
       Era uma vez um homem que em casa tinha pendurado em lugar de honra um estranho objecto. Era um pedaço de madeira, já velha, sem beleza. Um dia, o neto perguntou-lhe:
       - O que é qe isso que tem pendurado na parede?
       O avô explicou-lhe:
       - "O meu avô, uma vez, acompanhou-me ao parque. Era uma manhã fria de inverno. Ele, apesar de doente do coração, seguia-me e sorria. Eu quis caminhar sobre o gelo do lago e patinar.
       O meu avô estava preocupado, olhou-me e disse-me:
       - Tem cuidado!
       Porém, quando me avisou, já era demasiado tarde. A camada de gelo quebrou-se e eu caí na água. Gritei. E ele imediatamente pegou num pau que tinha à mão e estendeu-mo para eu me agarrar a ele. Puxou-me com todas as forças e salvou-me.
       Eu chorava e tremia de frio. Fez-me tomar um banho de água quente, mandou que me fosse deitar. Contudo, o acontecido tinha sido demasiado emocionante para o seu coração. Um violento ataque cardíaco, nessa noite, tirou-lhe a vida.
       A minha dor foi muito grande. Corri para o lago do parque e consegui recuperar esse pau que me salvou a vida.
       É esse pedaço de madeira que está pendurado na parede, a recordar todos os dias que o meu avô deu a vida por mim".
in Juvenil, n.º 536. Abril de 2010.
 
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