
As minhas mãos pararam e eu parei também. Continuei com os olhos nelas. Mas o pensamento voou para a Manuela. Que teria acontecido? Perguntei. Ela respondeu com a pergunta que fez à dita mãe. Como, se eu nem lhe toquei? Ao que se seguiu a resposta da mãe. Feriu-o com o olhar.
Neste momento, os meus olhos e o meu olhar deixaram as mãos e voltaram-se completamente para a Manuela. As mãos ficaram desamparadas. Não sei sequer onde as coloquei, de tão estranha me ter parecido a reclamação daquela mãe. Aos tempos a que chegámos, onde já nem com o olhar podemos fazer educação!
Garanto que a Manuela é boa catequista e não vai desistir de olhar quem quer que seja. Mas são muitas as pessoas que querem fechar os olhos ou mantê-los fechados.
Retirado do blogue "Confessionário dum Padre"
Na minha paróquia, as queixas dos catequistas são também as mesmas. É difícil "prender" os miúdos, mas é com os pais que o trabalho é mais difícil. Há pais que só aparecem para fazer queixas, ou no dia da festa de catequese dos seus filhos. Quanto à missa, por muito que se motivem as crianças (porque com os adolescente já se lá não vai) se os pais não colaboram, nada feito. Enquanto nós tentamos formar cristãos, do outro lado temos alguns pais que apenas querem "coleccionar" sacramentos.
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