidade e abundância. É um tema recorrente na Sagrada Escritura.
O vinho generoso é colhido de boas cepas, produzido com qualidade e colocado a envelhecer em pipas (de carvalho), que o tornarão mais refinado, mais “doce” e macio, quase mel. À partida o vinho é de boa qualidade, mas precisa sempre de cuidados: algum vinho vai-se perdendo “naturalmente” e é necessário acrescentar vinho novo. Somos da cepa de Deus. De boa qualidade, portanto! Batizados na água e no Espírito Santos, somos novas criaturas. Como com o vinho, precisamos de estar atentos para não nos perdermos. Precisamos de “acrescentar” as palavras de Deus, os gestos de Jesus, a postura do Seu Evangelho de serviço. É tempo de verificarmos o que é preciso “acrescentar” para mantermos a boa qualidade de filhos de Deus.
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